sexta-feira, 15 de outubro de 2010

ALMIR GABRIEL DECLARA VOTO A ANA JULIA 13


Almir critica Jatene em discurso pró-Ana Júlia
Anivaldo Vale, Almir Gabriel e Ana Júlia (Foto: Davis Alves)

Começou por volta de 12h30, desta sexta-feira (15), no hotel Crowne Plaza, em Belém, a coletiva de imprensa convocada pela candidata da coligação Acelera Pará , Ana Júlia Carepa (PT), para anunciar o apoio do ex-tucano Almir Gabriel, a candidatura da petista.



Em seu discurso, Almir Gabriel confirmou o apoio à Ana Júlia e criticou o candidato do PSDB, Simão Jatene. "Ana nós não somos adversários. Nós dois lutamos pelo povo do Pará. O Jatene é preguiçoso e tem que ir para cada dele dormir, deixando a Ana Júlia trabalhar pelo povo paraense", diz Almir Gabriel.



A candidata Ana Júlia, ressalta que ela e o Almir Gabriel tem algo em comum, que é a luta pelo desenvolvimento do Pará. "Acredito que o povo do paraense está acima de qualquer diferença que possa existir", diz Ana Júlia para Almir

Oração ao Anjo da Guarda


Inseparável companheiro meu, que fostes destinado a acompanhar-me, segundo a vontade de Deus, na jornada da vida terrena.

Meu fiel protetor, dou-te muitas graças por me seguires instantemente,
livrando-me de todos os perigos e tentações do mundo!

Preserva-me do pecado e da desgraça, coloca-me no caminho do céu e apresenta ao Supremo Criador e Pai as minhas obras meritórias, as minhas orações, os meus sofrimentos e aflições e faze que na Santíssima Graça eu passe desta à vida eterna!

Assim seja!

———

Santo Anjo do Senhor
Meu zeloso guardador
Já que a ti me confiou a piedade divina,
Sempre me rege, guarde, governe, ilumine

ORAÇÃO PARA OS INIMIGOS

Você que me fez padecer na Terra;
que foi cruel e malévolo para comigo; que me humilhou e afligiu;
você, cuja má fé,tantas vezes me acarretou duras privações…

Não somente te perdôo, mas até te agradeço…
Intencionando me fazer mal,
não suspeitavas do bem que esse mal me proporcionaria…

É verdade, portanto, que a você devo grande parte da felicidade que tenho,
uma vez que me facultastes ocasião para perdoar e pagar o mal com o bem…

DEUS te colocou em meu caminho para aferir a minha paciência,
exercitando-me na prática da mais difícil caridade: a de amar os inimigos.

Por que Respeitar a Religião do Próximo

As Religiões, por definição, buscam religar o ser
humano com sua Fonte Una, Pai Celestial, Deus ou qualquer outro nome que seja
oportuno; enquanto a Ciência tem demonstrado a mútua conversibilidade da
energia e da matéria, particularmente depois dos trabalhos no século XX do Dr.
Albert Einstein, que era um cientista místico. Portanto, é anacrônico
denominar-se materialista no século XXI, uma vez que a própria Ciência descreve
o Universo como se fosse um grande oceano de energia com diversos graus de
condensação, confirmando as diversas escrituras religiosas que mencionam que no
princípio tudo era Verbo (energia sonora) ou Luz (energia eletromagnética), que
poderia chamar-se de uma energia primordial onipresente ou essencial.



É fundamental, pois, que as diversas Religiões conduzam ao convívio tolerante e pacífico na
busca dessa essência ou unidade primordial, que somente a ignorância e a
superstição na mente dos seres humanos podem obscurecer. Dessa forma, como reza
a constituição da UNESCO: “uma vez que a guerra começa na mente dos homens, é
na mente dos homens que as defesas de paz devem ser construídas.”



Nada pode ser mais contraditório, portanto, do que as Religiões causarem guerra ou separação
entre os seres humanos, quando deveriam religá-los com a Luz da Unidade, como
dizia Krishnamurti em Aos Pés do Mestre
(Ed. Teosófica): “Muitos crimes os homens cometeram em nome do Deus de Amor,
movidos por este pesadelo da superstição; cuida muito, pois, para que dela não
reste em ti o menor vestígio.”(p. 92) “Deves sentir perfeita tolerância por todos e um sincero
interesse pelas crenças daqueles de outra religião, tanto quanto pela tua
própria. Porque a religião dos outros é um caminho para o Supremo, da mesma
forma que a tua. E para auxiliar a todos deves a todos compreender.”

O escândalo tucano do petróleo e a tentativa de privatizar a Petrobrás

A publicação de um extrato do livro “O Brasil privatizado”, de Aloysio Biondi, fez sucesso entre nossos leitores. Recebemos vários pedidos para que continuássemos a publicar os textos de Biondi sobre os anos em que Fernando Henrique e Serra devastaram o país. Por várias razões, recomendamos a estes leitores que recorressem à biblioteca digital da Fundação Perseu Abramo, onde poderão encontrar o livro de Biondi.
No entanto, depois que Serra e outros tucanos saíram, quase aos berros, para negar seus planos de privatizar o pré-sal e para negar que tenham tentado privatizar a Petrobrás, resolvemos republicar os trechos de “O Brasil privatizado” sobre a ação lesa-pátria do governo Fernando Henrique, com seu ministro do Planejamento, José Serra, na área do petróleo.
Na época, o pré-sal ainda não fora descoberto. Mas o que eles fizeram nas áreas em que a Petrobrás, até então, explorava petróleo é suficiente para que tenhamos uma ideia de quais são os planos dessa quadrilha – não conseguimos encontrar termo mais adequado – para o pré-sal.
Há algo que Biondi ressalta: como aquele governo impediu o Brasil de chegar à autossuficiência petrolífera. O autor, falecido no ano 2000, infelizmente, não pôde ver o Brasil atingindo a autossuficiência – em abril de 2006, quando a produção superou o consumo pela primeira vez na História do Brasil. Mas, para se atingir esta meta, foi necessário afastar o bando que estava no poder quando Biondi escreveu seu livro, derrotar Serra e eleger o presidente Lula.
O principal conselheiro de Serra para a área energética, David Zylbersztajn, declarou-se, há alguns dias, favorável à privatização do pré-sal. Denunciado por Dilma Rousseff, disse que era “apenas” a favor de manter o regime de concessões – a criminosa lei do petróleo de Fernando Henrique – no pré-sal. Razão, evidentemente, tem o atual presidente da Petrobrás, Sergio Gabrielli: manter as concessões às multinacionais no pré-sal (uma área onde, inclusive, inexiste o risco de não achar petróleo) é exatamente o mesmo que privatizá-lo.
Nos trechos que hoje reproduzimos, Biondi aborda a então “nova” lei do petróleo. Por exemplo: “com base na nova lei, a Petrobrás foi obrigada a entregar todos os estudos e relatórios de pesquisas que ela fez sobre as possíveis jazidas de petróleo no Brasil. Estudos e pesquisas de décadas, que custaram dezenas e dezenas de bilhões de reais à Petrobrás, isto é, ao povo brasileiro. E que foram entregues à Agência Nacional do Petróleo de graça, com um único objetivo: serem vendidos às empresas interessadas em participar das concorrências. O preço cobrado pela Agência? De novo, parece incrível: apenas 300 mil reais por todo o “pacote” de pesquisas que custaram bilhões de reais ao Brasil. Isso mesmo, 300 mil reais. E tem mais: as empresas que quiserem comprar os estudos relativos apenas a uma região do país poderão pagar uns 20 mil, 30 mil reais, qualquer trocadinho por eles”.
Estava em curso um processo de privatização da Petrobrás, já esquartejada em 40 partes, para ser vendida aos pedaços. O depravado Zylbersztajn (que, em 1998, quando tomou posse na Agência Nacional do Petróleo, disse, em seu discurso, aos representantes das multinacionais: “o petróleo é vosso!”) também aparece no livro de Biondi - prometendo vender as refinarias da Petrobrás.


C.L.


ALOYSIO BIONDI

A Petrobrás, mesmo em fases de grave turbulência da economia brasileira, consegue facilmente empréstimos externos. O governo é que a tem impedido de recorrer a essas fontes para acelerar a produção de petróleo; portanto, não é por sua culpa que o Brasil não é auto-suficiente em petróleo até hoje, argumento desonestamente utilizado para abrir caminho à privatização da Petrobrás na surdina, operação já em andamento (veja mais à frente).

De tão manipuladas, chegam a ser revoltantes as críticas à Petrobrás e aos preços da gasolina no Brasil, “os mais altos do mundo”, como berram erradamente os críticos. Nunca se diz à população que, ao longo dos anos, a Petrobrás sempre teve direito a uma parcela mínima sobre o preço do litro de gasolina e de outros produtos, com a maior parcela sendo representada por impostos, taxas e, em determinados períodos, até por uma fatia para “baratear o álcool”. Para se ter uma idéia da realidade: em outros países, a margem (porcentagem) de lucro das distribuidoras é três vezes maior do que a recebida pela Petrobrás, que se limitava a 9 centavos por litro, quando o litro da gasolina estava a 59 centavos.

A Petrobrás descobriu na bacia de Campos uma jazida submarina de petróleo responsável por poços capazes de produzir, cada um, o volume fantástico de 10 mil barris por dia. O campo de Marlim, como é chamado, produz hoje 240 mil barris de petróleo por dia, ou 20% de toda a produção nacional. Para chegar a esses resultados fantásticos, a Petrobrás já gastou a quantia também fabulosa de 2,6 bilhões de dólares. Agora, a estatal deseja investir mais dinheiro no campo, para chegar à produção local de 500 mil barris/dia. Serão mais 2,3 bilhões de reais, totalizando, portanto, 4,9 bilhões de reais ou, arredondados, 5 bilhões de reais, aplicados em Marlim. No entanto, depois que a Petrobrás, isto é, o povo brasileiro, que é seu verdadeiro dono, caminha para gastar 5 bilhões de reais na região, o governo FHC ordenou que a estatal convide grupos privados para participar dos “gastos” no projeto – e, é claro, também dos lucros bilionários que eles proporcionarão.

Quanto os sacrificados “sócios” vão precisar desembolsar? A cifra espantosamente baixa de 140 milhões de reais. Se forem mesmo 20 “sócios”, como previsto, cada um aplicará 7 milhões – e ficará sócio de um projeto que terá custado 5 bilhões de reais à sociedade brasileira. Um negócio escandalosamente escandaloso. Qual o argumento do governo para adotar essa fórmula? Segundo o BNDES, em seu boletim Informe BNDES de fevereiro último, o governo cortou o orçamento da Petrobrás em 1 bilhão de reais em 1999 e, para não prejudicar “as metas de aumento da produção de petróleo”, era “necessário que parte dos investimentos inicialmente previstos com recursos da própria Petrobrás fosse realizado pela iniciativa privada”... Atenção: o fato de os “acionistas” desembolsarem apenas 140 milhões de reais para participar do projeto não significa que eles terão uma participação pequena, proporcional ao seu investimento, nos lucros de Marlim. Não. Eles terão praticamente 30% ou um terço dos lucros. Por quê? Como assim? O BNDES formou uma espécie de empresa, chamada Sociedade de Propósito Especial, com um capital de 200 milhões de reais, dos quais 140 milhões dos tais “sócios” e 60 milhões do próprio BNDES.

Essa empresa foi criada apenas para pedir um empréstimo especial, no exterior, de 1,3 bilhão de reais, para ser aplicado no campo de Marlim. Quer dizer: os “sócios” foram chamados somente para tomar dinheiro emprestado – que a própria Petrobrás conseguiria facilmente no exterior. E com esse dinheiro emprestado vão aplicar 1,3 bilhão de reais, mais os 140 milhões de seu “capital” – isto é, o total de 1,44 bilhão, equivalente a menos de um terço dos gastos de 5 bilhões de reais – e ter, portanto, direito àquela participação de 30% nos lucros. Uma calamidade. A fórmula escolhida para o campo de Marlim, com sócios “páraquedistas” engolindo lucros de bilhões que seriam da nação, é apenas uma das operações que o governo vem realizando para privatizar a Petrobrás de forma silenciosa, sem reação da opinião pública.

O governo FHC fez uma promessa para conseguir que o Congresso Nacional aprovasse a nova lei que acabou com o monopólio estatal na exploração do petróleo, em 1997. Assegurou que a Petrobrás não seria privatizada; assim, outras empresas poderiam procurar e explorar petróleo, bem como participar de todas as atividades do setor (refino, distribuição etc.) como concorrentes, mantendo-se a existência da estatal. Graças a manobras dos deputados e senadores governistas, no entanto, foi aprovado um substitutivo ao projeto original que, segundo críticas feitas pelos oposicionistas na época, abriu as portas para a privatização silenciosa da Petrobrás. Como? A nova lei permitiu que todo e qualquer setor de atividades da Petrobrás possa ser “roubado” da empresa e vendido a grupos privados. Por exemplo: o governo pode criar uma empresa “nova” somente para ser dona das refinarias da Petrobrás, ficando portanto com o setor de refino. E, em seguida, vender a empresa. A mesma coisa poderia ser feita – nova empresa e venda – para a exploração de gás. Ou para os oleodutos e gasodutos. Ou para a própria exploração de petróleo. Em resumo: no final de algum tempo, todas as atividades da Petrobrás já não existiriam. Ela seria uma empresa existente apenas no papel. Uma empresa “casca de ovo”, como dizem os especialistas.

Os temores dos críticos, como a Associação dos Engenheiros da Petrobrás, estão sendo confirmados com o “esvaziamento” da Petrobrás – sem que a opinião pública perceba:

• DISTRIBUIÇÃO – nessa área, já não havia monopólio, isto é, empresas privadas como a Shell participam da venda ao consumidor há décadas. Ainda assim, o ministro das Minas e Energia anunciou recentemente que o governo “talvez” venda parte dos postos da Petrobrás. Motivo? A Petrobrás Distribuidora é responsável por um terço do abastecimento de combustíveis do país, posição que conquistou, frise-se, apesar da concorrência. Isso, diz o governo, seria um “exagero”. No mundo todo há fusões gigantescas nessa área, ganhando manchetes. E justamente um ministro de um governo que defende uma política de concentração de empresas, financiando certos grupos, vem com a justificativa contraditória de vender parte da Petrobrás Distribuidora para “evitar” seu gigantismo...

• REFINARIAS – o presidente da Agência Nacional de Petróleo, David Zylbersztajn, também anunciou que “talvez” a Petrobrás venda algumas de suas refinarias...

Ainda, acredite-se...

Com base na nova lei, o governo FHC já providenciou “parcerias” para a Petrobrás, isto é, sócios estrangeiros e nacionais que passarão a investir, junto com a empresa estatal, em pesquisa e exploração de campos de petróleo.

E, para completar, o governo FHC também “tomou” da Petrobrás áreas em que ela havia descoberto petróleo, ou indícios de petróleo, para entregá-las a empresas nacionais ou multinacionais, por meio de licitações (concorrências). Parece incrível, mas é verdade: com base na nova lei, a Petrobrás foi obrigada a entregar todos os estudos e relatórios de pesquisas que ela fez sobre as possíveis jazidas de petróleo no Brasil. Estudos e pesquisas de décadas, que custaram dezenas e dezenas de bilhões de reais à Petrobrás, isto é, ao povo brasileiro. E que foram entregues à Agência Nacional de Petróleo de graça, com um único objetivo: serem vendidos às empresas interessadas em participar das concorrências. O preço cobrado pela Agência? De novo, parece incrível: apenas 300 mil reais por todo o “pacote” de pesquisas que custaram bilhões de reais ao Brasil. Isso mesmo, 300 mil reais. E tem mais: as empresas que quiserem comprar os estudos relativos apenas a uma região do país poderão pagar uns 20 mil, 30 mil reais, qualquer trocadinho por eles. Um assalto, literalmente, contra os contribuintes e cidadãos brasileiros, que pagaram as pesquisas da Petrobrás ao longo de décadas.

Detalhe final, que retrata o comportamento do governo FHC e seus aliados no Congresso: há empresas multinacionais que também estudaram o subsolo brasileiro, na década de 1970, como participantes dos contratos de risco do governo Geisel. A nova lei, financiando certos grupos, vem com a justificativa contraditória de vender parte da Petrobrás Distribuidora para “evitar” seu gigantismo...


GOLPE FINAL


O governo abriu licitações para a exploração de petróleo em várias áreas do país. As empresas interessadas devem fazer um “lance”, uma proposta inicial. Qual foi o lance? Quantos milhões? Quantos bilhões? Ora, por quem sois. As empresas ofereceram de 50 mil a 150 mil reais pelo petróleo que o governo FHC está leiloando. O Brasil vai se vender por 50 mil reais.


PERGUNTINHA



Se o governo diz que a Petrobrás precisa de mais dinheiro para acelerar as pesquisas, por que não aumenta o seu capital, vendendo ações a toda a população – seguindo o exemplo da Inglaterra de Thatcher, ou da Itália, ou da França? Por que chama meia dúzia de grupos privilegiados para serem sócios em projetos bilionários em que toda a sociedade investiu?


BNDES


Numa sexta-feira, cinco dias antes do leilão de “privatização” da Cemig, empresa de energia de Minas Gerais, o presidente Fernando Henrique Cardoso assinou um decreto revolucionário. Por ele, o BNDES ficou “autorizado” a – leia-se “recebeu ordens para”– conceder empréstimos também a grupos estrangeiros.

Reviravolta histórica – e inconcebível. Criado para dar apoio ao desenvolvimento nacional, o banco estatal se concentrou inicialmente no financiamento a projetos de infra-estrutura e, posteriormente, como instrumento de política industrial, recebeu a incumbência de criar condições de competição para grupos nacionais. Para cumprir esse papel, o BNDES estava proibido por lei de financiar empresas estrangeiras. O decreto presidencial de 24 de maio de 1997 escancarou os cofres do BNDES às multinacionais, para que comprassem estatais. Isso ao mesmo tempo que o banco continuava proibido de conceder empréstimos exatamente às estatais brasileiras, incumbidas dos setores de infra-estrutura e básicos. Na quarta-feira seguinte, um grupo norte-americano comprou um bloco de um terço das ações da Cemig por 2 bilhões de reais, com metade desse valor financiado pelo BNDES. Pois é.
A submissão do governo brasileiro aos interesses de outros países culminou com esse “arrombamento” do BNDES pelas multinacionais. Mas essa submissão estava presente no processo de privatizações há muito tempo – sempre com imensos prejuízos aos interesses do país. Exemplos:
• ENERGIA ELÉTRICA – às vésperas do leilão da Light, o governo brasileiro cedeu a uma série de pressões dos “compradores” em potencial. Coube a Elena Landau, diretora de desestatização do BNDES, e posteriormente diretora de um banco estrangeiro, anunciá-las na linguagem complicada de sempre, para evitar que a opinião pública se apercebesse da gravidade das decisões.

a) Tarifas – enquanto dizia que as tarifas seriam reduzidas para beneficiar o consumidor, o governo já havia concordado em reajustá-las todos os anos, de acordo com a inflação medida pelo IGP-DI (isto é, o governo concedeu reajustes automáticos, indexou). Prazo previsto para essa indexação durar: cinco anos. Prazo anunciado por Elena Landau: oito anos. Mais três anos de reajuste automático.

b) Tecnologia – foi concedida “liberdade” para os compradores adotarem a tecnologia que bem entendessem. Em bom português, o que isso significava realmente? Tecnologia é sinônimo de equipamento. Então, o que o governo deu foi liberdade para a Light e outros futuros “compradores” adotarem tecnologia de suas matrizes, fornecida, é óbvio, pelas fábricas de seus países de origem.
Essa concessão trouxe a conseqüência previsível: as empresas “privatizadas” passaram a importar maciçamente equipamentos, peças, componentes. “Quebraram” a indústria nacional. E “torraram” dólares, contribuindo para a crise futura do real.

c) Endividamento – outra “liberdade” concedida aos compradores: decidirem livremente os meios de financiar seus investimentos futuros, isto é, desapareceu a exigência de que as multinacionais trouxessem capital próprio para aplicar no país. Elas puderam recorrer a empréstimos no mercado mundial, aumentando o endividamento e o pagamento de juros pelo Brasil. Outro fator de derrocada do real.

d) Passa-moleque – finalmente, a senhora Elena Landau foi incumbida de noticiar, também, que o governo havia abandonado o modelo que sempre divulgara para a privatização das empresas de energia. Até então, assegurava-se – inclusive ao Congresso Nacional – que o governo participaria ativamente da gestão da administração das empresas privatizadas. A reviravolta: o governo desistia de ser co-gestor, para concentrar-se no papel de fiscalizador do setor. Autonomia total para as multinacionais agirem de acordo com seus interesses. E de seus países.

e) Quem manda no país – com as privatizações, o governo poderia até extinguir o Ministério da Energia, pois ele perdeu qualquer função. Como assim? Também inacreditavelmente, toda a política energética do Brasil passou a ser decidida por uma espécie de “condomínio”, como diz o governo, formado pelas empresas de energia agora privatizadas, ou “operadoras”... Seu nome? Operador do Sistema Nacional – OSN. Um “condomínio” que, ao contrário do que os brasileiros pensam, não ficou responsável apenas pelo sistema de transmissão de energia, e do qual a opinião pública veio a tomar conhecimento por causa do “apagão” de março de 1999. Seus poderes são totais: o “condomínio” de operadoras substituiu o governo e passou a decidir onde, quando e como devem ser construídas usinas, quais as regiões prioritárias etc. O problema de tarifas e qualidade de serviços ficou com a Agência de Energia Elétrica, do governo. O resto, com a OSN, das operadoras. Para que Ministério? O governo não manda mais nada mesmo. Nem governa mais.