sábado, 15 de maio de 2010

Ministro anuncia criação de bolsas para negros

São 250 bolsas de pós-graduação para alunos negros ou pardos e um aumento de 200 bolsas do Programa de Iniciação Científica

Agência Brasil | 13/05/2010 12:42


No Dia em que se comemora os 122 anos da Lei Áurea, o ministro da Secretaria
Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Eloi Ferreira,
anunciou a criação de 250 bolsas de pós-graduação para alunos negros ou pardos e
um aumento de 200 bolsas do Programa de Iniciação Científica (Pibic), que
passarão de 600 para 800.
O ministro destacou que, apesar de o sistema de cotas não ser obrigatório no Brasil, 91 universidades públicas adotam a reserva
de vagas no vestibular para alunos negros.
Ele também anunciou o lançamento de um selo para identificar as instituições de ensino que promovem a Lei nº
10.639, de 2003. O texto tornou obrigatória a inclusão da história do povo negro
e suas contribuições culturais, econômicas e sociais para o país no currículo de
ensino infantil, fundamental e médio. A entrega dos selos ocorrerá em 20 de
novembro, Dia da Consciência Negra.
Para Eloi Ferreira, as ações divulgadas nesta quinta-feira ajudam a corrigir injustiças e distorções históricas. “A
promulgação da Lei Áurea não foi acompanhada de uma inclusão educacional,
habitacional e isso faz com que até hoje o negro continue na base da pirâmide
social”, afirmou.
O ministro defendeu também a criação do Estatuto de Igualdade Racial, que já foi aprovado pela Câmara e aguarda votação no Senado.
“Essa lei será como um segundo artigo da Lei Áurea. Ela garante o respeito às
religiões de matriz africana e garante a possibilidade de acesso à terra aos
remanescentes quilombolas”, destacou.
Quem é de Axé diz que é!
No Censo de 2010 declare seu amor ao seu Orixá
Diga que é do Santo, diga que é do Axé
Pois quem é de Umbanda, quem é de Candomblé
Não pode ter vergonha, tem que dizer que é!!!

13 de maio é dia de reafirmação da luta identitária.

Liberdade é força-motriz que nos possibilita a autonomia de ser pessoa, ter uma identidade própria.

A menina que tomou água sanitária para ficar branca e igual às outras, até hoje enfrenta dores gástricas. Porque a menina tomou água-cloro?

Pergunte a turma que tem 11 anos, como ela. Não, ainda não somos livres!
Estaremos em uma silenciosa guerra civil que nos restringe a mobilidade de ser pessoa?
A hierarquia de valores alimenta a ferocidade do racismo,categorizando,seccionando o corpo social. Tia porque dói tanto ser negro? A dor do menino da escola ainda transborda como uma violação a auto-estima da infância no Brasil. O racismo é cruel!
A Lei Federal nº 10.639/03 ainda enfrenta o quadro neutro em uma contundente e cotidiana batalha por uma igualdade essencial. Não, ainda não somos livres!
Liberdade é ter alternativas, um caminho de escolhas e possibilidades, sem as fronteiras punitivas e limitantes.

Mariazinha que um dia sonhou em ter seu “baile” de formatura descobriu (Eureka!) que era negra, feia e tinha cabelo ruim. Os sonhos de Mariazinha tropeçaram no batente da intolerância alheia: Dá licença !

Não, ainda, não somos livres!

Estaremos nós condenados a essa abstração de liberdade ou a esses lugares do nada ser?
O menino de guias no pescoço que um dia incorporou sua ancestralidade foi banido por códigos de valores distintos e exclusivos da escola. Encarceraram a alma do menino em territórios com atalhos para a fórmula do descarte étnico. Estado laico? As escolas ensinam religião. E hierarquizam o reino dos céus.

A polícia mata moto boy negros como represália por eles serem negros. Afinal,é preciso agir de acordo com a cartilha que ensina que negro, até prova ao contrario, é “elemento suspeito”.
Mataram meu filho porque ele era negro, diz a mãe, Elza Pinheiro dos Santos, pedagoga, 62 anos, em uma difícil travessia de sentimentos. E continua: “Acho que, sem dúvida nenhuma, existe aí a questão da cor da pele. Sabemos que o nosso Brasil é preconceituoso. Já conseguiu alguns avanços. Mas o preconceito parece uma erva daninha que, se você não arrancar bem a raiz, ela brota. E brotou. Acho que teve preconceito”.
Hoje não somos mais elementos suspeitos estamos nos transformando em cadáveres.
122 anos após a abolição inconclusa ser negro no Brasil é transgressão.
E nós ainda nos permitimos calar como cúmplices de uma chacina cotidiana.

Vivemos aprisionados em nossos valores de cargos e tradições. Não, ainda não somos livres!
13 de maio é dia de reafirmação da luta identitária.