segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

ÒRÌSÀ OLÓGÙN EDÉ



Oló - senhor.
Gún - guerra.
Edé - um lugar na áfrica ( Cidade ).
É filho de um Òrìsà caçador/pescador - chamado Èrìnlé, tendo como sua mãe Òsún Ypondá.
O posto de Asògún, a priori, surge desse mito que o liga a Ògún companheiro de seu pai. Pois seu verdadeiro pai ( Òrìsà Èrìnlé ) entrega seu filho para Ògún criar, Ológùn Edé seria Òrìsà Igbò ( Òrìsà das florestas ) vivendo com o pai Èrìnlé, aprendeu a caçar, pescar, mais nunca lutar.
Ògún foi quem ensinou o mesmo a arte da guerra, Ológùn Edé ajudando numa determinada guerra que aconteceu na cidade de Edé recebeu o nome de Oló – senhor – Gún – guerra – Edé - um lugar x localidade na áfrica.
( Senhor ou Dono da guerra de Edé )
Ológùn Edé: Possui outros nomes como ``Omo Alade´´, ou seja, o príncipe coroado.
Não há qualidades (caminhos) de Ológùn Edé como acreditam alguns, tais como Locy´Ibayn, L´apanan, etc. São apenas nomes tirados de cânticos, aliás ``Aro Aro´´ é uma outra coisa.
Este Òrìsà é da região de Ìjèsá ou mesmo Ilésà – Ilé – Terra de Òrìsà ( Terra de Òrìsà que depois de algum tempo se tornou território Ìjèsá) onde Ológùn Edé passa a ser cultuado também.
Sobre a questão de andar com o pai ou mesmo com a mãe, ter fundamentos dos dois lados e etc, posso dizer o seguinte:
Ológùn Edé é òrìsà ako (òrìsà masculino), por ser filho de Òsún, a Senhora das águas frias e profundas, ele é herdeiro do reino de Òsún, isto é, o reino das águas do rio. Por isso, ele é considerado um òrìsà odò (òrìsà do rio).
E sendo também filho do Òrísà Èrìnlé, o mesmo também seria Senhor das matas, das florestas, ele é considerado herdeiro também do reino de seu pai, reino das matas como Òrìsà igbó (òrìsà das florestas).
Uma determinada lenda deixa isso bem claro: Diz uma de suas lendas que, ele passa metade do tempo com sua mãe no reino das águas, onde ele tem o nome de Olóodò (Senhor do Rio), e metade do tempo com seu pai, aprendendo a arte da caça/pesca etc, no reino das florestas, onde ele tem o nome de Oní igbó (Senhor das Matas - florestas). Então, ele é chamado de Oníigbó-Olóodò (Senhor das florestas e Senhor dos rios). Diz-se também que o barro das profundezas do rio (amòn) pertence a Ológùn Edé, que também atende pelo nome de Alámòn ibú odò (Senhor do barro das profundezas do rio).
Òrìsà também relacionado com o luxo, riqueza, beleza, aquele que entende tanto a mente feminina quanto a mente masculina. Isto, por causa de sua convivência com a mãe no reino das águas, e da sua convivência com o Pai, no reino das matas. Não significando por isso que ele seja andrógeno ou hermafrodita (macho e fêmea), uma desculpa muito utilizada por alguns para justificarem suas personalidades, sem quererem assumir suas responsabilidades, jogando-a assim sobre o òrìsà.
Espero que compreenda isso, entendendo isso, se entende o culto para o Òrìsà: Ológùn Edé. Outros nomes dados ao mesmo fazem alusão aos seus Òrìkís – Òríns etc. Vai de cada ser entender ou mesmo compreender isso.
Escuto falar de diferenças de culto entre Brasil x África, do tão famoso Ojugbó coletivo, daqueles que nunca fizeram um caminho etc.
Quem foi que disse que em casas de Candomblé nunca existiu o culto coletivo? Conheço quem começou assim, seguindo até hoje os padrões Áfricanos.
Fácil julgar uma cultura que sobreviveu a base de chicotadas, difícil mesmo para muitos é compreender as adaptações que existem e sempre vão existir em qualquer lugar do mundo.
Concordo com erros absurdos e a falta de conhecimento de muitos hoje em dia, discordo também daqueles que simplesmente ficam parados no tempo, evitando uma melhoria satisfatória dentro do que aqui no Brasil seguimos.
Diversos Òrùnkós ou Orukós foram colocados como ( Qualidades x Caminhos) outros simplesmente inventaram qualidade disso ou daquilo, esse come com esse, formando assim, aquele caminho.
Um exemplo claro seria: Àyirá-Oba Igbó-inã.
Tradução:
Àyirá-O Rei da floresta de fogo.
Hoje se tornou para muitos uma qualidade ( Àyirá Igbónã – Agbonãn ou Igbonãn como muitos dizem ). Vale lembrar que seu templo principal fica em Dasa Zumé em Vedji perto do hùnkpámè do vòdún sàkpàtá templo principal em área fòn.
Diversas Adaptações feitas em nossa cultura, deve ser reconhecida em qualquer lugar do mundo.
O tão famoso ( Pó / sagrado ) se faz presente até hoje em nossos cultos.
Dizem que:
Devemos praticar, a união faz a força, o diálogo faz o entendimento.
Agora infelizmente:
A união para fazer a força, não pode ser feita à força.
Agora a realidade:
A união faz a força perante as adversidades.
Vamos encontrar muitas adversidades, desencontros ou maneiras diferentes em nossa cultura.
Vale apena compreender, entendendo assim porque as mesmas existem como também vale apena compreender, entendendo porque as mesmas foram inventadas.
Se vai lhe servir de suporte, ai já e outra historia.

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