Segmento apoiado pela SID/MinC comemora em todo o país

Para o presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Toni Reis, o decreto presidencial é o reconhecimento governamental de que a homofobia existe no Brasil e que é preciso ter ações concretas para diminuir ou acabar com o preconceito, a discriminação e o estigma contra a comunidade LGBT. Ele informa que a ABGLT encaminhou ofício ao presidente da república pedindo a instituição da data no dia 29 de março de 2010.
“Esperamos que o exemplo do Brasil seja seguido pelos 75 país que criminalizam a homossexualidade e pelos 7 países em que há pena de morte para os homossexuais”, comentou Reis. Segundo ele, o segmento foi informado da assinatura do Decreto criando a data ainda na sexta-feira durante a realização do 10º Prêmio Cidadania em Respeito à Diversidade, promovido na capital paulista pela Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo.
Reis parabenizou o governo Lula, sobretudo a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República pelo empenho em aprovar o Decreto. “Ele (o decreto) vem para coroar a continuidade do Programa Brasil Sem Homofobia; a realização da 1ª Conferência Nacional LGBT; a criação da Coordenação Nacional LGBT, do Conselho Nacional LGBT e do Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos LGBT”, observa o presidente da ABGLT.
O dia 17 de maio de 1990 foi o dia em que a Assembleia Mundial da Saúde, órgão máximo da Organização Mundial da Saúde (OMS), retirou a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças. Desde então, a data é celebrada internacionalmente como o Dia de combate à Homofobia.
O movimento LGBT conseguiu, no final de maio, mais duas vitórias junto ao Governo Federal na sua luta em defesa dos direitos dos integrantes do segmento. A primeira dá direito aos companheiros homoafetivos dos homossexuais que são servidores do Ministério das Relações Exteriores de terem passaportes oficiais ou diplomáticos. A outra vitória trata da permissão de uso para os servidores, no âmbito da Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional, do nome social adotados por aqueles que são travestis ou transexuais.
Para o secretário da Identidade e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura, Américo Córdula, que representou o ministro da Cultura, Juca Ferreira, na 14ª Parada de Orgulho Gay, o combate à homofobia, que já fazia parte do Programa Brasil sem Homofobia, é fundamental na luta pelo direito à dignidade e o respeito à diferença no Brasil. “A SID criou, em 2004, um Grupo de Trabalho para fomentar as manifestações culturais do segmento LGBT em todo o país”, informa Córdula. Segundo ele, a SID/MinC apoia, desde 2005, a realização das Paradas de Orgulho LGBT e já realizou dois concursos culturais voltados para o segmento, além de dois prêmios culturais (2008 e 2009) que contemplaram 60 projetos culturais desenvolvidos por pessoas da comunidade LGBT.