segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

NO TAMBOR DE MINA NÃO SE FAZ OLUBAJÉ

Quando se fala de tradicão se estabelece um dialogo entre o passado e o presente entre as práticas ritos e formas de expressão a partir de um contínuo fazer simbólico que reforça o sentimento de pertencimento. Assim a prática ritualística tem que ser fiel a sua gênese historica e mítica. No Maranhao as Casas de Tambor de Mina realizam a mesa de Toy Akossu chefe da família Danbirá do pateon de Odan Mina Djeje. Trata-se de um rito de oferta de alimento sacro Mina aos adeptos. NÃO SE TRATA DE OLUBAJÉ que é uma tradicao nagô ketu baiana. Vamos aqui ressaltar que o Tambor de Mina do Maranhão afora Casa das Minas é predominantemente nagô com grande influêcia djeje por isso Djeje-Nagô. Tal influência deu-se no período de estruturação das grandes casas em suas trocas de conhecimentos quando da necessidade de unir para proteger da opressao e isso conservou muita coisa. Claro que a junção não foi fusão e sim superposição baseada em respeito a ritos próprios. Assim 20 de janeiro ou 11 de fevereiro é o grande dia dos voduns jeje nos espaços dos terreiros tradicionais do Tambor de Mina. Assim no Tambor de Mina,seja no Maranhão ou em qualquer outro lugar a família de Toy Akossu não reconhece o OLUBAJÉ do candomblé. Nunca esse rito (olubajé) foi realizado nas casas de Mina do Maranhão , casa de Pai Jorge de Yemanja, Casa Fanti, e nem seus descendentes realizam. Pior que a deturpaçao do modelo ritual é a inserção de cânticos típicos do Olubajé do candomblé como aê aje um bò.... Neste sentido se faz esse esclarecimento com sentido de salvaguarda e proteção dos modos de ser e formas de expressão do Tambor de Mina nascido no Maranhão para o Brasil hoje um patrimonio cultural tradicional que deve ser acautelado e protegido "de inovações ou enxertos" descaracterizantes. NÃO SE FAZ OLUBAJÉ NO TAMBOR DE MINA pois não compõe sua estrutura ritual tradicional e bem viva. Vodùn adoji Akossu. (Neto de Azile - especialista em gestão do patrimônio cultural imaterial/Crespial/Unesci/Iphan e Vodùno do Tambor de Mina)

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