sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

UMA REFLEXÃO

Saudações!!
Peço a benção aos meus mais velhos e também aos meus mais novos...sou membro dessa rede a muito tempo...recebo vários artigos que acho interessante a discussão mas..sempre observo.
Venho neste momento em que mais..um ano está se acabando...e..um...novo está vindo..novo esse que vem com grandes desafios para nós que somo do axé, para nós que somos lideranças espirituais, para nós que durante anos e anos, lutamos por 3 palavras e..é..com essas 3 que início a reflexão.
1- TOLERÂNCIA : Disposição de admitir, nos outros, modos de pensar, de agir e de sentir diferentes dos nossos: na vida social, a virtude mais útil é a tolerância. Favor feito a alguém em determinada circunstância: isto não é um direito, é uma tolerância.
Com esse ponto, quero deixar: O que adianta lutarmos por tolerância se internamente somos intolerantes..ao ponto de não nos respeitarmos..enquanto fazemos isso internamente...de Pai..falar mal de Mãe..de Mãe falar mal de Pai...de Ogã..não respeitar..de ekedji..não respeitar ninguém..de mais..velhos não respeitarem os mais novos..( esquecendo que tod@s já fomos nov@s) isso incluo todas as nações..PENSEM!!

2 - RESPEITO: Sentimento que leva a tratar alguém ou alguma coisa com grande atenção, profunda diferencia, consideração,reverência, respeito filial. Obediência, acatamento, submissão: respeito as leis.
Esse Ponto deixo a reflexão:
Quando entramos na vida do axé...aprendemos tudo isso..através dos ensinamentos dos nossos orixás, voduns, inkisses e caboclos. PENSEM!!

3- HUMILDADE: Ausência completa do orgulho. Rebaixamento voluntário por um sentimento de fraqueza ou respeito: praticar a humildade.
Esse último ponto falo:
Depois que aprendemos a respeitar..os nossos Orixás, Voduns, Inkisses e Caboclos nos ensinam a sermos HUMILDES, pois o que adianta se ter anos e anos de iniciação se não se tem a HUMILDADE.]
Hoje sofremos com ataques tanto da Igreja "Católica" como a "Protestante" e não fazemos nada..sabem por que meus/minhas irmão / irmãs. Por que não somos UNIDOS.
PENSEM!!
Escrevo este não como uma forma de desabafo..
Mas..pedindo ao Orixá que vai reinar o ano de 2011..que ponha isso na nossa cabeça ( e eu..estou incluído)
Que o ano de 2011..seja de muito AXÉ!!

LIÇÃO DE EXU

Em um Dia agitado em Todo Mundo Exu Rondava a Visitar os Seus Filhos Que Haviam se esquecido dos Aliados do Plano Espiritual Quando se deparou Com uma Situação Muito Interessante, era um filho Seu que Não Havia Esquecido o Pai, Porém Estava Revoltado e Decidido a Blasfemar o quanto Pudesse a quem um Dia o ajudara Tanto. Esse filho estava Tão Revoltado que Gritava aos Quatro Cantos e Exu Decidiu Parar Ali e Ver o Que Pensava Sobre ele Aquele Filho Revoltado Que Não Parava de Gritar:



-Foi Exu, é Tudo Culpa Daquele Demonio dos Infernos. Eu o Servi Por Muitos Anos Como um escravo e Veja Hoje a Minha Situação, Não Tenho Familia, Dinheiro, Amigos e Nem Mesmo um Teto Para Morar. Não Caiam na Tentação do Demonio Ele Lhes Prometera Muitas Coisas Mais no Final Nada Fará Por Vocês...

Ele Continuou Durante Horas a Blasfemar Quem Tanto o Ajudara Num Passado Recente e Só Parou Quando Viu a Magestosa Figura do Guardião das Encruzas a Sua Frente Indagando-o:

-Por Que essa Revolta Homem?

-Porque fez isso comigo? Para que me Deixar Chegar a esse Ponto?_respondeu Com Outra Indagação o Homem_



E Exu explicou:

-Não Fui Eu Que o Deixei Chegar a esse Ponto, você é Que se Jogou Nessa Lama Onde Hoje se Encontra! Lembra-se que Errou Querendo Fazer Furtuna Com um Dom que Lhe foi Concedido Para Auxiliar ao Proximo, Lembra-se que Nada Além da Paz e Satsfação Espiritual Foi Prometido a Você, e que Também Eu Lhe Disse que a Estabilidade Material Só Viria Após a Maturidade Espiritual.

-Sim Sei que Errei, Mas Sei Também que Vós Errou Junto a Mim Pois Quando Eu Lhe Enviava Algum Pensamento ou Pedido de Ma Fé o Senhor Não Me Dizia se eu Estava Certo ou Errado!_Respondeu o Homem em Prantos_



E Exu Após Uma Gargalhada Retrucou:

-Eu Nunca Lhe Disse se Estava Certo ou Errado Por Que Não Existe Certo ou Errado, Bom ou Ruim, Existe Apenas Aquilo que é Justo. Eu Sou Exu e Trabalho Em Harmonia Com o Universo, Eu Não Sou Bom e Não Sou Ruim, Não Sou Certo e Nem Tampouco Errado, Sou Apenas Justo. Você Fez Muito Mal a Muitos que o Procuraram Buscando Auxilio e Por Isso se encontra Assim Hoje Pois Não Procurou a Paz de Espirito, Apenas Visou a Abonança Material que Como Eu Ja o Havia Alertado Só Viria Após Uma Maturidade Espiritual, que Por Sua Vez Dependia de Sua Paz de Espirito que Só Viria Com a Cariade e Compaixão ao Proximo. Você Sabia De Tudo Isso, Porém Preferiu Seguir um Caminho Mais Longo e Doloroso. Eu Não Interferi em Nenhum Moento Pois se Assim Fizesse Estaria Influindo no Seu Livre Arbitrio.

-Tudo Bem Agora Compreendo que Para Estar Bem é Preciso Querer Bem a Todos a Nossa Volta e Não Somente o Nosso, Mas Agora que Entendi Por Favor Ajude-me, Esteja Ao Meu Lado e Reerga-me Com Todo Seu Axé?!_Implorou o Homem Ja Caido ao Chão Sem Forças Após Tanto Chorar_



E Exu Com Uma Nova Gargalhada Exclamou:



-Nunca Deixei de Estar ao Teu Lado, Nunca Lhe Neguei a Mão Você Foi quem Virou-me as Costas e Desistiu de Viver. Para se Reerguer Basta se Levantar e Continuar Sua Jornada Honestamente, e se Assim O Fizer Sempre que Precisar Eu Serei Justo e o Ajudarei, Porém se Novamente Errar Novamente Serei Justo e o Punirei.

EXU, O Justo Guardião das Encruzas

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Por que o professor Paul Krugman defende a bandeira do Tio Sam

O economista Paul Krugman, que em suas colunas no New York Times normalmente rebate a defesa de Wall Street, concilia ao “culpar o estrangeiro” por tentar se salvar, ao invés do sistema e seus interesses corporativos, argumenta Michael Hudson no artigo que começamos a publicar hoje

MICHAEL HUDSON *

Eis o dilema no qual a economia dos EUA se encontra: a política do Fed de alívio quantitativo [Quantitative Easing (QE2): a emissão de mais US$ 600 bilhões] – criando mais liquidez de forma que os bancos possam emprestar mais – busca ajudar a economia a “tomar emprestado sua saída da dívida”. Porém os bancos não estão emprestando mais, pela simples razão de que um terço dos imóveis dos EUA já se encontram hipotecados, enquanto os negócios pequenos e médios (que criaram a maior parte dos empregos nas últimas décadas) têm visto suas garantias preferenciais (imóveis e duplicatas) encolherem. Como se pode esperar que os bancos emprestem mais para reinflar os preços dos ativos da economia enquanto os salários e os preços ao consumidor continuam a cair? A economia “real” como um todo, portanto, deve encolher.
O que tornou a discussão sobre a política do Fed tão importante na última semana foi uma série de debates entre republicanos e democratas. A situação em deterioração levou um grupo de estrategistas políticos e econômicos republicanos a publicarem uma carta aberta ao presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, criticando a política do Alívio Quantitativo, inundando a economia com liquidez que transborda para os mercados de câmbio estrangeiros, para empurrar a taxa de câmbio do dólar para baixo. Não deixa de ser uma crítica. Mas que apenas arranha a superfície.
Vem Paul Krugman, um dos mais progressistas defensores da política do Partido Democrata. Suas colunas no New York Times normalmente rebatem a defesa de Wall Street e dos interesses corporativos pelos republicanos. Porém, ele concilia ao bater na China. “Culpar o estrangeiro”, ao invés do sistema, é normalmente uma resposta direitista, e ainda assim Krugman acusa a China simplesmente porque ela tenta se salvar, evitando tornar-se vítima das políticas de Wall Street, que ele normalmente critica quando a presa é o trabalhador. Ao culpar a China, ele não apenas deixa o Conselho do Federal Reserve e sua configuração pró-Wall Street aliviados, como acusa virtualmente todo mundo que se confrontou, duas semanas atrás, como uma frente unida em Seul, com o nacionalismo financeiro de Obama, quando ele e sua entourage receberam um quase unânime tapa na cara nos encontros do Grupo dos 20.
Tristemente, a coluna de Krugman “Eixo da Depressão”, na sexta-feira, 19 de novembro, mostrou a extensão de suas soluções preferidas: não vão além de um remendo marginalista. Seu artigo endossa a tentativa do Fed, através do alívio quantitativo, de reinflar a bolha imobliliária, ao inundar os mercados com créditos suficientes às mais baixas taxas de juros. Ele credita ao Fed a busca por “criar empregos”, não simplesmente socorrer bancos e manter as hipotecas sobre as propriedades em condição devedora.
A realidade é que reinflar os preços dos imóveis não vai facilitar a vida dos que vivem de salários e dos mutuários que fazem equilibrismos para viver. Baixar os juros vai reinflar os preços dos imóveis (“criação de riqueza” no estilo Alan Greenspan), elevando o grau de endividamento a que os novos mutuários precisam incorrer para adquirir suas casas. E quanto mais se paga pelo financiamento, menos sobra para gastar com mercadorias e serviços (a economia “real”). O emprego vai encolher em uma espiral financeira de austeridade.
Infelizmente, a maioria dos economistas estão sob lavagem cerebral, submetidos à trivialização da fórmula MV=PT. A ideia é que mais dinheiro (M) aumenta os “preços” (P) – supõe-se que os preços dos bens de consumo e os salários. (Pode-se ignorar a velocidade (V), que é meramente um resíduo tautológico.) (T) são as “transações”, e, quando se refere ao PIB, passa a ser (O) [para Output – Produção].
Ocorre que em torno de 99,9% do dinheiro e do crédito não é gasto em produtos de consumo (o “T” da equação MV = PT). Todos os dias um PIB inteiro passa pela Caixa de Compensações de Nova Iorque e pelo Câmbio Mercantil de Chicago, através de empréstimos bancários, ações e títulos, pacotes de hipotecas, derivativos e outros ativos financeiros e apostas. De forma que o efeito do alívio quantitativo do Fed (inflação monetária) é inflar os preços dos ativos, não os preços dos produtos de consumo e de outras mercadorias.
Esta é a dinâmica central do capitalismo financeiro de hoje. Ele sobrecarrega as economias com dívidas – e quando o serviço da dívida ultrapassa o saldo com o qual ela é paga, o Banco Central tenta “inflá-lo a escapatória da dívida”, criando novo crédito (“dinheiro”) para valorizar os imóveis, ações e títulos – o suficiente para que os devedores possam tomar emprestado o valor que devem. Este é o deus ex machina, o influxo externo de crédito para permitir que as economias financeirizadas operem seus esquemas Ponzi [pirâmides financeiras]. A dinâmica é encorajada pela taxação dos ganhos (“capital”) especulativos a um índice mais baixo do que os salários e os lucros. Então, por que os investidores deveriam financiar investimento em capital palpável, quando eles podem surfar na onda da inflação dos preços de ativos? A Bolha Econômica se torna uma “criação de riqueza” especulativa.
Isso poderá funcionar? Por quanto tempo crédulos investidores irão apostar em esquemas de pirâmide que crescem a uma taxa exponencialmente impossível, desfrutando da fictícia “criação de riqueza”, ao mesmo tempo que os banqueiros sobrecarregam a economia com dívidas? Por quanto tempo as pessoas pensarão que a economia está realmente crescendo quando os bancos emprestam para uma economia supervisionada por desregulamentadores ideológicos das agências?
O ideal dos banqueiros é o superavit completo, além e acima da capacidade de subsistência, a ser pago na forma de juros e tarifas – toda a renda pessoal disponível, o fluxo de caixa das corporações e a renda dos imóveis. Portanto, quando a QE do Fed rebaixa as taxas de juros das hipotecas, isso vai permitir que os donos de casas paguem menos – ou simplesmente vai elevar a taxa de capitalização do valor dos aluguéis?
A história de cobertura do Fed é que a QE beneficia os mutuários ao reduzir a dívida que eles devem arcar. Porém, se isso fosse verdade, seu ganho seria a perda dos bancos – e os banqueiros são os que, principalmente, constituem o Fed. Para o Federal Reserve, o “problema” econômico é que os preços das moradias em queda (quer dizer, mais acessíveis) estão matando os balanços dos bancos. Portanto o real objetivo do Fed é reinflar a bolha imobiliária (enquanto estimula, também, se puder, uma bolha no mercado de ações).
Uma coluna de Andy Kessler no Wall Street Journal (também publicada na sexta, 19 de novembro, data da coluna de Krugman no The New York Times) apontou para isso – mas também reconheceu que o Fed iria criar um desastre em relações públicas se viesse explicar que sua motivação para o QE2 era reverter a queda nos preços das propriedades. “Bernanke criaria um pânico se declarasse de forma pública que se não fosse por seu pó mágico de dólares os imóveis cairiam em um despenhadeiro”, e se admitisse que os balanços dos bancos ainda sofrem com “hipotecas e derivativos tóxicos”. Mas o grau de informação sobre a solvência bancária é amplamente fictício e se reflete no fato de que o valor do Bank of America (que comprou o Countrywide Finance) para o mercado de ações é somente metade do informado em seus livros, enquanto que o do Citibank está descontado em 20%.
A execução é, claro, ruim para os mutuários, mas é até pior para os bancos, porque o valor da pirâmide financeira de crédito, erigida na última década, torna-se lixo hipotecário. O problema com a análise de Krugman é que ele presume que a QE – cuja intenção é reinflar a bolha imobiliária – é boa para o emprego e até para a renovação da competitividade dos EUA, e não sua antítese. Ao focar somente no comércio e no trabalho, ele conclui que o dólar está se enfraquecendo apenas por causa do deficit comercial, não por conta das despesas militares e do vôo de capitais [para o exterior]. E ele assume que reinflar a bolha imobiliária – o objetivo explícito do Fed – fará as exportações dos EUA mais competitivas ao invés de menos! Da forma mais séria, ele assegura em sua coluna de 19 de novembro que “a razão central do ataque ao Fed é o auto-interesse, puro e simples. A China e a Alemanha querem que a América siga não competitiva”.
Não é isso que tem sido dito a mim na China e na Alemanha. Eles simplesmente querem evitar uma instabilidade que perturbe seu comércio e sua produção interna, e evitar perdas em suas reservas internacionais, que mantiveram (principalmente após o efeito de inércia das I e II Guerras Mundiais, quando os Estados Unidos aumentaram sua participação no ouro de todo o mundo em 80%, em 1950). O Tesouro dos EUA gostaria que os bancos dos EUA e os especuladores ganhassem US$ 500 bilhões fáceis, às expensas do Banco Central da China, pelo deslizamento especulativo da moeda do comércio. O Fed gostaria de ver a economia dos EUA renascer pela pilhagem das demais economias.
Isso não vai acontecer. O decadente padrão dólar das finanças internacionais está sendo ferido à velocidade em que as outras moedas se tornam capazes de substituir o dólar por trocas de moedas entre eles, liderados pelos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China). A África do Sul acaba de se juntar a estes países na qualidade de um quinto membro. Especialistas em petróleo da Nigéria, Venezuela e Irã se associam numa tentativa de tornar o sistema monetário internacional menos injusto e menos espoliador. O colega de Prêmio Nobel de Krugman, Joseph Stiglitz, destacou (parece que ironicamente, também em artigo no Wall Street Journal): “Aquele dinheiro era previsto para a reignição da economia americana, mas, ao invés disso, circula o mundo em busca de economias que atualmente parecem estar indo bem, e causam destruição nelas”.
O Fed e o Congresso têm dito à China para revalorizar sua moeda, o renminbi, acima em 20%. Isto obrigaria o governo chinês e seu banco central a absorver uma perda de meio trilhão de dólares sobre os US$ 2,6 trilhões de reservas que acumulou. Estas reservas não são resultado simplesmente das exportações, muito menos de exportações para os Estados Unidos. Elas provêm do vôo de capital realizado por administradores financeiros dos EUA, analistas de Wall Street, especuladores internacionais e outros interessados em comprar ativos chineses. E também resultam dos gastos militares dos EUA em bases asiáticas e em outras regiões – dólares que os países recebem e gastam na China.
Autoridades chinesas tentaram deixar claro que sua objeção é à política norte-americana de criar o “crédito de teclado eletrônico” de 0,25% para comprar ativos rentáveis no exterior (e quase qualquer ativo no exterior é mais rentável). O Grupo dos 20 em Seul, na semana passada, acusou os Estados Unidos de depreciação competitiva de moeda e agressão financeira, e os países avançaram em tentativas de afastarem-se do dólar e de fato evitar a fuga de superávits financeiros e de pagamentos.
O resultado é que não há jeito dos Estados Unidos defenderem a depreciação do dólar em termos que obriguem outros países a assumirem perdas em suas posses. Investidores pelo mundo afora perderam a fé no dólar e outros papéis-moedas e estão se movendo em direção ao ouro ou simplesmente guardando suas economias. Durante o ano passado – desde os encontros dos BRICs em Yekaterinburg, Rússia, verão de 2009 – suas respostas têm sido evitar usar o dólar para se protegerem do vôo agressivo de capital dos EUA, que busca invadir os bancos centrais, comprar suas economias, matéria-prima e ativos com “crédito de papel” e de fato elevar os gastos militares.
Ao invés de apoiar essa tentativa dos países – um movimento que tem a consequência positiva para a paz mundial de limitar o aventureirismo militar dos EUA (assim como a Guerra do Vietnã finalmente forçou o dólar a se descolar do ouro em 1971), Krugman está usando a crise para atacar a China – como se o seu sucesso fosse o que está prejudicando o trabalho nos EUA, não a política pós-industrial pró-financeira, que inflou a bolha imobiliária, privatizou a saúde sem uma opção pública – e sem mesmo um desconto para compras a granel de medicamentos pelo governo dos EUA – e o fracasso em contabilizar as hipotecas e outras dívidas bancárias para verificar a condição de pagamento dos bancos.
Hoje, bater na China é muito parecido com os anteriores ataques ao Japão e outros países asiáticos no final dos anos 80, demonizando economias bem sucedidas por haverem evitado práticas predatórias que corroeram a indústria norte-americana, financializando e pós-industrializando a sua economia. A pirâmide da dívida dos EUA, que ocorreu desde 1980, se tornou uma guerra de classes que tem pouca justificativa econômica. Portanto, culpar os estrangeiros – por enriquecerem exatamente da mesma forma que os Estados Unidos fizeram desde que o Norte venceu a Guerra Civil em 1865 – simplesmente oferece cobertura política para um status quo que não funciona.
* Michael Hudson foi economista em Wall Street e hoje é professor e pesquisador na Universidade de Missouri e autor de vários livros entre eles “Estratégia Econômica do Império Americano”.

Pronunciamento do Ministro da Cultura, Juca Ferreira,

Olá minha gente de todo o Brasil.

A cultura brasileira está vivendo um dos seus melhores momentos, graças a disposição do presidente Lula em encarar a cultura como estratégica para o desenvolvimento do nosso país.

Avançamos, e muito, na construção de uma nova política cultural. Nunca houve tantos recursos para se fazer arte e cultura neste país, e nunca o Brasil foi tão admirado internacionalmente. Nossa cultura é o nosso grande diferencial.

É com muita alegria que podemos comemorar o Plano Nacional de Cultura, já aprovado pelo congresso nacional e que está sendo sancionado pelo presidente da República.

Construído por milhares de brasileiros, este plano é um guia para orientar políticas e investimentos em cultura pelos próximos 10 anos. É um instrumento que articula os governos, federal, estaduais e municipais para que, junto com a sociedade e produtores culturais, atuem pelo desenvolvimento da cultura.

É importante registrar o apoio do parlamento, que contribuiu para a elaboração e aprovação deste plano.

O plano nacional de cultura dialoga com uma extensa e fundamental agenda em andamento no Congresso. Chamo a atenção para o novo modelo de financiamento da cultura (o Procultura), para a importância do Fundo Social do Pré-Sal. Destaco também o Vale-Cultura, que vai possibilitar, com a adesão dos empregadores, que até 12 milhões de trabalhadores possam ter acesso a teatros e cinemas, comprar livros, cds e outros bens culturais que escolherem.

Estas iniciativas dão ao Brasil a oportunidade de tornar-se um país à altura de sua exuberante diversidade cultural, oferecendo mais oportunidade para quem quer produzir, fortalecendo a economia da cultura no Brasil e garantindo o direito de cada cidadão deste país de ter acesso pleno aos bens culturais.

Estamos zerando o número de municípios sem biblioteca e acabamos de assinar uma portaria determinando que, de agora em diante, só podem receber recursos do ministério da cultura os municípios que mantiverem as suas bibliotecas em pleno funcionamento.

Hoje estamos entregando a 40 brasileiros a ordem do mérito cultural, destacando indivíduos e entidades que contribuíram de forma relevante para o país, além de prestar uma homenagem especial à Darcy Ribeiro, um dos grandes ícones da nossa cultura.

Quero parabenizar a todos os artistas, produtores e trabalhadores culturais que fazem o nosso Brasil bem mais democrático, plural e mais criativo.

Todos pela Cultura para todos

Muito obrigado.

LULA OUVE MANIFESTAÇÃO A FAVOR DE JUCA FERREIRA

“É pena que a companheira Dilma não esteja aqui para ouvir”, disse o presidente, no Rio

Em clima de despedida, o presidente Lula e o Ministro da Cultura Juca Ferreira participaram ontem à noite da entrega do prêmio Ordem do Mérito Cultural 2010, no Teatro Municipal, no Rio. A plateia, formada por artistas e trabalhadores da área cultural, recebeu o Ministro aos gritos de “Fica, Juca”, confirmando um movimento que se formou na classe artística pela permanência do Ministro no governo da presidente eleita, Dilma Rousseff. Ao discursar, no fim da premiação, o presidente Lula afirmou que gostaria que a presidente eleita estivesse no Teatro para ouvir os apelos:

“Eu vi que, quando você foi anunciado, gritaram “Fica, Juca; Fica, Juca”. É uma pena que a companheira Dilma não esteja aqui para ouvir” afirmou o presidente, comparando a situação à despedida de Pelé, no Maracanã. E não sei se você fica, mas eu quero dizer, do fundo do meu coração, que agradeço eternamente o fato de ter tido você como meu Ministro da Cultura no segundo mandato.

O presidente afirmou ainda que, independentemente permanecer no Ministério, Juca Ferreira, a quem chamou de Juquinha, continuará a fazer um bom trabalho pela cultura brasileira, já que não é o tipo de pessoa que precisa de cargo.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o governador Sérgio Cabral também participaram da cerimônia, que premiou, entre outros, Glória Pires, Hermeto Pascoal e Leonardo Boff. No início da premiação, o presidente Lula sancionou o Plano Nacional da Cultura, que vai estabelecer as diretrizes da política cultural do governo pelos próximos dez anos.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A Revolta da Chibata: há 100 anos, a saga do Almirante Negro e seus companheiros

Há 100 anos, no dia 22 de novembro, a Revolta da Chibata colocava fim ao mais repugnante resquício, até então, da escravidão. Apesar de decorrido um século, há ainda polêmica sobre esse acontecimento histórico. No entanto, a Marinha de hoje não é a mesma de um século atrás. Portanto, é possível ver que a Revolta da Chibata foi um acontecimento que livrou-a de uma mancha indigna.
A chibata fora introduzida na Marinha pelo almirante Cochrane e outros ingleses durante a Guerra de Independência. Em 1862, os castigos corporais levaram a uma polêmica parlamentar, com a defesa, pelo então deputado Tavares Bastos, da sua abolição. Permaneceu, porém, aquela mentalidade escravocrata, retratada por Gastão Penalva no almirante monarquista Luís Filipe Saldanha da Gama: “Saldanha, sobretudo, foi um temível chibateiro. Educado e fidalgo, originário do mais precioso estofo marinheiro - descendente dos Gama - filho dileto dos mais limpos armoriais do reino, impunha no seu navio a deplorável usança como torpe relíquia a conservar-se nos obscuros museus do crime” (cit. por Evaristo de Moraes Filho in Edmar Morel, “A Revolta da Chibata”).

A proclamação da República tornou ilegal a chibata. Os monarquistas da revolta da Armada a exumaram. Foi outra vez proibida pelo almirante Júlio César Noronha, ministro da Marinha do governo Rodrigues Alves. Mas, a despeito da posição do seu sucessor, almirante Alexandrino de Alencar, que conhecia bem - e amistosamente - desde jovem o líder da Revolta da Chibata, ela voltara a afligir os marinheiros, em geral negros, da então terceira maior esquadra do mundo.

Após um castigo de 250 chibatadas de um marinheiro do encouraçado Minas Gerais, a revolta estourou. Seu líder, o principal timoneiro do encouraçado, João Cândido, telegrafou ao Palácio do Catete: “Não queremos a volta da chibata. Isso pedimos ao presidente da República, ao ministro da Marinha. Queremos resposta já e já”.

E, na proclamação ao ministro da Marinha, depois de apresentar suas razões, diziam os marinheiros: “Por isto pedimos a V. Exa. abolir o castigo da chibata e os demais bárbaros castigos pelo direito da nossa liberdade, a fim de que a Marinha Brasileira seja uma Armada de cidadãos, e não uma fazenda de escravos, que só têm dos seus senhores o direito de serem chicoteados”.

O governo do marechal Hermes da Fonseca, que recém tomara posse, enviou o comandante da Marinha e deputado José Carlos Carvalho para conversar com os marinheiros. Eis um trecho do relato deste comandante ao Congresso:

“... perguntei quem se responsabilizava por aqueles atos. Responderam-me: ‘todos’. E um deles acrescentou: ‘estamos em um verdadeiro momento de desespero; sem comida, muito trabalho, e as nossas carnes rasgadas pelos castigos corporais que chegam à crueldade. Não nos incomodamos com o aumento de nossos vencimentos, porque um marinheiro nacional nunca trocou por dinheiro o cumprimento de seu dever e os seus serviços à Pátria. (....) Nada queremos senão que nos aliviem dos castigos corporais, que são bárbaros, que nos deem meios para trabalhar compatíveis com nossas forças. V. Sª pode percorrer o navio, para ver que está tudo em ordem, e até o nosso escrúpulo, sr. comandante, chegou a este ponto: ali estão guardando o cofre de bordo quatro praças, com as armas embaladas; para nós aquilo é sagrado. Só queremos que o sr. presidente da República nos dê liberdade, abolindo os castigos bárbaros que sofremos, dando-nos alimentação regular e folga no serviço. V. Sª vai ver se nós temos ou não razão’. Mandaram vir à minha presença uma praça que tinha sido castigado na véspera. As costas desse marinheiro assemelhavam-se a uma tainha lanhada para ser salgada”.

Posteriormente, no discurso em que propôs a anistia aos revoltosos, diria o senador Ruy Barbosa:

“... é necessário não esquecermos o valor da gente que tripula essas máquinas de guerra. Digamo-lo, com alguma vaidade, com algum desvanecimento, por honra dos nossos compatriotas. O que constitui as forças das máquinas de guerra não é a sua mole, não é a sua grandeza, não são os aparelhos de destruição – é a alma do homem que as ocupa, que as maneja, e as arremessa contra o inimigo. As almas dessas máquinas que povoam os nossos grandes dreadnoguths [vasos de guerra], hoje, em nossa baía, sejamos justos (…), as almas desses homens têm revelado virtudes que só honram a nossa gente e a nossa raça. (…) Gente dessa ordem não se despreza. (…) Estes castigos foram abolidos por ato legislativo do Governo Provisório. Abusos com os quais, na gloriosa época do abolicionismo, levantamos a indignação dos nossos compatriotas, quando nos batíamos pela liberdade, abusos que fazem desconhecer no soldado e no marinheiro as qualidades principais daqueles que têm de expor a vida para defender a Nação. A escravidão começa por desmoralizar e aviltar o senhor antes de desmoralizar o escravo”.

No entanto, não era essa a mentalidade predominante no governo da época – o que haveria de ser demonstrado pela traição à anistia – que é melhor representada, como disse Evaristo de Moraes Filho em seu prefácio à obra clássica de Edmar Morel, “A Revolta da Chibata”, pelo elitismo do então ministro da Guerra, Dantas Barreto, ao descrever os danos à casa do comandante do Batalhão Naval: “A casa do comandante Marques da Rocha, um primor de arte nos seus arranjos e decorações interiores, onde aos domingos aquele oficial levava homens da mais elevada categoria social do Brasil para almoços ou jantares especiais, estava como as outras construções da ilha [das Cobras], toda crivada de balas, com as paredes esboroadas, pinturas e quadros inutilizados por completo”.

Aos 87 anos, no dia 28 de março de 1968, o líder da revolta da Chibata concedeu entrevista para os arquivos do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro. Os trechos a seguir são dessa entrevista, realizada pelo historiador Hélio Silva, pela jornalista Dulce Alves, pelo superintendente do museu, Sérgio Junqueira e por seu diretor-executivo, Ricardo Cravo Albim, com a paritcipação do filho mais novo de João Cândido, Adalberto Cândido.
Entrevista do líder da Revolta da Chibata ao MIS, em 1968
Hélio Silva - Se hoje você voltasse a ser o mesmo marujo daquele dia [22 de novembro de 1910], você teria agido hoje como agiu?
JOÃO CÂNDIDO - Teria agido da mesma forma.

H.S. - Com que idade você ingressou na Marinha?
JOÃO CÂNDIDO - Com 14 anos. Pertenci à Marinha de 5 de dezembro de 1895 a 30 de dezembro de 1912. Eu entrei na Marinha com 14 anos e entrei bisonho. Entrei bisonho, toda luz que me iluminou, que me ilumina, graças a Deus, que é pouca, foi adquirida, posso dizer, na Marinha.

H.S. - Você teria, se possível, pertencido até hoje à Marinha?
JOÃO CÂNDIDO - Certamente. Eu estaria afastado já, pois já teria passado da idade.

H.S. - Você não guarda queixas da Marinha?
JOÃO CÂNDIDO - Não, nenhuma.

H.S. - Você não tem queixas do mar?
JOÃO CÂNDIDO - Não, o mar é meu amigo.

H.S. - No Brasil, legalmente, o castigo corporal foi abolido com a proclamação da República...
JOÃO CÂNDIDO - O terceiro decreto assinado por Deodoro foi abolindo o castigo corporal nas Forças Armadas.

H.S. - Por que faltas eram castigados os marinheiros?
JOÃO CÂNDIDO - Pelas mínimas, mínimas faltas. Era só antipatia. Tomava antipatia do oficial, pronto.

H.S. - Como era chicoteado o marinheiro?
JOÃO CÂNDIDO - Amarrados em um aparelho, um ferro que tem na coberta dos navios, eram expostos ali, amarrados e castigados brutalmente.

H.S. - Nus da cintura para cima?
JOÃO CÂNDIDO - Nus da cintura para cima.

H.S. - E a marujada formada, era um espetáculo público?
JOÃO CÂNDIDO - Era um espetáculo público.

H.S. - Como era esse instrumento de suplício?
JOÃO CÂNDIDO - Quando não eram as varas de marmelo, era uma corda intitulada corda de barca, linha de barca, e sempre os carrascos colocavam agulhas e pregos, preguinhos pequenos, na ponta cobertos...

H.S. - Alguma vez você foi chicoteado?
JOÃO CÂNDIDO - Não senhor, graças a Deus.

Ricardo Cravo Albin - Por que, com o seu tratamento, pelo menos ao senhor um tratamento correto, o que lhe deu o germe que culminou nesta revolta?
JOÃO CÂNDIDO - Vamos entrar nesse assunto. Já de moço, a rapaziada congregava muitos moços, eles sempre tinham uma certa confiança em mim. Eu, mesmo em criança, já era líder até dos velhos. Eu tinha interesse pelo bem estar de todos, pela saúde de todos e essas coisas.

H.S. - Havia uma conspiração em curso, um movimento articulado para um determinado protesto ou foi uma coisa que num dado momento espontâneo se generalizou?
JOÃO CÂNDIDO - Havia uma conspiração, havia uma conspiração de protesto. E a Marinha seguramente sabia, a Marinha toda sabia. Foi um movimento organizado. Levamos mais de dois anos como movimento organizado.

R.C.A. - Quais eram os outros chefes?
JOÃO CÂNDIDO - Dias Martins, que comandou mais tarde o cruzador “Bahia”, Gregório do Nascimento que mais tarde comandou o encouraçado “São Paulo”, André Avelino que comandou o encouraçado “Deodoro”. Todos congregaram os marinheiros dos navios em que serviam e outras repartições.

H.S. - Esse movimento pretendia, realmente, tomar conta de navios e fazer um ultimato ou pretendia lançar apenas um protesto, esperando que fosse bem ouvido?
JOÃO CÂNDIDO - Não senhor, nós pretendíamos era impor, impor como impusemos. Nada nos foi oferecido, nós só impusemos, queremos isso e tem que se decidir por isso. Há mil inimigos, inimigos a que pouca importância dou, eles criticam a revolta dos marinheiros, por esse ou aquele motivo. A chibata, na Marinha do Brasil, aqueles oficiais ingleses, Cochrane e outros que eram piratas na Marinha inglesa, expulsos de lá andaram pelo mundo roubando. Primeiro, organizou a Marinha chilena, depois veio para o Brasil, aqui no Brasil ele impunha. Eu, quando vim para a Marinha, ainda encontrei uma porção de oficiais ingleses contratados. Oficiais austríacos, portugueses, ainda na Marinha.

H.S. - No momento em que você tomou conta do navio, você tinha uma especialização, era marinheiro de primeira classe, portanto, você era um marinheiro já com certos estudos. Era o primeiro timoneiro...
JOÃO CÂNDIDO - Do Minas Gerais.

H.S. - Como foi possível você, assumindo o comando, dirigir as manobras do navio, você já tinha prática de fazer isso sob o comando dos oficiais?
JOÃO CÂNDIDO - Já, já. A gente já tinha prática, estava tudo dividido. (...) todas as frações, quem devia ocupar os postos de combate...

H.S. - Então a marujada executou aquilo que estava habituada a executar, apenas os oficiais não estavam dando ordens...
JOÃO CÂNDIDO - Quem estava dando as ordens era eu. Para o Minas Gerais e para todos os navios que haviam aderido ao movimento de pronto, além de que julgamos inconveniente e dispensamos. Dispensamos, não, aproveitamos a tripulação nos navios que estavam com a revolução.

H.S. - Você declara em seu depoimento: “o resto foi rotina de um navio de guerra”.
JOÃO CÂNDIDO - Além dos conhecimentos que já tínhamos na Marinha, ganhamos mais conhecimentos durante o tempo que estivemos lá assistindo à construção da nova esquadra. Eu, na Marinha, posso dizer, a arte de governar navio não é difícil, mas é espinhosa.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

OS RITUAIS DE UMBANDA EM DIFERENTES CASAS


Inicialmente, cumpre esclarecer sobre a origem do Ritual de Umbanda, tal fundamento confunde-se com a própria base teológica da religião e é importante o seu conhecimento ao médium praticante, pois que dá a noção e a compreensão basilar da estrutura da Umbanda.

A Umbanda sofre influência litúrgica e ritual de algumas tradições filosofo-religiosas, o catolicismo e o espiritismo, por exemplo, são fontes para a Umbanda, algumas das tradições e conhecimentos dos indígenas também estão presentes, bem como a influência dos Orixás, Encantos e encantarias, danças e demais fundamentos que foram herdados dos escravos africanos. Logo, em essência, a Umbanda deriva dessas quatro bases filósofo religiosas.

Os rituais seguirão conforme a doutrina aprendida pelo dirigente da Casa. Certamente serão perpetuados pelos adeptos do culto naquele Templo e isso será diferente de Casa para Casa. Portanto, é importante ao médium em desenvolvimento obter conhecimento destas filosofias e religiões que influenciam a Umbanda, para fincar as bases sólidas dos entendimentos acerca do que será possível ou não em termos de rituais.

Visto isso, observe que a Umbanda é uma religião que individualiza seus rituais de Casa para Casa, e a prova disso é que não existe, nem existirá jamais, em lugar algum um Congá igual a outro, uma Casa de Umbanda igual a outra em rituais, em nada serão iguais os Templos Umbandistas, as Regências serão distintas, os pontos cantados, os dias de homenagem, até a quantidade de Orixás cultuados será diferente. Já observou? Por que será assim? Será que o Centro Espírita que frequento é o certo, ou será ele o errado?

Todas estas indagações tem um fim quando o médium entende que cada Casa de Umbanda é projetada pelo plano espiritual para atender determinada demanda de adeptos em diferentes graus evolutivos, porém alinhados na mesma faixa vibratória de entendimento. Ou seja, cada Templo está adaptado ao seu público e ,como nada acontece por acaso, somente chegarão para permanecer naquela corrente de rituais aqueles aptos e no mesmo nível vibratório. Logo, cada Umbanda é única e serve para seus adeptos, ou frequentadores esporádicos, que estão na mesma sintonia e que combinam e são afins para com a egrégora.

Aprofundando o assunto, veremos que o certo e o errado em termos de liturgia ritual não existe, o que haverá é o conhecimento do dirigente acerca dos fundamentos que permitirão o acréscimo de materiais e outros apetrechos ao ritual.

Aprendamos então a respeitar e a não julgar sem conhecimento de causa a diversidade de rituais de Centro para Centro. Em melhores palavras, cada médium precisa da Casa de Umbanda que tem, com o dirigente que tem, não existindo a casa certa ou a casa errada, e sim a casa que melhor funciona e apresenta melhor resultado prático ao desenvolvimento espiritual ou ao problema que se quer resolver.

E, por favor, quando se tratar de Umbanda não julgue fazendo críticas à sua própria religião, não sejamos hipócritas! Tentem entender, estudar, buscar as bases e as influências que inspiraram o trabalho, o ritual, a oferenda, e ao invés de criticar, permitam-se entender o novo.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Voduns e orixas

Sakpatá

Para o povo Jeje, Sakpatá foi trazido para o Dahomey, por Agajá, no século XVIII, vindo da cidade de Dassa Zoumé, mais precisamente, da aldeia de Pingine Vedji.
Todos os Voduns, pertencentes ao panteão de Sakpatá, são da família Dambirá.
Nesse panteão temos vários Voduns. O mais velho que se tem notícia é Toy Akossu, no transe, ele se mantém deitado na azan (esteira). Dizem os mais velhos, que Toy Akossu é o patrono dos cientistas, ele dá à eles inspirações para a descoberta das fórmulas mágicas que curarão as doenças e as pestes. Ele é a própria "doença e cura", como também um excelente conselheiro.
Toy Azonce é um outro Vodum velho, porém mais novo que Toy Akossu. Seu assentamento fica em local bem isolado do Kwe, sendo proibido tocá-lo. Somente UMA pessoa designada por ele mesmo pode tratar desse assentamento. É Toy Azonce quem sempre faz todas as honras para seu irmão Toy Akossu, quando ele está em terra.
Toy Abrogevi é um Vodum velho, filho de Toy Akossu, que gosta de comer quiabo com dendê, paçoca de gergelim e fumar cachimbo de barro. Toy Abrogevi gosta muito de Badé e se tornou muito amigo dele. Foi com Badé que aprendeu a comer e a gostar de quiabo.
São tantos Voduns desse panteão que seria praticamente impossível descrever cada um aqui.
Esses Voduns são rigorosos no que tange a moral e os bons costumes. Nunca admitem falhas morais dentro dos kwes e, quem faz essa fiscalização para eles é Ewá, filha de Toy Azonce.
As cores de contas e roupas usadas por esses Voduns podem variar de acordo com o gosto de cada um. Todos usam roupas feitas de palha da costa sendo umas mais curtas e outras mais compridas. Sakpatá usa todas as cores e o estampado, sempre com a presença das cores escuras.
Símbolo fortemente ligado a Sakpatá, a palha da costa é a fibra da ráfia, obtida de palmas novas, extraídas de uma palmeira cujo nome científico é raphia vinifera. No Brasil, recebe o nome de Jupati. A palmeira é considerada a "esteira da Terra".
A palha da costa, tendo sua origem na palmeira, ganha o simbolismo universal de ascensão, de regenerescência e da certeza da imortalidade da alma e da ressurreição dos mortos. Um símbolo da alma. Além de proteger a vulnerabilidade do iniciado, sua utilização também é reservada aos deuses ancestrais, numa reafirmação de sua ancestralidade, eternização e transcendência.
Os Sakpatás podem trazer nas mãos o xaxará, ou o bastão, a lança, o illewo ou ainda, uma pequena espada. A maioria deles gostam de manter o rosto coberto pela palha da costa, outros gostam de mostrar o rosto. Todos gostam muito de usar búzios e chaorôs (guizos).
O búzio, simboliza a origem da manifestação, o que é confirmado pela sua relação com as águas e seu desenvolvimento espiralóide a partir de um ponto central. Simboliza as grandes viagens, as grandes evoluções, interiores e exteriores.
É associado as divindades ctonianas, deuses do interior da terra. Por extensão, o búzio simboliza o mundo subterrâneo e suas divindades.
O chaorô (guizo), tem simbologia aproximada a do sino, sobretudo pela percepção do som. Simboliza o ouvido e aquilo que o ouvido percebe, o som, que é reflexo da vibração primordial. A repercussão do chaorô é o som sutil da revelação, a repercussão do Poder divino na existência. Muitas vezes têm por objetivo fazer perceber o som das leis a serem cumpridas.
Universalmente, tem um poder de exorcismo e de purificação, afasta as influências malignas ou, pelo menos, adverte da sua aproximação. Sem dúvida, simboliza o apelo divino ao estudo da lei, a obediência à palavra divina, sempre uma comunicação entre o céu e a terra, tendo também o poder de entrar em relação com o mundo subterrâneo.
O lakidibá, fio de conta de Sakpatá, é feito do chifre do búfalo. Tem o sentido de eminência, de elevação, símbolo de poder, um emblema divino. Ele evoca o prestígio da força vital, da criação periódica, da vida inesgotável, da fecundidade. Devemos lembrar que chifre, em hebraico "querem", quer dizer, ao mesmo tempo, chifre, poder e força.
O lakidibá não sugere apenas a potência, é a própria imagem do poder que Sakpatá tem sobre a vida e a morte. Na conjunção do lakidibá e do deus Sakpatá, descobrimos um processo de anexação da potência, da exaltação, da força, das quatro direções do espaço, da ambivalência.
Encontramos o lakidibá em duas cores: preto e branco. Ele também contém a bondade, a calma, a força, a capacidade de trabalho e de sacrifício pacífica do chifre do búfalo, de onde origina-se. Rústico, pesado e selvagem, o búfalo é também considerado divindade da morte, um significado de ordem espiritual, um animal sagrado.
Na África, o búfalo (assim como o boi), é considerado um animal sagrado, oferecido em sacrifício, ligado a todos os ritos de lavoura e fecundação da terra.
O lakidibá é entregue ao adepto somente na obrigação de sete anos.
Presença certa em tudo ligado a Sakpatá, o duburu (pipoca) representaria as doenças de pele eruptivas, cujo aspecto lembra os grãos se abrindo. Jogar o duburu assumi o valor e o aspecto de uma oferenda, destreza e resistência. O ato de jogar se mostra sempre , de modo consciente ou inconsciente, como uma das formas de diálogo do homem com o invisível. Tem por alvo firmar uma atmosfera sagrada e restabelecer a ordem habitual das coisas, é fundamentalmente um símbolo de luta, contra a morte, contra os elementos hostis, contra si mesmo.
Os narrunos para esses Voduns devem sempre ser feitos com o sol forte e cada um deles especifica o que querem comer. Isso quer dizer que, não existe uma única maneira de agradá-los. Eles não gostam de barulho de fogos de artifícios.
Uma vez por ano, os Kwes fazem um banquete para as Divindades do Panteão de Sakpatá, onde devemos comer, dançar e cantar junto com os Voduns.
Os demais Voduns do panteão da terra, sempre são convidados a compartilhar desse banquete. Os jejes acreditam que, com essa cerimônia oferecida a essas divindades, todas as doenças são despachadas do caminho do Kwe e de seus filhos.
Esse banquete é colocado dentro do peji ou do quarto onde mora Sakpatá e os demais Voduns de seu panteão. Toda a comunidade vêm saudar o Deus da varíola e seus descendentes, comer e dançar junto com eles e, ali mesmo, é servido o banquete para todos os presentes.
Após essa cerimônia, Sakpatá e os demais Voduns, vestem suas roupas de festa e vão para a Sala (barracão) comemorarem seu grande dia, junto com a comunidade que os aguardam. Quando entram na Sala, todos gritam louvores à eles, dançam e cantam, louvando o Deus da varíola, que traz a cura de todas as doenças.
Suas danças e cânticos lembram sempre os doentes, as doenças e a cura das mesmas. Algumas falam das lutas que esses Voduns enfrentaram com a rejeição das comunidades com sua presença e outras falam das vitórias que tiveram sobre todas as comunidades que a eles vieram pedir ajuda.
Os Sakpatás trabalham muito e têm um importantíssimo papel nas feituras de Voduns. Do início ao fim de uma ahama (barco de yaô), eles atuam com rigidez e vigor, mantendo o bom andamento, principalmente dos bons costumes morais e, cobram "feio" caso alguém cometa alguma falha. Eles são, na verdade, as testemunhas de uma feitura. Após a feitura, se um filho negar alguma coisa que tenha sido feita, eles são os primeiros a cobrarem desse vodunci a mentira que ele está dizendo, assim como também cobram a quebra de segredos.
Todas as folhas refrescantes para ferimentos, pertencem a esses Voduns.
Vale alertar que existem Orixás e Inkices também ligados a cura e doenças porém, não são os mesmos deuses que os Voduns da família Dambirá, da nação Jeje. Muitas confusões são feitas e, encontramos várias bibliografias relatando origens, especificações e costumes que nada têm a ver com o Vodum Sakpatá.
Postado por Debora de Aziri às 01:40 0 comentários
Voduns das Águas Oceânicas
O oceano abriga uma variedade imensa de entidades, dentre estas, encontramos muitos Voduns masculinos e femininas.
Para falarmos sobre as Naês (mães) que habitam o oceano, torna-se necessário falarmos dos Voduns masculinos que moram com elas.
Para os adeptos do culto Vodum o oceano é o grande Hu-Non (ru-nom), considerado o maior de todos os Voduns.
Naete (naêtê) e seu esposo Vodum Hou (rou) são os deuses que reinam esse universo oceânico. Enquanto Naete fica nas águas calmas, Vodum Hou desbrava todas as regiões e dá a cada Vodum suas tarefas.
Naete (naêtê) - Vodum feminino do panteão do trovão que habita as águas calmas antes da arrebentação, esposa de Vodum Hou.
Hou (rou) - Vodum masculino do panteão do trovão casado com Naetê, pai de Aveheketi, trindade muito cultuada e honrada nos templos do Trovão. Sua morada são as volutas bramantes das ondas que arrebentam no litoral.
Cada Vodum habita uma região do oceano e têm uma função. Assim vamos encontrar:
Vodum Nate (natê) - Vodum do panteão do trovão que habita o mar. Adorado pelos pescadores e por todos que trabalham no mar. É o grande guardião que habita em todo o oceano, mar e praias.
Sayo (saíô) - Vodum feminina do pan­teão do trovão, irmã de Avhekete. Ha­bita as ondas do mar que fazem o nível do oceano subir. Considerada como uma sereia
Vodum Tokpodun (tópôdum) - Vodum feminina, deusa do rio. Seu frescor traz claridade para as cabeças e sua tran­qüilidade traz a paz. Símbolo de beleza, feminilidade, fertilidade, graça e caráter. Filha de Naete deusa do oce­ano, irmã de Avhekete. Foi expulsa do oceano por seus irmãos por seu caráter forte indo então, morar no rio.
Vodum Tchahe (tchárrê) - Vodum feminina do panteão do trovão, irmã de Avhekete. Habita o marulhar das ondas das águas oceânicas.
Vodum Agboê (abôê) - Vodum masculino do panteão do trovão, filho de Saho. Rea­liza tudo através de um talismã que preparou junto com seu pai. Dança com muito vigor, gira em torno de si mesmo e transforma–se na água que é Hu, o mar. Depois disso sai e pede a uma vodunsi que recolha água do mar, coloque em um ponte e a esquente. O resultado disso é o huladje, o sal.
Vodum Avehekete (averequéte) - Vodum masculino do panteão do trovão,muito agitado, habita a arrebentação marinha. É quem leva as men­sagens de seu pai, Vodum Hou, às di­vindades marítimas e aos homens. Costuma roubas as chaves de sua mãe para da-las aos homens.
Voduns gêmeos Dôtsê e Saho (dôtissê e Sarrô) - Dôtse nasceu à noite e Saho de manhã. Ela tem um olho em um lado da terra e Saho no outro lado. Considerados os Voduns que olham o mundo. Panteão do trovão, habitam sobre o mar.
Vodum Yedomekwe (iêdômêqüê) - Vodum feminina que faz chover. Habita na evaporação das águas oceânicas.
Goheji (gôrêji) - Vodum jovem muito alegre e falante, habita o encontro das águas das lagoas com o mar. Essa mãe gosta muito de passear pelas lagoas e lagos misturando-se com os patos d'água em seu bailado e fica muito aborrecida se algum caçador mata ou fere uma dessas aves. Veste roupas azul, verde água, prateado com rosa clarinho ou azul. Gosta de adornos prateados, pérolas e perfumes suave. Pertence ao panteão da terra. Quando Goreji resolve passear em águas oceânicas, os cavalos marinhos que a adoram ficam ao seu dispor para transportá-la e passear com ela. Em seu assentamento podemos colocar bonecas coloridas e outros brinquedos de menina.
Vodum Aboto - habita as águas doces profundas que desembocam no mar. É sempre confundida tanto como Oxum quanto como Yemanja. Uma das Voduns mais velha do panteão da terra. Veste branco, branco com amarelo, amarelo clarinho, suas contas são amarelo pálido. Gosta de adornos dourados e perfume. Não gosta de muito barulho perto dela. Fica fascinada com o barulho dos búzios em movimento com as águas e faz desses seu oráculo.
Os gêmeos Dazodje (dázôdjê) e Nyohuewe Ananu (niôrruêuê ananú) - habitam nas riquezas depositadas no fundo do mar e são considerados os Voduns da Riqueza. Não são feitos na cabeça de ninguém.
Erzulie (erzúliê) - Vodum feminino que habita o reino abissal, pertence ao panteão da terra. É considerada a mãe de Agué e Olokwe. Essa Vodum também é conhecida como Erzulie-Dantor, poderosa conhecedora da alta magia. Dizem os bakonos que ela se assemelha a Netuno, pois está sempre tentando levar toda a humanidade para habitar o oceano. Ela diz que todos os humanos têm a capacidade dos anfíbios e que todos se originaram do fundo do mar. Alguns acreditam que é um Vodum andrógino. Em momento de afogamento devemos chamar por Vodum Abe (abê) e Vodum Sayo para que essas convençam Erzulie que nosso lugar é na terra.
Oulisa (oulissá) - Vodum masculino que habita as águas claras e frias do oceano. Esse Vodum é sempre muito confundido com Lisa (lissá) ou Oxala. Veste branco com detalhes prateado ou dourado. É um Guerreiro dos Mares. Panteão da terra.
Abe (abê) - Vodum feminina irmã de Bade, panteão do trovão. Habita as águas revoltas do oceano. Sempre que acontece um naufrágio é ela junto com Vodum Sayo que tentam salvar os náufragos. Considerada uma das mais velhas mães do mar, sempre substitui Naete, quando essa precisa se ausentar do reino. Noche Abe é considerada a palmatória do mundo, cabe a ela mostrar as verdades e não deixar que essas sumam nas águas, dizem os antigos que o ditado "A verdade sempre anda sobre as águas, nunca afunda, um dia ela aparecerá na praia" foi dito por Abe. Assim como Erzulie, Abe é conhecedora de alta magia. Veste branco, azul muito clarinho.
Existe uma grande confusão entre o nome desta Vodum com as Voduns Abe Huno (abé runô), Abe Gelede (abé geledê), Abe Afefe (abé afêfê) que são Voduns guerreiras dos raios, tempestades e ventos.
Naê Aziri - Vodum das águas doces que muito se assemelha ao Orixa Oxum. Panteão da terra. Essa Vodum é muito confundida com a Vodum Azihi-Tobosi (aziri-tobossi) que habita o alto mar e é a protetora de todas as embarcações que navegam no oceano.
Afrekete (afrequéte) - é a mais jovem e mimada Vodum do panteão do trovão, habita em todo o oceano. Junto com Nate(natê) desempenha o papel de Legba, guardando os mares. Protege os pescadores e pune todos aqueles que insultam os deuses e habitantes do mar. Quando vê uma embarcação pirata, agita as águas para que essa naufrague e após esse, entrega todo o tesouro encontrado aos Voduns da riqueza e os mortos à Abe Gelede (abé).
Aouanga (auangá) - Vodum masculino do panteão do trovão, irmão de Avehekete. Habita as lagunas marinha. Suas águas engolem os ladrões.
Agoen (agôêm) - Vodum filho de Saho, reina na areia branca que cobre o chão das praias e oceanos.
Agwe (agüê) - Vodum feminina do panteão da terra que habita sobre as águas oceânicas. Muito afetuosa, está sempre atenta as necessidade alimentares do homem e os ajuda a prover sua mesa, usando sua arma principal, a dam (rede).
São tantos os Voduns que habitam as águas oceânicas que torna-se impraticável descrever todos aqui nesse espaço.
Temos em nosso culto uma linda cerimônia denominada GOZIN (gozim) onde fazemos oferendas à todas as divindades que habitam as águas. É um momento muito sublime, de uma energia indescritível. Quando "gritamos" Agoki-Agoka (agôqui-agôcá) podemos perceber a chegada de cada um deles.
Postado por Debora de Aziri às 01:32 0 comentários
sábado, 8 de novembro de 2008
AVEJI DA


Ligadas as tempestades, raios, furacões, redemoinhos, ciclones, tufões, maremotos, erupções vulcânicas, aos ancestrais e a guerra, todas as Voduns guerreiras são conhecidas como Aveji da. Até mesmo Oya dos yorubanos, é assim denominada em território daometano.

Erroneamente, no Brasil, algumas pessoas feita de Oya se intitulam filhas de Vodum Jò. Digo erroneamente porque Oya é um Orixá yorubano e Vodum Jò é um ToVodum do panteão de Aveji-da, assim como Jò Massahundo também.

Aveji-da é o Deus/Deusa das tempestades e dos ventos.

Podemos encontrar as Aveji-da tanto na família Dambirà quanto na família Heviosso.

As Aveji-da, da família Dambirà estão ligadas diretamente ao cultos dos akututos, sendo que cada uma tem sua função. Algumas reinam na fronteira do djenukom com o aikungúmã, outras nos ekúchomê, outras no hou, ôtan e tódôum., outras em humahuan, outras junto com Naê Nana, outras junto aos kpame e "possuídos" - essas, "talvez", sejam as que mais trabalham (opinião minha) - outras se encarregam, junto com Exu, de levar os ebós e pedidos feitos pelo povo encarnado e desencarnados, a quem de direito e tentam trazer as soluções para cada um - normalmente conseguem. Enfim, é uma infinidade de atribuições que essas Voduns têm, todas sempre em prol daqueles que pedem e precisam do auxílio delas, sejam encarnados ou desencarnados.

Todas essas Voduns, são temidas e respeitadas por akututòs. Elas têm todos os poderes sobre o reino dos mortos e junto com Sakpata e Nae Nana, controlam a vida e a morte.

As Aveji-da da família Heviosso, estão mais ligadas aos fenômenos da natureza, como o furacão, ciclone, maremotos, erupções vulcânicas, etc. onde os eguns recém desencarnados nesses fenômeno são encaminhados imediatamente por elas as Guerreiras dos cultos de akututòs, pois Heviosso e demais Sobos não abrem suas portas para ekùs, dessa forma o trabalho delas tem que ser rápido e eficiente, para não contrariar o grande Heviosso.

Contam os velhos Vodunos e Bakonos que a fúria de Aveji-da e de Heviosso contra as heresias humanas é que provocam esses fenômeno onde muitos sucumbem. Nessas ocasiões é que devemos recorrer a Velha Vodum Guerreira que com sua sabedoria e magia sabe aplacar a fúria dos deuses e acalma-los.

Essa Velha Vodum Guerreira mora junto com as demais Yamis e todas as Aveji-da prestam culto a mesma e tomam seus conselhos e usam sua magia quando precisam. Ela é um velha Aveji-da que se esconde nas sombras e adora a noite. Os pássaros são seu encanto. Junto com Ágüe visita os kwes em sua rondam noturna e se encontrar demandas ela ai se detem nos para ajudar ou cobrar. A fúria dessa Vodum destrói os inimigos e fecha um kwe. Dificilmente um kwe fechado por ela consegue se reerguer. Somente através de Baba Egum se consegue chegar a ela para aplacar sua fúria.

As Aveji-da são mulheres muito vaidosas, gostam do belo, adoram a natureza, apreciam quando suas filhas imitam suas vaidades. São todas muito vaidosas e autoritárias, não gostam de receber ordem de ninguém principalmente dos homens, mas quando fazem suas vontades e caprichos tornam-se dócies e carinhosas. São muito maternais, perdoam com facilidade seus filhos e os defende com toda a garra de guerreiras. Gostam de disputar com os Voduns Guerreiros quem luta melhor e esses sempre acabam cedendo aos encantos dessas mulheres que os encantam com sua magia e beleza.

As Aveji-da comem cabra ou cabrito, galinha, galo, d'angola, pombo e outros bichos. Gostam de abara, acarajé, alapadá, quiabada, inhame, peixe, acarajés recheado com quiabo - existe um infinidade de comidas para elas -

Seus apetrechos são o erugim, adaga, espada de lança curta com a ponta em forma de meia lua, faca, chicote, chifre de búfalo e de boi, fogareiro de ferro, abano de palha, abano confeccionado em tecidos finos ou pena (leque), abanos confeccionados em madeira, bonecas(fetiche), maruo... Usam todas as cores em suas vestimentas. Seus colares ou fios de conta são das mais variadas cores e formato. Gostam de todos os metais, sendo que o ferro, o cobre e a prata são seus preferidos.

Vale ressaltar que a confecção de apetrechos,vestimentas e fios de contas são determinados pelas próprias Voduns, portanto não existe uma "receita" para esses itens.

As Oyas feitas dentro do culto de Voduns aderem todas as características das nativas, porém recebem também o que lhes são de direito dentro de suas origens.
Postado por Debora de Aziri às 19:15 0 comentários
Hevioso


As informações mais antigas que encontrei sobre os Voduns do panteão do trovão, datam do final do séc. XV e princípio do séc XVI.
Nas aldeias lacustres, nos arredores do atual Allada, era cultuado o Vodum Setohoun (espírito da laguna).
Quando Setohoun chegou a aldeia de Hevie (reviê), os nativos o batizaram com o nome de Hevioso ou Hebyoso (na minha opinião Hevioso seria o mais correto, visto a sua tradução ser: hevi: nome da cidade e oso ou so: raio = raio de Hevie).
Em Dahomey ele recebeu o nome de Xevioso, quando chegou trazido por uma nativa da aldeia de Hevie.
Na cidade de Mahi era cultuado o Vodum Djiso (djisô) na tribo Djétovi. Nesta mesma cidade, também eram cultuados os Voduns: Gbame-so (bamé-sô) que tudo indica ser o mesmo Bade que conhecemos no Brasil; Akhombe-so (acrombé sô); Ahoute-so (aroutêsô) e Djakata-so (djacatá-sô).
Vale assinalar que em toda a região do Dahomey atual Benin, até os dias de hoje, todos esses Voduns inclusive o Orixá Shango são chamados de SO (sô), que quer dizer raio.
Sogbo era e ainda é, para o povo daometanos a grande deusa, mãe de todos os Voduns So e irmã de Hevioso. Junto com seu irmão lidera a família.
A partir do meado do séc. XVI o culto desses Voduns se espalhou por todas as regiões do Dahomey. Com essa expansão, novos Voduns foram surgindo. Vejamos alguns deles:
Adantohun (adantôrrum) (seria o que conhecemos como Soboadan?!)
Ahuangan (arruangam)
Alansan (alansam)
Kasu Kasu (cassu cassu)
Saho (sarrô)
Aden (feminina)
Gbwesu (buêssu)
Akele (aquêlé)
Besu (bêssu)
Ozo (ôzô)
Kunte (cuntê) feminina
Naete (naêtê) feminina)
Beyongbo (beionbó) (feminina)
Avehekete (averequéte)
Dawhi (dauri)
Hungbo (rumbó)
Salile (salilê)
Agbe (abê) (feminina)
Ahuangbe (arruambé)
Contam os vodunos e Hunos que devido as tribos litorâneas que prestavam culto aos xwala-yun (deuses do mar) adotarem o culto a So, Agbe e Naete foram designadas a se estabelecerem no mar junto ao grande Vodum Hun e que a partir daí, o culto dos dois panteões se fundiram nos cultos.
Ao nível de Brasil, por tudo que pude constatar em minhas pesquisas, não vi muita diferença entre nosso culto e o dos africanos. A maioria dos So que existem no Benin existe aqui também.
No Brasil é comum as pessoas chamarem todos os Voduns do panteão do fogo de “Sobo”.
Vejamos alguns Voduns e suas características:
Kasu Kasu (cassucassu) - Guerreiro que defende as aldeias e ou casas de santo onde é cultuado. Os inimigos têm pavor de Kasu. Dizem que quando em luta ele cospe fogo sobre os inimigos. Quando em guerras, Kasu coloca-se a frente da aldeia e ou casa de santo e abre seus braços criando assim um obstáculo que impede os inimigos de atacar. A tradução de seu nome é barreira.
Sogbo (sobo) - Vodum feminina considerada a mãe de todos os So. Faz trovejar para alertar os homens que os deuses julgadores e da justiça estão insatisfeitos e que o trovejar é sinal do castigo que está por vir.
Djakata-so (djacatásô) - Muito forte. Em sua ira arranca as árvores e as joga sobre os inimigos e aldeias. Defende seus filhos mesmo que eles estejam errados, só não podem errar com ele.
Hevioso (reviossô) - Seus raios rasgam os céus acompanhados dos trovões, destruindo cidades inteiras e fulminando os inimigos. Dizem os Hunos que é preciso oferecer sacrifícios ao deus do trovão para aplacar sua fúria. Ele odeia ladrões e malfeitores e os mata. Quando esta, satisfeito, Hevioso dá a chuva e o calor que tornam férteis a terra e o homem.
Akholongbe (acrolombé) - Ataca os inimigos ou castiga o homem enviando granizo, ë faz os rios transbordarem. É ele quem controla a temperatura do mundo. Quando está calmo e satisfeito, ajuda o homem dando-lhe bons movimentos financeiros.
Ajakata (ajacatá) - O grande guardião dos céus. Somente ele possui as chaves que permite a entrada dos homens nos céus. Quanto aborrecido envia as chuvas torrenciais.
Gbwesu (buêssu) - É uma das mais calmas, é o murmúrio dos trovões no horizonte.
Akele (aquêlé) - É quem puxa as águas do mar para o céu e a transforma em chuva.
Alasan (alassam) - Talvez o mais velho de todos. Ensinou ao homem o culto de So.
Gbade (badé) - Jovem, guerreiro, brigão, implicante, muito barulhento. Adora beber e quando o faz arruma bastante confusão deixando todos atordoados. Adora esconder as coisa (pertences) e se diverte em ver as pessoas procurando. No trovão ouve-se sua voz gritando para que os homens consertem o que está errado. Sua morada são os vulcões.
Adeen (adêêm) - É ela quem faz escurecer os céus e envia os relâmpagos que fulminam. Sua mãe Sogbo ralha com ela dizendo: - Ahunevi anabahanlan! (não mate as pessoas).
Aden (adêm) - Vodum masculino do panteão do trovão, que veste roupa branca. Dá as chuvas finas que faz as árvores frutificarem e, em conseqüência, é guardião das árvores frutíferas. É o mesmo Vodum Adaen conhecido no Brasil. Em um combate, mata os inimigos pelas costas, não a traição. Todo cuidado é pouco para lidar com esse Vodum, pois a primeira vista ele não demonstra seus desagrados
Ahuanga (arruanga) - Vodum masculino muito velho e grande feiticeiro do panteão do trovão, filho de Saho. Em um salto transforma–se em fogo para proteger seus adeptos e queimar seus inimigos, depois disso desaparece numa moringa. Tudo que é seu é enterrado.
Auanga (auangá) - Vodum masculino do panteão do trovão, irmão de Avehekete. Habita as lagunas marinha. Suas águas engolem os ladrões.
São muitos os Voduns desse panteão.
Os So ou Sobos não gostam de malfeitores e ladrões de um modo geral eles se irritam e matam esses elementos.
A água da chuva depositada nos telhados é um dos seus maiores beko (becó (kisilas)). Também não gostam de feiticeiros e bruxos e se esses se meterem com seus protegidos Ele os fulmina.
Os akututos (eguns) não constituem um beko para esses Voduns, mas eles também não gostam muitos dos mesmo. Quando é necessária a presença de um deles para afastar esses espíritos, se fazem presente e com muita energia os afugentam.
Sua principal dança é o hundose (rundôssé (Brasil)) e o dogbahun (dôbarrum ( África)). Pela descrição dessa ultima, acredito que seja o mesmo hundose que conhecemos no Brasil.
Sosiovi (sôssiôvi) é nome do chocalho de So ou Sobo.
Sokpe (sopé) é o machado de Hevioso, feito com pedras de raio.

Os Sos ou Sobos representam vida, saúde, prosperidade e vitórias.
Fonte:Centro cultural Ceja Neji
Pierre Verger
Lê Herrisé
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AS TOBOSSIS

As Tobossis são Voduns infantis, femininas, de energia mais pura que os demais Voduns. Pertenciam à nobreza africana, do antigo Dahome, atual Benin. Eram cultuadas na Casa das Minas, em S.Luiz/Maranhão, até a década de 60.
As Tobossis gostavam de brincar como todas crianças e falavam em dialeto africano, diferente dos Voduns adultos, o que dificultava muito entendê-los. Sem contar que, muitas das palavras elas falavam pela metade.
Elas vinham três vezes por ano, quando tinha festas grandes, que duravam vários dias.
A chefe das Tobossis é Nochê Naé, a grande matriarca da família Davice,ancestral da família real de Dahome, é considerada a mãe de TODOS os Voduns.
As Tobossis têm cânticos próprios,dançavam na sala grande ou no quintal, sem os tambores e, como todas as crianças, adoravam ganhar presentes e brincarem com bonecas e panelinhas.
Comiam comidas igual às nossas, junto com todos e tinham o costume de dar doces e comidas às pessoas. Sentavam-se em esteiras.
Pela manhã, tomavam banho, comiam e depois dançavam. Gostavam de dançar no quintal, em volta do pá de ginja delas.
Por serem crianças puras, tinham mais afinidade com o corpo permitindo assim, uma ligação mais direta que os Voduns, que são adultos. Não tinham falhas, não se irritavam.
Seu papel no culto era só "brincadeira". Eram espíritos perfeitos e mais elevados. Os Voduns podem ter falhas, as meninas não.
Passavam até nove dias incorporadas em suas gonjaí, diferente dos Voduns que deixavam as filhas muito cansadas.
Tinham um tratamento melhor do que o dos Voduns por serem mais delicadas, porém os Voduns são mais importantes por terem mais obrigações.
Podemos observar similaridade entre as Tobossis do Mina Jeje e os Erês dos Candomblés da Bahia e dos Xangôs de Pernambuco, pelo comportamento infantil. No entanto, os Erês apresentam-se tanto com características femininas quanto masculinas e as Tobossis são, exclusivamente, femininas, dengosas e mimadas.
FEITURA DAS TOBOSSIS
O processo de feitura das Tobossis inicia-se, normalmente, com o Vodum principal da Casa apontando um grupo de filhas, já iniciadas anteriormente, as voduncirrês, para a feitura de Tobossi.
As voduncirrês passam por uma fase de iniciação que tem a duração de quinze dias, nos quais há algumas festas. É uma feitura própria, um novo rito de passagem na graduação da iniciada no Mina Jeje.
O barco composto dessas voduncirrês é chamado de Barco das Novidades, Barco das Meninas ou Rama.
Essas voduncirrês tornam-se noviches, prontas para receberem suas Tobossis, passando a serem chamadas gonjaí. As Tobossis só são recebidas pelas voduncirrês gonjaí.
O último barco que se tem conhecimento foi realizado em 1913-1914.
No processo de iniciação, as Tobossis eram chamadas de sinhazinhas e, somente ao fim das feituras, é que davam seus nomes africanos. Também eram por nomes africanos que elas chamavam as filhas da Casa. Esses nomes eram escolhidos pelas Tobossis junto com os Voduns e esses nomes eram divulgados no dia da "Festa de dar o Nome".
Cada Tobossi só vinha em uma gonjaí e, quando esta morria, elas não vinham mais, sua missão ali se encerrava.
Desde a morte das últimas gonjaí, por volta dos anos 70, as Tobossis não vieram mais.
As Tobossis só incorporam em suas gonjaí após os Voduns terem "subido". Elas chegavam alegres, batendo palmas e acordando a Casa.
No Peji, há um lugar para as obrigações das Tobossis, que é uma feitura muito fina e especial.
VESTIMENTAS E APETRECHOS DAS TOBOSSIS
Os trajes e apetrechos das Tobossis são muito elaborados.
As Tobossis vestiam-se com saias coloridas, usavam pulseiras chamadas dalsas, feitas com búzios e coral, pano-da-costa colorido, o agadome, sobre os seios, deixando o colo e os ombros livres para o ahungelê, uma manta de miçangas coloridas, presa no pescoço, objeto de grande valor e significado. O ahungelê também era chamado de tarrafa de contas, gola das Tobossis ou manta das Tobossis, sendo considerado um distintivo étnico-cultural do Jeje. Ele conta a história particular da Tobossi vinculada ao Vodum, sua família e a iniciada, gonjaí.
As Tobossis usavam ainda, vários rosários, fios-de-contas e o cocre, colar de miçangas curto, junto ao pescoço como uma gargantilha, usado pelas Tobossis e pelas gonjaí durante o ano de feitura, cuja cores variam de acordo com seus Voduns, semelhante ao quelê dos terreiros de Candomblé.
No Carnaval, as Tobossis vestem-se com saias muito vistosas, aparecendo o agadome que envolve o colo nu e os pés são calçados em sandálias finas.
Os trajes das Tobossis são muito elaborados, de uma construção artesanal, que segue com rigor uma linguagem cromática, própria e do domínio das Tobossis.
A PARTICIPAÇÃO DAS TOBOSSIS NAS FESTAS
Quando apareciam publicamente, as Tobossis vinham cumprir certas obrigações, destacando-se a festa do Carnaval.
As Tobossis vinham três vezes por ano:
- Nas festas de Nochê Naé - em junho e no fim do ano
- No Carnaval
As grandes festas duravam vários dias.
O Carnaval é uma comemoração da qual participavam os membros do Barracão e visitantes. No Carnaval, elas ficavam desde a noite do domingo até as 14 hs da quarta-feira de cinzas. Na segunda-feira, alguns Voduns vinham visitá-las. Eram recebidos pelas outras filhas da Casa, as voduncirrês.
Era das Tobossis a tarefa de tomarem conta das frutas do arrambam, obrigação também conhecida como bancada, lembra a quitanda dos terreiros de Candomblé. As frutas ficavam no Peji para serem distribuídas na quarta-feira de cinzas.
Durante o Carnaval, as Tobossis brincavam com pó e confete mas tinham medo de bêbados e mascarados.
Na terça-feira à tarde, dançavam na grande sala e na quarta, pela manhã, dançavam em volta da cajuazeira. Distribuiam acarajé em folhas de "cuinha" e depois despachadas.
Durante as grandes festas de Nochê Naé, elas vinham durante nove dias, entre os dias de dança, nos intervalos de descanso. Ficavam durante o dia, cantavam suas cantigas próprias, dançavam na sala grande e no quintal e brincavam com seus brinquedos.
O reconhecimento de cada festa/obrigação está no vestuário e nos alimentos. O alimento é uma marca identificadora, compõe a divindade, seu papel, suas características no contexto da ligação com os deuses e estabelecendo, ainda com o alimento, uma forma de comunicação com os iniciados, visitantes e amigos do Barracão.
Postado por Debora de Aziri às 19:02 2 comentários
Togum

Togum, veio do orum para fazer a ligação com o aiye através do mistério do ferro. Desta forma, pode criar cidades na selva, a evolução com o desenvolvimento da tecnologia do metal
Há um estudo científico que diz que a oxidação do ferro no fundo do oceano, gerou bactérias de onde surgiram os primeiros seres no começo da evolução. Não se pode afirmar que tenha sido o ferro o gerador desse fenômeno, mas algum tipo de mineral simbolizado pelos pontos de ferro.
Togum/Gum/Gu, é um ToVodum masculino guerreiro que usa um pó vermelho extraído de uma árvore que simboliza a procriação primordial para a sobrevivência e essa é uma das razões dele não gostar que, em seus assentamentos, hajam ahuinhas. É dono de todos os metais, principalmente o ferro e o aço além de todos os objetos cortantes: akiriké, farim, magoge, etc.
Por ser um guerreiro muito afoito, Togum não tem fronteiras, entra em qualquer lugar em busca do inimigo e da vitória. Nessas investidas, Togum conta sempre com Legbá, seu companheiro e amigo incansável, que o ajuda nos combates mas que se diverte com a fúria de Togum.
Ao mesmo tempo que é gentil, Togum é muito impaciente e quer tudo a tempo e a hora. Tem, em sua natureza, um sentido de competição, de vigor, de expansão e de agressividade, sempre pela sobrevivência. É muito severo com seus filhos no cumprimento de suas obrigações.
Quando Togum chega, anda por todo o kwe e se encontrar alguma coisa fora do lugar, fica bravo e chama a atenção, exigindo que tudo esteja corretamente em seus lugares. Algumas vezes, ele mesmo faz tudo, colocando as coisas em ordem
Togum toma para si a guarda do kwe onde mora, disputando com Legba a segurança. Em uma ahuan(guerra), Togum mostra toda a sua fúria e poder de luta. Dificilmente um kwe de Jeje perde uma ahuan, pois Togum, com todo o seu humpayme, garantem a vitória.
Todos os narrunos são regidos por Togum. Na África, somente os vodunos de Togum podem oficiar o ritual de narruno. No Brasil, apenas algumas casas tradicionais seguem o modelo africano.
O número três está intimamente ligado à Togum. É um número fudamental universalmente. Exprime uma ordem intelectual e espiritual, em AvieVodum, no cosmo ou no homem. Sintetiza a triunidade do ser vivo ou resulta da conjunção de um e de dois, produzindo, neste caso, a união do orum e do aiye. A cólera e a irritação de um guerreiro, no seio de uma guerra, manifestam-se através de três rugas que se formam na testa: então, ninguém ousa aproximar-se ou falar.
Existem vários Voduns pertencentes a linhagem de Togum. O mais velho deles é o Vodum Guyugu que, como os demais Voduns, participou de várias batalhas, saindo-se sempre vitorioso.
As cores das contas de Togum, variam de acordo com o Vodum. Podem ser: azulão, azulão e branco, vermelho, verde e branco, podendo sofrer mudanças se o Vodum feito assim desejar.
Suas vestimentas podem ser: branca, azul, dourada ou estampada, que é a sua preferencia.
Seus dias de culto são: segunda ou terça-feira, dependendo do Vodum. Sua folha predileta é a abre-caminho, sendo que existem muitas folhas para Togum.
Togum é quem abre o portal para o desenvolvimento da nossa verdade.
Postado por Debora de Aziri às 18:57 0 comentários
Bessem


Aido Wedo(aidô uêdô) e Dambala são para o povo Jeje os maiores deuses.
Aido Wedo é o arco-íris e Dambala a sua imagem refletida nas águas oceânicas.
O Dangbé é a serpente sagrada que representa o espírito de Vodum Dan.
Na África esse Vodum é conhecido como DA.
Dada - Termo pelo qual o Vodum Dan é louvado. A coroa de Dan é chamada de Coroa de Dada.
Dan tanto pode ser um Vodum masculino quanto pode ser um Vodum feminino, porém para tratá-lo, fazê-lo ou assentá-lo temos que cuidar sempre do casal. Como dizem os antigos "cobra não anda sozinha, seu parceiro esta sempre por perto".
Dambala também é conhecida como Daidah (daídar) – A "Cobra–Mãe". Essa Vodum não pode ser feita em mais de duas pessoas num mesmo país. Os velhos vodunos contam que ela é originária da Palestina. Em uma outra versão, encontramos Daidah como Lilith, a primeira mulher de Adão.

No Brasil encontramos cerca de 48 Voduns Dans, na África encontramos muito mais que isso. Essa família é muito grande.
Dan é um Vodum muito exigente em seus preceitos, muito orgulhoso e teimoso. Quando tratado corretamente, dá tudo aos seus filhos e a casa de santo, mas se tratado de maneira errada ou se for esquecido castiga severamente. Vodum Dan é muito fiel a casa e a mãe/pai de santo que o fez.
Os símbolos de Dan, são: o arco-íris, a serpente pithon, o traken ou draka, patokwe, o dahun , a ..takara. e o ason (assôm). Seu principal atinsa (atinsá) dentro de uma casa de Santo é denominado Dan-gbi , que é onde o arco-íris se encontra com a terra ("panela lendária do tesouro!"). Dan usa muitos brajás feitos de búzios. As aighy (aigri), são importantissimas em seus assetamentos e atinsas.
Para nós, Vodum Aido Wedo é o verdadeiro deus da vidência, é ele junto com Vodum Fa, quem dá aos bakonos o poder do oráculo, assim como deu a Yewa e a Legba.
Aido Wedo e Dambala são quem sustentam o mundo e quando eles se agitam provocam catástrofes como os terremotos. Eles fazem parte da criação do mundo, pois vieram ajudar Nana Buluku nessa tarefa.
Nos arcos-íris da lua e do sol também encontramos Voduns Dan.

Ao se iniciar um filho de Dan, preceitos são feitos para que esse Vodum venha sempre em forma humana e nunca em forma de serpente, pois entendemos que na forma humana ele é menos perigoso e entende melhor os homens, podendo assim atender suas necessidades e suprí-las. Na forma de serpente torna-se muito perigoso.
De modo geral os filhos de Dan são muito chegado a doenças, principalmente de olhos. São pessoas vaidosas, ambiciosas, "perigosas", espertas e inteligentes. São muito dedicados ao santo e dificilmente saem da casa onde foram feitos.

Vestem branco em sua grande maioria. Alguns usam cores verde bem clarinho, prateado, ou tecido liso com o arco-íris estampado. Seus fios de conta variam de acordo com cada Vodum, não existe um modelo padrão.
Sua louvação principal é: A Hho bo boy = "Salve o rei cobra" ( Hho = rei, bo boy = Dans, serpentes, cobras).
Abaixo citarei alguns Voduns Dans.

Aido Wedo
-
(encontramos várias formas de escrever o nome dele) - Deus do Arco-íris
Dambala
-
esposa de Aido-Wedo, seu reflexo nas águas.
Dan-Ko
-
muito ligada e, por vezes confundida, como Oxalá. Conhecida no Brasil como Dan Inkó.
Ojiku
-
masculino, mora junto com Yewa na parte branca do arco-íris e reina no arco-íris da lua, também junto com Yewa.
Frekwen
-
feminina, guardiã do arco-íris em volta do sol. Também conhecida como Frekenda.
Bosalabe
-
toqüeno, feminina, irmã gêmea de Bosuko, irmã de Yewa. Muito alegre e faceira, mora nas águas doce. Muito confundida com Oxum. também conhecida como Vodum Bosa (bôssá).
Ijykun
-
feminina, mora nas enseadas. Muito confundida com Yewa.
Bosuko
-
masculino, toqueno, gêmeo com Bosa
Akotokwen
-
masculino, considerado o pai de muitos Dans.
Afronotoy

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Um Plano para a Cultura

Congresso Nacional aprova diretrizes para política cultural

Fonte: Comunicação Social do Ministério da Cultura

O Plano Nacional de Cultura (PNC) foi aprovado, por unanimidade, nesta terça-feira (9), na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal e segue agora para sanção presidencial. Depois de sua assinatura, o Ministério da Cultura terá 180 dias para definir metas a atingir na implementação do plano.

Demandado pela sociedade por meio da I e II Conferência Nacional de Cultura e em esforço conjunto entre o Ministério da Cultura e o Congresso Nacional, o PNC representa um avanço para a Cultura do país ao definir as diretrizes da política cultural pelos próximos 10 anos.

"A aprovação do Plano Nacional de Cultura é uma vitória muito grande, primeiro, porque institucionaliza os avanços obtidos nos últimos anos pelo governo federal na área da cultura e, depois, porque garante a continuidade das políticas culturais no Brasil", comemorou o ministro da Cultura, Juca Ferreira.

A relatora do projeto, senadora Marisa Serrano, afirmou ser necessário ao Legislativo dar continuidade aos projetos em prol da cultura brasileira para que as diretrizes estabelecidas no Plano Nacional sejam eficazes ao marco regulatório do setor: "O PNC servirá como ponto de partida para um conjunto de políticas culturais a serem construídas".

O que é o Plano Nacional de Cultura?

O Plano Nacional de Cultura (PNC) é o primeiro planejamento de longo prazo do Estado para a área cultural na história do país. Sua elaboração como projeto de lei é obrigatória por determinação da Constituição desde que o Congresso Nacional aprovou a Emenda Constitucional nº 48, em 2005.

As prioridades e os conceitos trazidos por ele constituem um referencial de compartilhamento de recursos coletivos que norteará as políticas públicas da área num horizonte de dez anos, inclusive com metas.

Seu texto foi aperfeiçoado pela realização de 27 seminários, em cada unidade da federação, resultantes de um acordo entre MinC e Comissão de Educação e Cultura da Câmara.

Os 13 princípios do PNC

- Liberdade de expressão, criação e fruição

- Diversidade cultural

- Respeito aos direitos humanos

- Direito de todos à arte e à cultura

- Direito à informação, à comunicação e à crítica cultural

- Direito à memória e às tradições

- Responsabilidade socioambiental

- Valorização da cultura como vetor do desenvolvimento sustentável

- Democratização das instâncias de formulação das políticas culturais

- Responsabilidade dos agentes públicos pela implementação das políticas culturais

- Colaboração entre agentes públicos e privados para o desenvolvimento da economia da cultura

- Participação e controle social na formulação e acompanhamento das políticas culturais

Pelo projeto, o governo federal terá 180 dias para definir metas para atingir esses objetivos, que serão medidas pelo Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais (SNIIC), já em implantação no Ministério da Cultura.

Os estados e municípios que quiserem aderir às diretrizes e metas do Plano Nacional de Cultura terão de elaboração seu respectivo plano decenal em até 180 dias. Para isso, contarão com assistência do MinC. O conteúdo será desdobrado, ainda, em planos setoriais.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

ORIXÁS

QUE A IRREVERÊNCIA E O DESPRENDIMENTO DE EXU ME ANIMEM A NÃO ENCARAR AS COISAS DA FORMA COMO ELAS PARECEM À PRIMEIRA VISTA, E SIM QUE EU APRENDA QUE TUDO NA VIDA, POR PIOR QUE SEJA, TERÁ SEMPRE O SEU LADO BOM E PROVEITOSO! LAROYÊ EXU!

QUE A TENACIDADE DE OGUM ME INSPIRE A VIVER COM DETERMINAÇÃO, SEM QUE EU ME INTIMIDE COM PEDRAS, ESPINHOS E TREVAS. SUA ESPADA E SUA LANÇA DESOBSTRUAM MEU CAMINHO E SEU ESCUDO ME DEFENDA. OGUN YÈ! PATAKORI OGUN!

QUE O LABOR DE OXÓSSI ME ESTIMULE A CONQUISTAR SUCESSO E FARTURA ÀS CUSTAS DE MEU PRÓPRIO ESFORÇO. SUAS FLECHAS CAIAM À MINHA FRENTE, ÀS MINHAS COSTAS, À MINHA DIREITA E À MINHA ESQUERDA, CERCANDO-ME PARA QUE NENHUM MAL ME ATINJA. OKÊ BAMBOCRIM! OKÊ ARÔ ODÉ!

QUE AS FOLHAS DE OSSANHE FORNEÇAM O BÁLSAMO REVITALIZANTE QUE RESTAURE MINHAS ENERGIAS, MANTENDO MINHA MENTE SÃ E CORPO SÃO. EWE OSSAYIN!

QUE OXUM ME DÊ A SERENIDADE PARA AGIR DE FORMA CONSCIENTE E EQUILIBRADA. TAL COMO SUAS ÁGUAS DOCES - QUE SEGUEM DESBRAVADORAS NO CURSO DE UM RIO, ENTRECORTANDO PEDRAS E SE PRECIPITANDO NUMA CACHOEIRA, SEM PARAR NEM TER COMO VOLTAR ATRÁS, APENAS SEGUINDO PARA ENCONTRAR O MAR - ASSIM SEJA QUE EU POSSA LUTAR POR UM OBJETIVO SEM ARREPENDIMENTOS. ORA YEYEO OSUN!

QUE O ARCO-ÍRIS DE OXUMARÉ TRANSPORTE PARA O INFINITO MINHAS ORAÇÕES, SONHOS E ANSEIOS, E QUE ME TRAGA AS RESPOSTAS DIVINAS, DE ACORDO COM MEU MERECIMENTO. ARROBOBOI OSUMARÈ!

QUE OS RAIOS DE YANSÃ ALUMIEM MEU CAMINHO E O TURBILHÃO DE SEUS VENTOS LEVE PARA LONGE AQUELES QUE DE MIM SE APROXIMAM COM O INTUITO DE SE APROVEITAREM DE MINHAS FRAQUEZAS. ÊPA HEY OYÁ!

QUE AS PEDREIRAS DE XANGÔ SEJAM A CONSOLIDAÇÃO DA LEI DIVINA EM MEU CORAÇÃO. SEU MACHADO PESE SOBRE MINHA CABEÇA AGINDO NA CONSCIÊNCIA E SUA BALANÇA ME INCUTA O BOM SENSO. OBANISHÉ CAÔ! CAÔ CABECILE!

QUE AS ONDAS DE YEMANJÁ ME DESCARREGUEM, LEVANDO PARA AS PROFUNDEZAS DO MAR SAGRADO AS AFLIÇÕES DO DIA-A-DIA, DANDO-ME A OPORTUNIDADE DE SEPULTAR DEFINITIVAMENTE AQUILO QUE ME CAUSA DOR E QUE SEU SEIO MATERNO ME ACOLHA E ME CONSOLE. ODOYÁ YEMONJÁ!

QUE AS CABAÇAS DE OBALUAYÊ TRAGAM NÃO SÓ A CURA DE MINHAS MAZELAS CORPORAIS, COMO TAMBÉM AJUDEM MEU ESPÍRITO A SE DESPOJAR DAS VICISSITUDES. ATOTÔ OBALUAYÊ!

QUE SABEDORIA DE NANÃ ME DÊ UMA OUTRA PERSPECTIVA DE VIDA, MOSTRANDO QUE CADA NOVA EXISTÊNCIA QUE TENHO, SEJA AQUI NA TERRA OU EM OUTROS MUNDOS, GERA A BAGAGEM QUE ME DÁ MEIOS PARA ATINGIR A EVOLUÇÃO, E NÃO UMA FORMA DE PUNIÇÃO SEM FIM COMO JULGAM OS INSENSATOS. SALUBA NANÃ!

QUE A VITALIDADE DOS IBEIJIS ME ESTIMULE A ENFRENTAR OS DISSABORES COMO APRENDIZADO; QUE EU NÃO PERCA A PUREZA MESMO QUE, AO MEU REDOR, A TENTAÇÃO ME ENVOLVA. QUE A INOCÊNCIA NÃO SIGNIFIQUE FRAQUEZA, MAS SIM REFINAMENTO MORAL! ONIBEIJADA!

QUE A PAZ DE OXALÁ RENOVE MINHAS ESPERANÇAS DE QUE, DEPOIS DE ERROS E ACERTOS; TRISTEZAS E ALEGRIAS; DERROTAS E VITÓRIAS; CHEGAREI AO MEU OBJETIVO MAIS NOBRE: AOS PÉS DE ZAMBI MAIOR! ÊPA BABÁ OXALÁ!

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

PEQUENO DICIONÁRIO DE YORUBÁ

A
ABADÔ----------------------------------MILHO
ABAN-MALU---------------------------VACA
ABAN-----------------------------------PRATO
ABASSA--------------------------------TERREIRO DE ANGOLA
ABATÁ---------------------------------CHINELO/SAPATO
ABÉBÉ---------------------------------LEQUE DAS YABAS
ABIÃ------------------------------------QUEM NÃO É INICIADO
ABÔ-------------------------------------AMACI COM EJÉ
ABUKÓ---------------------------------CABRITO/CABRA
ACOCI----------------------------------DINHEIRO
ACOFARI-------------------------------ATO DE RASPAR O IYAWÔ
ADAGA---------------------------------ESPADA DOS ABORÓS
ADARUBÓW--------------------------VELHO/A
ADÊ--------------------------------------COROA
ADÈ--------------------------------------HOMOSSEXUAL
ADIÉ------------------------------------GALINHA
ADJORY-------------------------------AJUNTÓ
AFÉFÉ----------------------------------VENTANIA/VENTO
AFOFY---------------------------------MAU CHEIRO
AFEXO---------------------------------MESMO QUE ITÁ
ÁGA--------------------------------------CADEIRA
ÀGAMBÊ------------------------------POBREZA/SEM DINHEIRO
AGBÀDÁ--------------------------------É IGUAL BÀDÁ E KAFTÁ
AGBAMODA---------------------------FOLHA DA FORTUNA
AGBÁ-----------------------------------VELHO/A
AGÔ YA--------------------------------LICENÇA CONCÊDIDA
AGÔ-------------------------------------LICENÇA
AGUEDÉ-------------------------------BANANA
AGUNJE-------------------------------GARFO
AGUTAN--------------------------------CARNEIRO
AIYE-------------------------------------TERRA
ÀJÁ---------------------------------------CACHORRO
AJÁPÀ----------------------------------CÁGADO/TARTARUGA
AJEUNMAN----------------------------AGRADECIMENTO
AJEUN-----------------------------------OFERECENDO COMIDA
AKÀRÁ OMAN----------------------PÃO
AKÀRÁ--------------------------------ACARAJÉ
AKÈTE-----------------------------------CAMA
AKIKO---------------------------------GALO/FRANGO
ALAGIBÉ-------------------------------BARRACÃO TERREIRO
ALAKÔRÔ-----------------------------TIPO DE UMA CORÔA / QUALIDADE DE OGUN
ALÁ--------------------------------------PANO/COBERTURA
ALÉ--------------------------------------NOITE
ALFANGE------------------------------ESPADA DAS YABAS
ALIBÃ-----------------------------------POLÍCIA
AMACI----------------------------------ERVAS MACERADAS NA AGUÁ
AMADÊ---------------------------------FILHO/CRIANÇA
AMAPÔ---------------------------------VAGINA
APÁ--------------------------------------LADO
APOLÓ---------------------------------SAPO
APOTI-----------------------------------BANQUINHO
ARA--------------------------------------CORPO
ARÊRÊ---------------------------------BRIGA/DISCUSSÃO
ARIOKÔ--------------------------------PESSOAL IRRACIONAL
ÀRÓ--------------------------------------DOENÇA
ÀRÚN-----------------------------------DOENÇA
ASÉ--------------------------------------FORÇA
ASESE-----------------------------------ATO FUNEBRE= AXÊXÊ
ASÓ DUNDUN------------------------ROUPA SUJA
ASÓ--------------------------------------ROUPA
ATÁ--------------------------------------PIMENTA
ATARÊ----------------------------------PIMENTA DA COSTA
ATIM------------------------------------PEMBA PREPARADA
AURÊ-----------------------------------CABRA/CABRITA
AYA--------------------------------------ESPOSA

B
BA MI O----------------------------ME AJUDE
BÁ MI SÉ É------------------------ME AJUDE
BABÁ KEKERÊ------------------PAI PEQUENO
BABALAWÔ----------------------SACERDOTE DE IFÁ
BABÁLORISÁ--------------------PAI DE ORISÁ
BABÁ-------------------------------PAI
BACULANDÊ---------------------SEXO(ATO)
BÀDÁ-------------------------------VESTE AFRICANA(EBOMIS)
BAGÉ-------------------------------MESTRUAÇÃO
BAKO-------------------------------SEXO(ATO)
BALÉ/BALÍ------------------------CEMITÉRIO
BAMIRÊ----------------------------CONVITE P/ CAFÉ(LANCHE)
BAMIREDÍ-------------------------AGRADECIMENTO
BANTÉ-----------------------------APETRECHO DA ROUPA DE XANGO
BARÁ-------------------------------EXÚ
BÊNI---------------------------------SIM/ESTÁ CERTO
BERO LÓ--------------------------DANE-SE
BIY-----------------------------------NASCER/NASCIDO
BONOTÓI-------------------------SILÊNCIO/CALE-SE
BORÍ--------------------------------COMIDA À CABEÇA
BUBURU---------------------------MAU

C
CANIKÊ------------------------------PÃO DURO/MÃO DE VACA
CÊLÉ----------------------------------LOUCO
CHAINAN----------------------------FÓSFORO
CHERRIN----------------------------O MESMO QUE DAMINOJÚ
COLORY-----------------------------PERTUBADO/LOUCO

D
DAMINOJU--------------------------VENHA AQUI
DÀRA---------------------------------BOM
DEBURU-----------------------------PIPOCA
DEKÁ----------------------------------TRANSMISSÃO DE DIREITOS
DEVÓL--------------------------------LENÇOL
DICISA--------------------------------ESTEIRA
DIDÊ-----------------------------------FICAR DE PÉ
DILONGA----------------------------CANECA DE ÀGATA
DILONGÁ----------------------------PRATO DE ÀGATA
DOBALÊ------------------------------REFERÊNCIA DE ORISA MASC.
DUNDUN-----------------------------PRETO/SUJO/ESCURO

E
EBITA------------------------------------PODEROSO
EBÔ--------------------------------------CANJICA
EBÓ--------------------------------------LIMPEZA DE CORPO
EBÔMI---------------------------------PESSOAS COM DEKÁ ARRIADO
ECURU---------------------------------BOLINHO DE FAR. (EGUN)
EDÍ--------------------------------------NÁDEGAS
ÉDU---------------------------------------CARVÃO
EDUN-ARÁ------------------------------PEDRA DE RAIO
EFUM-----------------------------------FARINHA
ÈGBÉ-------------------------------------SOCIEDADE/COMUNIDADE
EGÍ----------------------------------------LIMPEZA/LIMPO
ÊGUI-------------------------------------CARVÃO
EGÚN-----------------------------------ALMA
EJÁ---------------------------------------PEIXE
EJÉ---------------------------------------SANGUE
EJÍ-----------------------------------------LIMPO/LIMPEZA
EKÓ-------------------------------------ACAÇA
ÈKÚ---------------------------------------PREA
ELEDÁ---------------------------------ANJO DA GUARDA
ELEGBÓ---------------------------------SENHOR DO EBÓ
ELEGUN---------------------------------INICIADO NO CULTO
ELEYÉ------------------------------------PASSÁRO
ENIM-----------------------------------ESTEIRA
ENUN-------------------------------------BOCA
EPÁ------------------------------------ESPADA
EPE ENUN-------------------------------LÍNGUÁ
ÊPÔ FUNFUN------------------------AZEITE DE OLIVA
ÊPÔ-------------------------------------AZEITE DE DENDÊ
ERÃ-------------------------------------CARNE
ERAN-PETERÉ------------------------CARNE FRESCA
ERAN-POLU---------------------------CARNE SECA
ÊREFUN-------------------------------AREIA
ERÓ--------------------------------------SEGREDO
ESÉ--------------------------------------PÉ
ETUN-----------------------------------GALINHA D`ANGOLA
EWA--------------------------------------FEIJÃO
EWÉ--------------------------------------FOLHA
ÊXI----------------------------------------CAVALO


F
FATOLU--------------------------------FALSO/TRAIDOR
FIBÔ--------------------------------------ESCONDER
FILÁ-------------------------------------GORRO DE CABEÇA
FUÁ--------------------------------------DANÇA
FUNDANGA---------------------------POLVORA
FUNFUN--------------------------------BRANCO/CLARO/LIMPO
FURÁ------------------------------------BOLINHO DE FAR. DE MILHO
FUXICO---------------------------------FOFOCA/SEGREDO

G
GIBONÃ---------------------------------PAI/MÃE CRIADEIRA
GINKA-----------------------------------MOVIMENTO DO ORISA

I
IGBÁ------------------------------------------SAUDAÇÃO/EU TE SAUDO
IBIPÂMIO---------------------------------FOME
IDÃ-----------------------------------------COBRA
IDÉ----------------------------------------PULSEIRA
IDÓ---------------------------------------BANHEIRO
IFÉ-----------------------------------------AMOR
IGBÁ----------------------------------------ASSENTAMENTO DO ORISÁ
IGBÍ---------------------------------------CARACOL
IGBÔ---------------------------------------BOSQUE SAGRADO
IGÉ-----------------------------------------ÁRVORE
IGÔ---------------------------------------DIA
IGUI-----------------------------------------PORQUINHO DA INDIA
IJÔ-------------------------------------------DANÇA
IKAN----------------------------------------CONTREGUN
IKÁ----------------------------------------REFÊRENCIA DE ORIXÁ FEM.
IKOKO-------------------------------------PANELA
IKU------------------------------------------MORTE
IKUN----------------------------------------RATO
ILÁ---------------------------------------GRITO DO ORISA
ILE KUN----------------------------------PORTA
ILÊ-AJEUN---------------------------------COZINHA
ILÊ----------------------------------------CASA
ILÉKÉ---------------------------------------FIO DE CONTAS
ILÉ---------------------------------------POMBO
ILE----------------------------------------TERRA
ILU------------------------------------------CIDADE
INÃ---------------------------------------FOGO
INDACA------------------------------------LÍNGUA
INHA-------------------------------------FIO DE CONTA
INSSABA----------------------------------FOLHA
INTABA DUNGIRO-------------------MACONHA
INTABA----------------------------------CIGARRO
IÓ-----------------------------------------SAL
IPAKÓ--------------------------------------NUCA
IRAÊ----------------------------------------ESTRELA
IRILÉ------------------------------------POMBO
ISU------------------------------------------INHAME
ITÁ-------------------------------------------ATO DE FAZER O CARREGO DO IYAWÔ
IYÁ KEKERÊ------------------------------MÃE PEQUENA
IYALODÊ----------------------------------SENHORA DAMA
IYÁLORISÁ-------------------------------MÃE DE ORISÁ
ÌYÁ------------------------------------------MÃE
IYAWO-------------------------------------INICIADO NO CULTO COM MENOS DE SETE ANOS
IZALA--------------------------------------FOME
IZO---------------------------------------FOGO

J
JÉ--------------------------------------------COMER
JOKÔ---------------------------------------SENTAR/AJOELHAR
JUNTÓ-------------------------------------SEGUNDO STO. DO ORI
JUREMA-----------------------------------BEBIDA DE CABOCLO

K
KAFTÁ-------------------------------------VESTE AFRICANA(EBOMIS)
KALÓ--------------------------------------BANHO NO EFON
KAROKÊ MIM---------------------------SIM PODE ENTRAR
KAROKÊ----------------------------------POSSO ENTRAR
KAWÔ KABIECILÊ---------------------VENHA VER O REI DESCER SOBRE A TERRA
KELÊ---------------------------------------GRAVATA DO INICIADO
KETE KETE------------------------------BURRO
KILEUI------------------------------------O QUE É ISSO
KILORI------------------------------------O QUE HÁ NA CABEÇA
KILOXÉ-----------------------------------O QUE QUER
KIYWSI------------------------------------ATENÇÃO
KUFAR------------------------------------MORRER

M
MABÍNU--------------------------------PERDÃO
MAIONGA------------------------------BANHO(ANGOLA)
MALU------------------------------------BOI
MARUÔ---------------------------------FOLHA DE DENDEZEIRO
MATABULÊ----------------------------PESSOA SURDA(ANGOLA)
MATIN-----------------------------------PEQUENO/POBRE/SEM GRAÇA
MI-----------------------------------------MEU
MITORÓ--------------------------------EKÓ DISSOLVIDO EM AMACI
MOGÉ-----------------------------------O QUE É(FEM)
MOILA-----------------------------------VELA
MOJÚBÀ--------------------------------SEJA BEM VINDO
MONA------------------------------------MULHER
MONA-OCÓ----------------------------SAPATÃO
MÒSÍ-------------------------------------POBREZA
MUKUNÃ-------------------------------CABELO(ANGOLA)
MUTUMBÁ ASÉ----------------------RESPOSTA DO MUTUMBÁ
MUTUMBÁ-----------------------------PEDIDO DE BENÇÃO
MUZENZA------------------------------DANÇA NO ANGOLA

N
NIBO-------------------------------------ONDE
NITORIPE------------------------------PORQUE

O
OBALUAYE--------------------------REI E SENHOR DA TERRA
OBANLA-------------------------------GRANDE PAI
OBÁ------------------------------------REI
OBÉ FARÁ-----------------------------TRIDENTE DE ESÚ
OBÉ FARIN----------------------------NAVALHA
OBÉ TÔTÔ-----------------------------TESOURA
OBÉ--------------------------------------FACA
OBÌNRIN-------------------------------MULHER
OBÓ--------------------------------------NADEGAS
ODARA--------------------------------BONITO LINDO
ODÉ-------------------------------------CAÇADOR/OSOOSI
ODIDÉ---------------------------------PAPAGAIO
ODÓ--------------------------------------PILÃO
ODÔ-------------------------------------RIO
ODU-------------------------------------DESTINO
ODÙNDUN----------------------------FOLHA DA COSTA
OFÓ--------------------------------------PERDA
OGBON---------------------------------SABEDORIA
OGUÉ------------------------------------CHIFRE
OIN---------------------------------------MEL
OJÁ---------------------------------------PANO DE CABEÇA
OJÔ--------------------------------------CHUVA
ÒJÒ--------------------------------------DANÇAR
OJO--------------------------------------DIA
OJÒWÚ---------------------------------CIUMENTO/A
OJU--------------------------------------OLHO
OJURAN-------------------------------SONHO/VISÃO
OKAN-----------------------------------CORAÇÃO
OKANI-----------------------------------PÊNIS
OKÓ------------------------------------MARIDO
OKU------------------------------------CADÁVER
OKUM-----------------------------------MAR
OKÙNRIN------------------------------HOMEN
OKUTÁ--------------------------------PEDRA
OLEGARÁ-----------------------------LADRÃO
OLOBÉ---------------------------------SENHOR DA FACA
ÒLÓDUMARÉ-----------------------DEUS SUPREMO
OLÔFU----------------------------------GATO
OLOKUN------------------------------DEUS DO MAR
OLONÃ--------------------------------SENHOR DO CAMINHO
OLOROGUN---------------------------CONFUSÃO/ATRITO/FOFOCA
OLORUM------------------------------SENHOR DO CÉU
OLUWÁ--------------------------------SENHOR
OMIERÓ--------------------------------AMACI
OMIN DUNDUN----------------------CAFÉ
OMIN------------------------------------ÁGUA
OMO-----------------------------------FILHO
OMOLU------------------------------- FILHO DO SENHOR
OMORISÁ------------------------------FILHO DE ORISÁ
ONÃ-------------------------------------CAMINHO
ONIFÁ----------------------------------ADORADOR DE IFÁ
ONI--------------------------------------HOJE
ONI-------------------------------------REI/SENHOR
ONI-SEGUN--------------------------MÉDICO
OPÁ--------------------------------------MÃO
ORIKÍ------------------------------------SAUDAÇÃO A CABEÇA(REZA)
ORIN ----------------------------------CANTIGA
ORISÁ-----------------------------------DIVINDADE DA NATUREZA
ORITÁ---------------------------------ENCRUZA DE 3 PONTAS
ORO------------------------------------FORÇA
ORÔ------------------------------------RIQUEZA
ORUKÓ---------------------------------NOME
ORUN----------------------------------SOL/ CÉU
ORUPIN---------------------------------CABELO
OSÁ-------------------------------------LAGOA
OSÍ---------------------------------------DIREITO
OSÓ-------------------------------------FEITIÇO/FEITICEIRO
OSUN------------------------------------SEMENTE
OSUPÁ---------------------------------LUA
OTÁ------------------------------------PEDRA/BRIGA
OTIM------------------------------------PINGA
OTINIMBÉ-----------------------------CERVEJA
OTUN------------------------------------ESQUERDO
OUBERIM-----------------------------MULHER
OUFITILÉ-----------------------------OUVIDO
OWÓ-------------------------------------DINHEIRO
OWÓ------------------------------------MÃO
OWÒ-------------------------------------MÃO
OWÙ-------------------------------------CIUMES
OXÉ-------------------------------------MACHADA DUPLA SÀNGÓ

P
PADÊ------------------------------------COMIDA DE ESÚ
PALEÓ----------------------------------BANHO
PAÓ--------------------------------------PALMAS RITMICAS
PEPEYÉ---------------------------------PATO
PEREGUN------------------------------EWÉ LA OGUN
PETITI-----------------------------------PEQUENO
POJU-------------------------------------MAIS
POMBO-GIRA-------------------------EXÚ FÊMEA

R
RONCÓ---------------------------------QUARTO DE CLAUSURA

S
SABAGI--------------------------------QUARTO QUE ANTECEDE O RNCÓ
SAKOTO-------------------------------ORGULHOSO
SÁORO---------------------------------GUIZO P/ OS PÉS
SIBÍ--------------------------------------COLHER
SIRRUN--------------------------------ATO FUNEBRE(TOMAR O OSU E DESPACHAR O SANTO)
SOKOTÓ-------------------------------CUECA/CALÇA/CALCINHA

T
TÁBULÁ NO EFON----------------DANE-SE
TATETO------------------------------TÍTULO DE ANGOLA
TÔLORÔ-----------------------------AMASSAR QUINAR
TÔTÔ FUN---------------------------PUTA QUE PARIL
TUTU----------------------------------FRESCA

U
UNJE-----------------------------------COMIDA
UNTÓ----------------------------------ATO QUE ANTECEDE O ACOFARI

TRADUÇÕES DIVERSAS:
ADÊ--------------------------------CORÔA USADA PELAS IYABÁS
ABÉBÉ-----------------------------LEQUE USADO PELAS IYABÁS
ALFANGE------------------------ESPADA USADA PELAS IYABÁS
ADAGA---------------------------ESPADA USADA POR ABORÓS(ESPADA DE PEQUENO PORTE)
ERUKÊRÊ------------------------ABANO DE OXOSSI E LOGUN
IBIRIN-----------------------------INTUMENTO DE NANÃ
ERUESIN-------------------------RABO DE CAVALO USADO POR OYA
OFÁ--------------------------------ARCO E FLEXA(INSTRUMENTO DE CAÇA)
OS É--------------------------------MACHADO DE DOIS GUMES DE S ANGO
OGUÉ-----------------------------CHIFRES
OGÓ-------------------------------BASTÃO DE EXÚ COM FORMATO DE PÊNIS
OBÉ FARÁ-----------------------TRIDENTE DE EXÚ
OPÁ S ORÔ-----------------------CAJADO ONDE OS ÀLÚFON SE APOIA
S AS ARÁ--------------------------BASTÃO DE OMOLU(É A EXPANÇÃO E A CURA DAS DOENÇAS)
BUZIO (CAURI)-----------------------------CONCHA AFRICANA
CHORÃO-------------------------FIO DE CONTAS QUE SE USA NA FRENTE DO ADÊ
ES Í LOKUM------------------------CAVALO MARINHO

NUMERAÇÃO ORDINAL:
PRIMEIRO----------------------IKINI
SEGUNDO----------------------EKEJI
TERCEIRO---------------------EKETÁ
QUARTO------------------------EKERIN
QUINTO-------------------------EKARUN
SEXTO---------------------------EKEFÁ
SÉTIMO--------------------------EKEJE
OITAVO--------------------------EKEJÓ
NONO-----------------------------EKESÁN
DÉCIMO--------------------------EKEUÁ


PRONOMES:
EU-----------------------------------EMI
TU-----------------------------------IWO
ELE----------------------------------OUN
NÓS---------------------------------AUÁ
VÓS---------------------------------EUYIN
MEU/MINHA----------------------MI
TEU/TUA--------------------------TIRÉ
SEU/DELE/DELA----------------TIRE
NOSSO-----------------------------TIWA
DELES/DELAS-------------------TIWON

TRADUÇÃO - ANIMAIS:
ÀJÁ----------------------------------CACHORRO
AJAPÁ------------------------------CÁGADO/TARTARUGA
AGUTAN---------------------------CARNEIRO
ABUKO-----------------------------CABRITO
AURÊ--------------------------------CABRA
AKIKO------------------------------FRANGO/GALO
ADIÉ---------------------------------GALINHA
APOLÓ------------------------------SAPO
ABABÓ------------------------------GALINHA VERMELHA/CARIJÓ
ETUN /KONKÉN------------------GALINHA D'ANGOLA
EJÁ------------------------------------PEIXE
EKU-----------------------------------PREÁ
ELÉDI--------------------------------PORCO
EIKOICI------------------------------VEADO
GODÔPÉ----------------------------CABRA/CABRITO
ILÉ------------------------------------POMBO
IRILÉ---------------------------------POMBO
IDÃ-----------------------------------COBRA
IGBY---------------------------------CARACOL
IGUI----------------------------------PORQUINHO DA INDIA
KONKÉN----------------------------GALINHA D'ANGOLA
LEKE LEKE------------------------GARÇA
LABA LABA-----------------------BORBOLETA
MALU-------------------------------BOI
ABAN-MALU----------------------VACA
ODIDÉ------------------------------PAPAGAIO
ODÁ---------------------------------BODE CASTRADO
PEPÉYE-----------------------------PATO
ÊS Í-----------------------------------CAVALO
ES Í OKUM-------------------------CAVALO MARINHO