sábado, 27 de fevereiro de 2016

Dan

Dan - É o vodun da riqueza, bastante popular na Religião Fon. É representado por uma serpente que se rasteja e se esconde na terra, mas que ascende ao céu na forma de arco-íris, sendo chamado pelo título completo de Dan Ayidohwedo. Ele é um Ayi-vodun, ainda que possa ser associado aos Ji-vodun, pois diz-se que ele transporta Heviossô até as nuvens para semear as chuvas benfazejas.
O culto de Dan é originário do província Mahi, no planalto ao noroeste de Abomey e, de fato, pode ser considerado o Tô-vodun, divindade nacional dos Mahis.
No resto do país Fon, os noviços de Dan são chamados por isso de mahinu, e falam o dialeto Mahi dentro do convento. No final da iniciação eles são chamados de lali, que têm somente metade da cabeça totalmente raspada ao término do processo de iniciação.
O vodun Dan corresponde a uma família completa, onde existem 41 aspectos masculinos e femininos da divindade. Talvez por ser ligado à fertilidade e à riqueza, Dan possui muitos adeptos e iniciados que buscam suas benesses. Não pode ser confundido com Dangbê.
Conservam-se no Candomblé Jêje a lembrança da ligação com Mahi e alguns nomes como os de Gbèsén (Bessém "A que faz frutificar a vida" - aspecto feminino) e Jikún ("Semeador da chuva" - aspecto masculino).
Também identificado no merindilogun pelo odu iká e representado materialmente e imaterial pela cultura Jeje-Nago, através do assentamento sagrado denominado igba dangbe.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

liminar negada pela Justiça

liminar negada pela Justiça

Quinta-Feira, 25/02/2016, 15:40:51 - Atualizado em 25/02/2016, 16:22:37

O Grêmio Recreativo Jurunense Rancho Não Posso Me Amofiná teve liminar negada pelo juiz Elder Lisboa, titular da 1ª Vara de Fazenda Pública. A informação foi divulgada pelo Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA) nesta quinta-feira, 25. A escola de samba solicitou que fosse decretada a nulidade do ato que lhe retirou dois pontos no desfile do carnaval deste ano, bem como o reconhecimento de Campeã do Carnaval 2016 de Belém, cuja a vencedora foi a Associação Carnavalesca Bole-Bole.

O magistrado entendeu que as provas apresentadas pela agremiação não foram suficientes para a concessão do direito. O município de Belém e a Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel) têm, respectivamente, 60 e 15 dias para se manifestar apresentando provas.

Na ação, a escola de samba também pediu que fosse suspensa todo e qualquer repasse de valor ou outro tipo de premiação ao vencedor do Concurso das Escolas de Samba realizado pelo Município de Belém, até decisão final.

Segundo Elder Lisboa, o pedido possui pontos controvertidos que ensejam dúvidas, o que requer a produção de várias provas para uma decisão mais consolidada. “Em uma análise preliminar do caso, não vislumbro os requisitos necessários ao deferimento da tutela antecipada pretendida, uma vez que não se encontra comprovado de forma inequívoca as alegações feitas pelo demandante (Rancho), fazendo-se necessária, deste modo, instrução probatória”, afirmou o magistrado.

De acordo com o processo, o Rancho alega que a comissão de apuração do carnaval de Belém disse que não havia nenhuma irregularidade, penalidade ou recurso a ser julgado nas 48 horas seguintes, nem nas 72 horas antes da apuração, como bem disciplina o regulamento do concurso.

O Rancho afirma ainda que a Coordenação foi levada ao erro pelo Presidente da Escola de Samba Quem São Eles, Luiz Omar Pinheiro, o qual exigiu que fosse apresentado um pen drive, por ele produzido, apontando suposta irregularidade na apresentação da comissão de frente do Rancho, irregularidade que a escola afirma não ter ocorrido. Ainda de acordo com a agremiação, a denúncia oral foi acatada de pronto pela junta apuradora, que não observou o regulamento do certame, não concedendo, inclusive, o direito à ampla defesa e ao contraditório.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Ewe - Akóko

Ewe - Akòko- A folha do Reconhecimento
Nome Yorùbá = Ewé Akòko.
Nome Popular = Acocô.
Nome Científico = Newbouldia laevis.

Ewé Akòko é uma folha masculina, de gún (excitação), ligada ao elemento terra. Sua origem é africana, mas é uma árvore que muito vem sendo disseminada no Brasil, principalmente pelos africanos. É uma folha de prosperidade e multiplicação. De grande importância na liturgia dos Cultos Indígenas Africanos (Iorubá, Fom e Bantu).
É uma árvore abundante em terras africanas.

Na Nigéria, os Iorubás consideram-na uma arvore de prosperidade (dinheiro=Owó) e multiplicação (filhos=Omo). Os troncos desta árvore eram e são muito utilizados pelos Iorubás em feiras/mercados (lugar que gera o movimento de dinheiro), em forma de estacas e o comum é que os mesmos brotem, gerando outras arvores, por isso está associada à multiplicação (filhos) e a prosperidade (feira/dinheiro).

Está associada aos Òrìsà Èsù, Ògún, Òsanyìn, Egúngún e Oya.

Suas folhas representam o reconhecimento e a realeza. Pequenos galhos desta árvore são utilizados em cerimônias reais e de recebimento de títulos honoríficos na sociedade Iorubá. Os Iorubás falam: “Nenhum Rei (Oba) é considerado Rei, se em sua cabeça (Orí) não tiver levado Akòko”.
Em Iré, Cidade do Estado de Ògún, na Nigéria, onde o Culto ao Òrìsà Ògún é de grande força, o Ojúbo (elementos de culto) desta Divindade encontra-se sob a copa desta árvore, que muitas vezes é ornada com pano branco.

Entre os Jèjí, o Akòko é conhecido como Ahoho pelos Mahi e Hunmatin pelos Mina. É uma Huntingome/Jassu (Árvore Sagrada) e é o principal Atin-sa do Vòdún Gún. Os Mahi acreditam que galhos desta árvore devem ser levados junto ao corpo por pessoas que vão fazer viagens longas ou que ofereçam algum tipo de risco, o mesmo gera grande proteção aos que a possuem junto ao seu corpo. Isso se dá proveniente a regência de Gún nesta folha.

No Brasil, as Casas de Candomblé utilizam o Akòko em rituais de iniciação (Igbèrè), em obrigações de sete anos (Odún méjè Igbèrè) e na composição de banhos sacros (Àgbo), inclusive, em algumas casas, esta folha entra como uma das 16 principais folhas deste banho.

Esta folha por ser um símbolo de multiplicação, prosperidade e realeza, pode ser utilizada na liturgia de qualquer Òrìsà, principalmente os já mencionados.
Muitas pessoas confundem o Akòko com o Akosí (Polyscias guilfoylei), cuidado.

Ewé ófé gbogbo akoko
Ewé ofé gbogbo akoko
Awá li li awá oro
Ewé ofé gbogbo akoko

Akoko,é a folha de todas as pessoas inteligentes
Akoko é a folhas de todas as pessoas inteligentes
Nós temos , nós somos, riquezas e saúde  Akoko é a folha de todas as pessoas inteligentes.

Tradições Do Candomblé

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

NOTA DE REPÚDIO AO NOME "OPERAÇÃO ACARAJÉ" DA POLÍCIA FEDERAL

O Coletivo de Entidades Negras, CEN, organização nacional do Movimento Negro e o FERMA Fórum Estadual de Religiões de Matriz Africana do Maranhão que tem, entre outros temas, a defesa das religiões de matrizes africanas, vem a público apresentar seus mais veementes protestos e repúdio à operação da Polícia Federal batizada de Operação Acarajé. Nada justifica a escolha deste nome e exigimos sua imediata alteração.
O acarajé é alimento sagrado para as pessoas que, em todo o país cultuam os Orixás. Há pouco tempo, na Bahia, o acarajé foi objeto de disputa jurídica entre o povo de santo e os evangélico-pentecostais que queriam rebatiza-lo de bolinho de Jesus para, assim, poder comercializa-lo. O povo de santo venceu a pendenga apresentando a sacralidade do alimento que é intimamente relacionado à Orixá Oya.
Nosso repúdio vem no sentido do total desrespeito religioso a um elemento sagrado do Candomblé, desrespeitando assim, de forma acintosa, toda a tradição e história dessa religião no Brasil.
Afirmamos que Orixá e o povo de santo nada tem com a roubalheira que assola o país. O que repudiamos é ver nossa religiosidade vinculada a uma operação para prender bandidos. Isso, para nós e toda nossa comunidade religiosa, é inaceitável.
Coordenação Nacional do CEN

Seleção brasileira dá sorte e cai em um grupo fácil na Copa América Centenário

Agência Estado
Dunga comandará o Brasil na Copa AméricaReuters
Dunga deu sorte ao Brasil na definição dos grupos da Copa América Centenário, que será disputada de 3 a 26 de junho nos Estados Unidos. No sorteio realizado neste domingo em Nova York, com a presença do treinador, a seleção brasileira caiu no Grupo B ao lado de Equador, Haiti e Peru, adversários do segundo escalão no futebol americano.
O Brasil estreia no dia 4 de junho contra o Equador, no estádio Rose Bowl, em Pasadena (Califórnia), onde a seleção conquistou o tetra na Copa do Mundo de 1994. No dia 8, enfrenta o Haiti, no Orlando Citrus, em Orlando. E fecha a fase de grupos contra o Peru, no dia 12, no Foxborough, na região metropolitana de Boston.
Ao comentar sobre os adversários do Brasil, Gilmar Rinaldi, coordenador da seleção, disse que o Brasil tem a obrigação de se impor, seja qual for o adversário. "Temos de jogar bem e ganhar. A dificuldade e a facilidade somos nós que vamos criar. Temos que nos preparar muito e mostrar a força do futebol brasileiro dentro de campo na primeira fase e ganhar confiança para seguir na segunda fase", disse.
O grupo mais equilibrado é o A, com o anfitrião Estados Unidos, Colômbia, Costa Rica e Paraguai. A Argentina, uma das favoritas, entrou no Grupo D com Chile, Panamá e Bolívia. O C tem México, Uruguai, Jamaica e Venezuela.
CORRUPÇÃO - Além do aspecto histórico, a Copa América Centenário também ficará marcada por ter sido a competição que serviu como base para desvendar um milionário esquema de corrupção, levou vários cartolas até então considerados intocáveis à prisão e pode mudar a relação dos negócios com o futebol. Até agora, 41 dirigentes e empresários estão denunciados sob a acusação de cometerem crimes diversos. E as investigações da Justiça dos Estados Unidos estão longe de terminar.
José Maria Marin, ex-presidente da CBF, é um dos brasileiros envolvidos no escândalo. Acusado de fraude, conspiração e lavagem de dinheiro, desde novembro passado cumpre prisão domiciliar em Nova York. O presidente licenciado da CBF, Marco Polo Del Nero, e o ex-presidente Ricardo Teixeira também foram indiciados pela Justiça dos Estados Unidos. Eles negam participação em qualquer ato ilícito.
Outro brasileiro às voltas com as autoridades americanas é o empresário J.Hawilla - está em prisão domiciliar, admitiu à Justiça os crimes de extorsão, lavagem de dinheiro e obstrução e faz acordo para devolver US$ 151 milhões. Foi por meio da investigação dos negócios envolvendo uma empresa da qual Hawilla era um dos sócios, a Datisa, que o FBI encontrou o fio da meada de um propinoduto por onde escoaram pelo menos US$ 110 milhões.
A empresa criada e 2013 tinha como outros sócios os argentinos Alejandro Burzaco, da Torneos y Competencias, e Hugo e Mariano Jinkis, da Full Play, todas empresas ligadas ao segmento de compra e revenda de direitos de transmissão e de marketing.
Pelo esquema que levaria inicialmente à prisão de vários dirigentes ligados à Conmebol e à Concacaf no dia 27 de maio em Zurique, durante um congresso da Fifa - entre eles Marin, os ex-presidentes da Conmebol Nicolas Leoz e Eugenio Figueredo, e os ex-presidentes da Concacaf Jack Warner e Jeffrey Webb -, vários dirigentes receberam propina ao negociar os direitos de transmissão e contratos de marketing de várias competições.
A Copa América Centenário foi um dos torneios "negociados", assim como as Copas Américas de 2015, 2019 e 2023. E o FBI entrou na investigação porque dinheiro ilegal das transações passaram pelo sistema financeiro do país.
A descoberta do esquema colocou em risco a realização da competição que tem como pano de fundo comemorar os 100 anos de Copa América, mas no segundo semestre do ano passado a manutenção do torneio como sede foi confirmada pela Conmebol. Em dezembro, a entidade anunciou uma outra empresa como detentora dos direitos de transmissão e de marketing.
Enquanto isso, além de Marin, vários outros cartolas cumprem prisão domiciliar, após acordos com a Justiça dos Estados Unidos em que pagaram multas vultosas e deram como garantias bens diversos - até joias de família foram utilizadas.
Confira os grupos da Copa América Centenário:
GRUPO A - Estados Unidos, Colômbia, Costa Rica e Paraguai
GRUPO B - Brasil, Equador, Haiti e Peru
GRUPO C - México, Uruguai, Jamaica e Venezuela
GRUPO D - Argentina, Chile, Panamá e Bolívia

Brasil é agora o décimo maior cotista do FMI

O Brasil passou a ser o décimo maior cotista do Fundo Monetário Internacional (FMI), informou hoje (22) o Banco Central (BC). O país subiu quatro posições após a integralização do aumento de sua cota, na semana passada.

Segundo o BC, o aumento se deu no âmbito da 14ª Revisão Geral de Cotas do FMI. Ao final do processo de integralização de cotas por parte dos países membros, a ser concluído nas próximas semanas, a participação no total das cotas do Brasil no organismo subirá de 1,78% para 2,32%.

De acordo com o BC , a 14ª Revisão Geral de Cotas foi resultado de uma longa negociação no período pós-crise de 2008 e culminou em um acordo em 2010, visando dobrar os recursos regulares do FMI e aumentar a participação relativa das economias emergentes e em desenvolvimento.

Entre os países que mais aumentarão a participação estão os BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China), que passarão a figurar entre os dez maiores cotistas do fundo e, conjuntamente, somarão 14,2% em cotas (ou 13,5% com poder de voto) do FMI.
O resultado líquido do aumento de cotas não afeta o nível das reservas internacionais do Brasil, informou o BC.

Marinha aguarda proposta de ação de retirada de navio naufragado, no PA

Prazo para recebimento de plano foi prorrogado até esta segunda-feira (22).
Oito empresas participam da licitação e elaboram planos de salvamento.

Do G1 PA
Um homem caminha ao lado de carcaças de bois na praia do Conde em Barcarena, no Pará. Na última terça-feira (6), uma transportadora de gado carregado com cerca de 5 mil animais naufragou no porto da Vila do Conde, em Barcarena (Foto:  Tarso Sarraf/Reuters)O navio Haidar naufragou há quatro meses com cerca de cinco mil cabeças de bois vivos, algumas carcaças chegaram as praias próximas ao porto. (Foto: Tarso Sarraf/Reuters)
A Marinha prorrogou até esta segunda-feira (22), o prazo para que os responsáveis pelo navio Haidar, que naufragou com bois vivos no Poro de Vila do Conde, em Barcarena, nordeste do Pará, apresente o nome da empresa que vai retirar a embarcação do fundo do rio Pará. A Capitania dos Portos foi informada que foram recebidas oito propostas de empresas, mas até agora nenhuma foi escolhida.

O Armador do navio e os advogados informaram na última sexta-feira (19), que as oito empresas que estão participando da licitação e elaborando os planos de salvamento do navio apresentaram os planos de ação durante a última semana, e que em virtude disso os projetos ainda estariam em análise, por serem extremamente técnicos e envolverem métodos distintos.
 

Entenda mais sobre o zika: vírus é novo no Brasil e se espalhou rapidamente

Como surgiu o zika vírus no Brasil? Para Cláudio Maierovitch, diretor de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, essa questão é muito difícil de responder. O mais importante é enfrentar o mal e as doenças que parecem estar associadas a ele, como a microcefalia. Em uma série de vídeos produzidos pelo governo, Maierovitch esclarece detalhes sobre a origem e tratamento da nova enfermidade.



“Antes esse vírus estava restritivo ao continente africano e à Ásia. Um pouco na Oceania também, onde houve até grandes epidemias – mas em ilhas muito distantes do continente americano. (…) E chegou ao Brasil. O fato é que ele chegou e se espalhou muito rapidamente”.
Segundo Cláudio Maierovitch, a chegada do vírus zika ao País é uma situação completamente nova. Por isso demorou um pouco para que os médicos pudessem fazer um diagnóstico preciso da doença. “Os profissionais do Brasil não tinham qualquer experiência com o zika. Então, o Ministério da Saúde, com as secretarias estaduais e municipais [de Saúde], trabalharam muito para obter o diagnóstico de uma doença diferente que tinha aparecido, até confirmar que era o vírus zika”.
Inicialmente, pelos conhecimentos disponíveis na época, acreditou-se que era uma enfermidade relativamente leve, sem consequências mais graves. Até que, no meio do segundo semestre de 2015, foram identificadas crianças com microcefalia, nascidas de mães que provavelmente tinham tido zika durante a gravidez.
A partir de então, explica o médico Maierovitch, “essa passou a grande preocupação da Saúde no País”.

Polícia Federal deflagra 23ª fase da Lava Jato

A Polícia Federal deflagrou na manhã de hoje (22) mais uma fase da Operação Lava Jato. Os policiais estão cumprindo mandados em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Salvador. Cerca de 300 policiais federais cumprem 51 mandados judiciais, sendo 38 de busca e apreensão, seis de prisão temporária e cinco de condução coercitiva.
Os mandados são cumpridos nos estados da Bahia (Salvador e Camaçari), Rio de Janeiro, Angra dos Reis, Petrópolis e Mangaratiba e São Paulo capital, Campinas e Poá.
O objetivo das investigações desta fase é o cumprimento de medidas cautelares, a partir de representação da autoridade policial, relacionadas a três grupos: um grupo empresarial responsável por pagamento de vantagens ilícitas; um operador de propina no âmbito da Petrobras; e um grupo recebedor, cuja participação fora confirmada com o recebimento de valores já identificados no exterior em valores que ultrapassam US$ 7 milhões.
Os presos serão levados para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde permanecerão à disposição da 13ª Vara da Justiça Federal.
A 23ª Fase da Operação Lava Jato foi denominada Acarajé, em alusão ao termo utilizado por alguns investigados para nominar dinheiro em espécie.
Será concedida entrevista coletiva às 10h no auditório da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.

domingo, 21 de fevereiro de 2016

PAÓ

PAÓ
O paó (bater palmas) vem como tudo dentro do rito de uma interação e respeito de energias.
O paó chama à presença, invoca; louva um SER aludido ou um elemento de àse.
Toda formulação de som nasce como uma síntese, como um terceiro elemento provocado pela interação ativa de dois tipos de elementos genitores: a mão ou a baqueta percutindo no couro do tambor, a vareta batendo no corpo do agogo, o pêndulo batendo no interior da campainha àjá, a palma batendo no punho. O som é conduzido por Èsù. A palavra como o som é atuante, porque é condutora do poder do àse, do hálito, da saliva, etc.
O paó é louvado à tudo, principalmente Èsù (Òrìsà), o grande condutor de energias.
A seqüência e quantidade faz alusão sempre ao movimento -3- uma seqüência de som repetido 3 vezes, também fazendo referência aos “9 Òrun”, contido em Ìgbá-odù.
• O Paó (pronuncia = paô) é um gesto que serve como sinal de que se é preciso comunicar alguma coisa, mas não se pode falar. Isso ocorre muito, quando as iniciandas estão no roncó e não podem falar, daí batem com as palmas das mãos tentando dizer algo, se comunicar por algum motivo. É usado também como saudação para orixá, e, é diferente de ORIXÁ para ORIXÁ.
É uma palavra em yorubá que significa: "pa" = juntar uma coisa com outra; "o" = para cumprimentar... Essa palavra é uma contração de ìpatewó que significa aplauso.
É um preceito do culto das religiões de matrizes africana.

O paó bate-se 3 vezes assim...
3 + 7 vezes
Intervalo
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O manicômio antimanicomial e o espírito de Juliano Moreira

 

Nós sabemos o que Kraepelin, Bleuler, Jaspers, Freud ou Juliano Moreira aportaram à ciência. Mas, qual o conhecimento sobre a doença mental que os “antimanicomiais” trouxeram à psiquiatria - e outros campos correlatos? Nenhum, até porque sua preocupação é negar qualquer possibilidade de conhecimento - real, verdadeiro, científico - neste campo, já que a própria doença mental, para eles, não existe
 
CARLOS LOPES
Ainda há o que dizer sobre o assunto que ocupou a quinta parte deste artigo.
Mas, antes de continuar, vejamos alguns trechos de um artigo publicado pelo dr. Juliano Moreira e por um discípulo – hoje mais lembrado como romancista que como psiquiatra - em 1905, ou seja, há 111 anos:
No tocante à causa da paranoia há uma tendência geral para incriminar a degeneração – esse mal feito da herança próxima, ou mesmo, mais recuada, do atavismo.
Esta doutrina de degeneração, desde que se apresentou a Morel e veio nos tempos recentes a se assenhorar da psiquiatria, não encontrou ainda senão submissões irrefletidas, que se vão sucessivamente imitando, porque é mais fácil pensar com os outros do que observar consigo mesmo.
(…)
O critério com que em psiquiatria hodierna, de origem latina sobremodo, se aponta à degeneração – três ou quatro estigmazinhos irrisórios – um lóbulo aderente da orelha, um septo desviado do nariz, um queixo mais comprido, uns dentes mais separados – a austeridade com que lhe esfumaçam as consequências, permitindo de um lado supor degenerada toda a espécie humana, marcando-lhe do outro, como destino inelutável, o hospital, o manicômio, a prisão, a esterilidade e a extinção, fazem crer que chegamos a um finis hominis irremediável.
Deslembram-se esses médicos acanhados de que a degeneração que veem por toda a parte é uma já estereotipia diagnóstica, quando não seja uma simples ecolalia de designação, e que, para contrapor aos casos sisudamente comprovados de derrancamento somático do indivíduo, há, a todos os momentos, esta obra de regeneração da espécie que suprime o indivíduo, quando não logra corrigir-lhe as aberrações, integrando, no futuro, o tipo comum.
Depois, a herança que explica a degeneração e outros malfeitos mais parece ter sido gravada de imaginárias culpas. Não há muito tempo todas as doenças eram hereditárias: para tomar uma só delas, a tuberculose, vimo-la sofrer sucessivas interpretações etiológicas: primeiro herdava-se a tuberculose, depois falou-se na heredotuberculose tardia, mais tarde na predisposição... Agora, Berend demonstrou-o, filhos de héticos até, ninguém traz originariamente a semente de Koch (...).
Esquecemo-nos por completo do meio em que vivemos uma vida inteira de combates e reações incessantes para tudo atribuir a umas tantas metafísicas da biologia, ainda sem provas. A não ser compreendendo na expressão herança aquele sentido latíssimo que um de nós já lhe emprestou, falando de herança sociológica, que mais prepondera na gênese do adultério que a biológica...” (Juliano Moreira e Afrânio Peixoto, “A paranoia e as síndromes paranoides”, Arquivos Brasileiros de Psiquiatria, Neurologia e Ciências Afins, Rio, nº 1, 1905, p.5-33, republicado porHistória, Ciências, Saúde-Manguinhos vol. 17, supl. 2, Rio, dezembro 2010).
CONHECIMENTO
 Nós sabemos o que Kraepelin, Bleuler, Jaspers, Freud ou Juliano Moreira aportaram à ciência.
Mas, qual o conhecimento sobre a doença mental que os “antimanicomiais” trouxeram à psiquiatria - e outros campos correlatos?
Nenhum, até porque sua preocupação é negar qualquer possibilidade de conhecimento - real, verdadeiro, científico - neste campo, já que a própria doença mental, para eles, não existe.
Além disso, para nós, brasileiros, existe a negação de um aspecto nacional, que é importante para completar o perfil dos “antimanicomiais”.
A psiquiatria brasileira, em sua origem, foi um combate – e um combate acirrado – entre duas tendências: uma, reacionária, racista, derivada de Nina Rodrigues, cujo principal expoente foi Henrique Roxo.
A outra, fundada por Juliano Moreira e um sem número de discípulos, que demoliram as teorias racistas, antes e depois da Revolução de 30.
Uma excelente síntese desta última tendência é a seguinte:
“[Juliano Moreira] criticava pelo menos três crenças dominantes na psiquiatria comparada do começo do século XX: primeiro, afirmava que não havia doenças mentais próprias dos climas tropicais; segundo, que a condição racial de um indivíduo não daria imunidade nem tampouco favoreceria o aparecimento de certas formas de insanidade mental; e, terceiro, recusava a tese da inferioridade intelectual nata do negro, atribuindo-a a fatores sociais e educacionais” (cf. Ana Maria Galdini Raimundo Oda e Walmor Piccinini, “Dos males que acompanham o progresso do Brasil: a psiquiatria comparada de Juliano Moreira e colaboradores”, Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, VIII, 4, pp. 788-793).
Já em 1896, quando, aos 23 anos, foi aprovado em concurso público para professor da Faculdade de Medicina da Bahia (Juliano Moreira entrou aos 13 anos para o curso de medicina, o que, para um negro - aliás, para qualquer um – era, e é, um prodígio, mais ainda em 1886, dois anos antes da Abolição da escravatura), ele disse, em seu discurso de posse na cátedra:
Subir sem outro bordão que não seja a abnegação ao trabalho, eis o que há de mais escabroso. Tentei subir assim, e se méritos tenho em minha vida este é um. Bem se vê que há muito mais que admirar na bravura nobre, ainda que por vezes ignorada, com que o pequeno reage, pé ante pé, de agrura em agrura, do que em muito triunfo que o nascimento exagera com antecipado, embora falso, renome e que a proteção imerecida incrementa. A quem se arreceie que a pigmentação seja nuvem capaz de marear o brilho desta Faculdade, me parece estar vendo a imagem fulgurante da Pátria Brasileira desde Gonçalves Dias a Gonçalves Crespo, a espargirem os esplendores maravilhosos da beleza de seus versos, até Tobias Barreto, deslumbrante e glorioso. Em dias de mais luz e hombridade o embaçamento externo deixará de vir à linha de conta. Ver-se-á, então, que só o vício, a subserviência e a ignorância são que tisnam a pasta humana quando a ela se misturam ganhando-lhe o íntimo e aí inviscerando o mal. A incúria e o desmazelo que petrificam, a hipocrisia, a baixeza e a desfaçatez que desmoralizam, sim, dão àquela massa humana aquele outro negror que a torna incapaz de fornecer radiações. A contínua genuflexão é que atrofia os músculos com que marchamos e aqueles com que conservamos a espinha ereta” (cit. em Ana Maria Galdini Raimundo Oda, “Alienação mental e raça: a psicopatologia comparada dos negros e mestiços brasileiros na obra de Raimundo Nina Rodrigues”, FCM/Unicamp, 2003, p. 304).
A demolição científica do racismo seria o centro da polêmica de Juliano Moreira contra Nina Rodrigues – e, depois, de seu famoso artigo, também escrito com Afrânio Peixoto, “As doenças mentais nos climas tropicais” (este artigo, escrito em francês para o XV Congresso Internacional de Medicina, realizado em Lisboa, 1906, foi traduzido em 2005 por Monica Seincman, Ana Maria G. R. Oda e Paulo Dalgalarrondo: v. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, vol. 8, nº 4, pp. 788-793).
Em 1913, em um congresso na Bélgica, contestando um psiquiatra francês, que postulava a existência de patologias específicas das colônias tropicais (em geral, as colocações racistas eram disfarçadas como problemas “climáticos”), Juliano Moreira foi ainda mais claro:
Se nas colônias tropicais existe alguma doença mental autônoma, que mereça as denominações referidas, vem isso demonstrar que o fato é mais inerente à condição de colônia dessas regiões que à sua situação nos trópicos, visto que no Brasil nada temos de parecido. Faremos, pois, muito bem em nos vangloriarmos de termos conquistado nossa independência” (cit. em Paulo Dalgalarrondo, “Civilização e Loucura: Uma Introdução à História da Etnopsiquiatria”, São Paulo, Lemos, 1995).
É muito característico de Juliano Moreira que o psiquiatra ao qual estava respondendo fosse o autor do livro-texto de psiquiatria mais usado nas faculdades de medicina francesas da época, Emmanuel Régis. O psiquiatra brasileiro jamais se intimidou perante títulos ou “nomes”.
Antes dos 30 anos, aliás, ele se chocara com Nina Rodrigues, professor da Faculdade de Medicina da Bahia bem mais velho, cujo conceito sobre os mulatos aparece, nitidamente, em sua comparação destes com os jagunços de Canudos: “Muito diferente”, garantiu Rodrigues, “é o mestiço do litoral, que a aguardente, o ambiente das cidades, enfraqueceram, abastardaram, acentuando a nota degenerativa e criando esses tipos imprestáveis e sem virilidade...” (cit. em  Ana Maria Galdini Raimundo Oda, op. cit., p. 191).
Juliano Moreira, filho de um português que acendia lampiões em Salvador e de uma empregada doméstica negra, saiu-se bem nesse embate com Nina Rodrigues.
É essa a herança nacional que os “antimanicomiais” rejeitam.
ETIOLOGIA
 Voltando ao conceito de doença mental, é importante ressaltar que Freud jamais negou – pelo contrário – uma base orgânica, isto é, material, para as doenças mentais, inclusive a histeria. Em um de seus últimos trabalhos, escreveu:
A etiologia de todo distúrbio neurótico é, afinal de contas, uma etiologia mista. (…) Via de regra, há uma combinação de ambos os fatores, o constitucional e o acidental” (cf. S. Freud, “Análise terminável e interminável”, 1937, Ed. St. Bras., vol. 23).
Ou, em texto escrito ainda depois:
O futuro pode ensinar-nos a exercer influência direta, através de substâncias químicas específicas, nas quantidades de energia e na sua distribuição no aparelho mental” (S. Freud, “Esboço de psicanálise”, 1938, Ed. St. Bras., idem).
Logo, a questão colocada por Szasz contra o conceito de “doença mental” - a falta de uma base física -, também quanto a Freud é inteiramente falsa. O conceito de “série complementar”, de Freud, é, precisamente, a condensação de seu ponto de vista sobre isso:
“Quanto à sua causação, os casos de doença neurótica enquadram-se numa série, dentro da qual os dois fatores - constituição sexual e experiência, ou, se preferirem, fixação da libido e frustração - estão representados de tal modo que, quando um dos fatores é mais forte, o outro o é menos. Em um dos limites da série estão os casos extremos dos quais os senhores poderiam dizer convictamente: essas pessoas, em consequência do singular desenvolvimento de sua libido, teriam adoecido de qualquer maneira, quaisquer que tivessem sido suas experiências e por mais que suas vidas tivessem sido protegidas. No outro limite da série, estão os casos que, pelo contrário, os senhores deveriam supor tivessem certamente escapado de adoecer, se suas vidas não os tivessem conduzido a esta ou àquela situação. Nos casos intermediários da série, um maior ou menor grau de predisposição na constituição sexual se combina com um grau menor ou maior de experiências nocivas na vida das pessoas. Sua constituição sexual não as teria levado à neurose, se não tivessem tido essas experiências, e essas experiências não teriam tido um efeito traumático sobre tais pessoas se sua libido tivesse sido disposta de outra forma. Nessa série posso, com certeza, admitir uma preponderância na importância dos fatores predisponentes; porém, admitir isto também depende de saber até onde os senhores resolvem ampliar as fronteiras da doença neurótica. Proponho, senhores, que denominemos a uma série desse tipo ‘série complementar’, e previno-os de que terão oportunidade de formar outras da mesma espécie” (S. Freud, “Conferência XXII - Algumas ideias sobre desenvolvimento e regressão — etiologia” in “Conferências Introdutórias Sobre Psicanálise (parte III)”, 1917, Ed. St. Bras., vol. 16).
O que é muito mais preciso do que dizer, como faz a penúltima edição do DSM (o DSM-IV), que “o conceito de transtorno mental, como muitos outros conceitos em medicina e ciência, não tem uma definição operacional consistente que cubra todas as situações”.
Ou, na edição posterior (a última, o DSM-V) do manual norte-americano: “o diagnóstico de um transtorno mental não é equivalente à necessidade de tratamento” - e, depois: “os clínicos podem encontrar indivíduos cujos sintomas não satisfazem todos os critérios para um transtorno mental, mas que demonstram necessidade evidente de tratamento”.
Deixamos ao leitor a consideração sobre o caráter científico de tais concepções.
 HISTÓRIA
 Se houvesse justiça no mundo, se não houvesse tanta ingratidão, o “movimento antimanicomial” teria que erigir o atual senador José Serra em patrono – e, talvez, edificar uma estátua para ele, pois não há nenhum “antimanicomial” mais consequente do que esse prócer tucano.
Pois foi devido a Serra, quando ministro da Saúde de Fernando Henrique, que se aprovou a Lei nº 10.216/2001 – a suposta “reforma psiquiátrica”, que os “antimanicomiais” cobrem hoje de incenso.
Desde o governo Fernando Henrique, a situação dos doentes mentais – uso este termo intencionalmente, pois a fachada antimanicomial, ao negar a doença mental,nega aos doentes mentais a sua humanidade - somente piorou.
Segundo o Ministério da Saúde, 25.405 leitos psiquiátricos no SUS foram desativados de 2002 a 2014 – e a intenção do Ministério era desativar mais 1.200 em 2015 (cf. MS, Saúde Mental em Dados, Ano 10, nº 12, outubro/2015, p. 28).
A política, quanto aos remanescentes, é o estrangulamento financeiro: desde 2001, houve apenas dois reajustes na diária do SUS para pacientes psiquiátricos, o último em 2009, portanto, há sete anos, apesar da inflação do período 2009-2016 ter sido de 57,29%.
É muito fácil qualificar leitos psiquiátricos como “de baixa qualidade” (sic), quando se paga, como diária, R$ 43,73 (quarenta e três reais e setenta e três centavos) paratodas as despesas com o atendimento do paciente.
Dizer que a suposta rede de CAPs (“Centros de Atenção Psicossocial” - um nome algo persecutório) substituiu os leitos desativados é, apenas, mentira. E não porque os hospitais psiquiátricos que foram fechados fossem excelentes. Pelo contrário. Mas a situação atual é ainda pior.
Hoje, o que se vê no país é uma catástrofe. Simplesmente, boa parte dos doentes mentais está nas ruas, entregue à caridade dos passantes. Por sorte, ao contrário da lenda e do preconceito, a maior parte é razoavelmente pacífica. Embora, de vez em quando, casos como o de Rodolpho Rocco enfatizam - de forma trágica, dolorosa, aguda - o quanto é precária a situação do atendimento em Saúde Mental.
Talvez o leitor não se lembre: o dr. Rodolpho Rocco era um grande médico do Rio de Janeiro e um grande mestre da medicina. Foi meu professor na UFRJ – era um homem competente, humano, um pouco parecido com Bianchon, o médico que Balzac criou (dizem que Balzac, deitado já para morrer, falou: “Bianchon me curaria...”).
No final da década de 90, o dr. Rocco tratava de um paciente, afetado por uma gastrite, que também era psicótico – e desenvolveu um delírio persecutório que tinha seu médico por objeto. O próprio Rocco, que não era psiquiatra, anotou, na ficha do paciente, a situação psíquica deste.
Enviado a um psiquiatra, foi proposto o internamento. A família recusou, pois, seguindo o bravo “movimento antimanicomial”, disse um de seus membros que internar pacientes psiquiátricos era algo “superado” - segundo relato do próprio psiquiatra.
Durante quatro meses, tentou-se internar esse paciente, sempre com a mesma recusa da família. Até que ele entrou no consultório de Rodolpho Rocco e crivou-o de balas. Nas palavras da esposa do dr. Rocco, por sinal, uma psicanalista: “Meu marido morreu vítima de nove balas perdidas, dirigidas a uma alucinação”.
Note o leitor que tratava-se de um paciente de classe média, com família estruturada – e que era atendido por um psiquiatra.
A maior parte dos doentes mentais do país não tem essa sorte.
O principal problema não é, entretanto, a morte ou dano físico a outras pessoas, por mais ilustres que elas sejam, como o dr. Rodolpho Rocco.
Acontecimentos como o que mencionamos apenas frisam de maneira aguda o ponto a que chegamos, sob uma ideologia vesga e regressiva, que usa o rótulo “antimanicomial” (que manicômios existem hoje no país?) para negar não apenas a existência da doença mental, mas também todo o acúmulo científico e humanístico desde que Philippe Pinel libertou os loucos das correntes, nos hospícios de Paris, durante a Revolução Francesa.
Pior e mais monstruoso ainda que a dor de pessoas como Rocco e seus familiares, é a dor dos pacientes, deixados ao léu, com uma insensibilidade hedionda.
 DEDICATÓRIA
Este artigo, no original, tinha mais uma parte. Mas, por seu conteúdo especificamente médico, e em prol da paciência do leitor, omitimos esta parte.
Resta dizer que, apesar de planejado há tempos, foi um fato quase familiar que nos incentivou, enfim, a escrever este artigo.
Soube, por um casal de velhos amigos, que sua filha, psicóloga, estava participando do “movimento antimanicomial”.
Lembrei dela rapidamente: foi a única pessoa que, quando fez quinze anos, me fez dançar uma valsa – ou, melhor, fingir que estava dançando.
A ela, portanto, dedico estas modestas – até certo ponto – reflexões.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

REGRAS DE UM FILHO DE SANTO

VAI PRO TERREIRO?
Então não reclame, vá e faça sua parte independente dos outros. Leve sua roupa

NÃO PODE IR?
Justifique sua ausência

NÃO PODE AJUDAR FINANCEIRAMENTE?
Pergunte se há outra forma de contribuir

OUVIU FOFOCAS?
Não participe, saia de perto e procure o que fazer

TE OFENDEREM?
Vá falar com o baba/iya da casa. Não faça fofocas

SEU BABA/IYA TE OFENDEU OU TE MAGOOU?
Fale com ele(a) e não com os outros

SEU IRMÃO PRECISA DE AJUDA?
Se puder faça algo, se não puder não critique e não atrapalhe

-VC FEZ E SEU IRMÃO NÃO FEZ NADA?
Faça sua parte sem olhar a dos outros. Um erro do irmão não justifica o seu

SEU EBOMI, SEU OGAN OU SUA EKEDJI TE OFENDERAM?
Seja vodunssy. Resolva com ele de canto e com educação. Não faça fofoca ou estardalhaço

NÃO ESTA AFIM DE TRABALHAR NO TERREIRO?
Faça assim mesmo. Faça pelo seu santo e não por vc

ESTÁ CRITICANDO SEUS IRMÃOS?
Já verificou se seu igbá está limpo e sua quartinha com água?

NÃO SABE DANÇAR?
Não precisa ser bailarino. Procure alguém que possa te ensinar o básico

ESTÁ SENTADO E SEU EBOMI ESTÁ DE PÉ?
Ofereça seu lugar a ele, afinal um dia farão o mesmo por vc

NINGUEM VAI COM SUA CARA?
Se o mundo está errado e só vc está certo é hora de por a mão na consciência

TOMOU BANHO DE FOLHA?
Limpe o lugar

TOMOU? COMEU? USOU?
Limpe e guarde onde achou

USOU O BANHEIRO?
Levante a tampa, dê descarga. Ninguem merece ver seu presentinho

NÃO SABE NADA?
Procure aprender

VC SABE DE MUITAS COISAS?
Ajude quem não sabe

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

CALENDÁRIO ELEITORAL


Ministro Gilmar Mendes diz que dinheiro do petrolão pode abastecer eleições em 2016

Ministro considera 'um desafio' coibir o caixa 2 nas eleições de 2016 e criticou enfaticamente o veto às empresas fazerem repasses às campanhas

 - Atualizado em 
Ministro Gilmar Mendes em sessão plenária
Ministro Gilmar Mendes em sessão plenária(Dorivan Marinho/SCO/STF/Divulgação)
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta segunda-feira que as próximas eleições municipais poderão ser abastecidas com recursos desviados da Petrobras. Ele anunciou a criação de uma área de Inteligência no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cuja presidência assume em maio, para que o país "não seja surpreendido" no pleito marcado para outubro. "Essa é uma questão delicada sobre a qual vamos ter que discutir. Se de fato houve apropriação de recursos ilícitos em montantes muito significativos pode ser que esses recursos venham para as eleições na forma de caixa 2 ou até na forma disfarçada de caixa 1. Vamos ter as doações de pessoas físicas. Pode ser que esses recursos sejam dados a essas pessoas para que façam a doação aos partidos políticos ou aos candidatos. Tudo isso precisa ser olhado com muita cautela", alertou Gilmar Mendes.
Em São Paulo, onde participou de um evento na sede da Federação das Indústrias (Fiesp), o ministro alertou "os escândalos todos que se acumulam, associados muitas vezes ao financiamento eleitoral".
O ministro considera que será "um desafio" coibir o caixa 2 nas próximas eleições e conclamou a sociedade. "Temos uma eleição desafiadora. Pela primeira vez vamos ter uma eleição sem doação de pessoa jurídica privada. Portanto, corremos o risco de termos caixa 2, não cumprimento do que está na legislação e, para isso, temos que contar com o auxílio da comunidade, dos vários setores, OAB, Ministério Público, CNBB, para evitar que esses abusos desautorizem, tornem um desvalor para o nosso sistema. Não podemos tornar essa eleição agora um império do caixa 2, um mundo de faz de conta. Por isso temos um grande desafio."
Ele criticou enfaticamente o veto às empresas de fazerem repasses nas campanhas em 2016, pela primeira vez, o processo eleitoral seguirá esse modelo. O ministro não citou nenhum partido, mas apontou para o esquema de propinas na estatal petrolífera desmontado pela Operação Lava Jato. "Uma questão fácil, típica até do populismo constitucional, agora a gente vai resolver o problema. A causa da corrupção está no financiamento privado. Logo, tudo o que ocorreu aí, especialmente agora no Petrolão, está associado a esse fenômeno. O próprio Supremo disse que o financiamento privado é inconstitucional, então estamos absolvidos, até anistiados. Absolvidos, claro. Vamos entrar numa nova fase. Façam o que quiserem, não tomem a gente como bobos. Respeitem a inteligência alheia."

Pare o Show! Gritou Jorge Ben Jor no sábado no Rio de Janeiro ao ser chamado de "criolo sujo"

Categoria » Casos de Racismo
jorge ben jor
O cantor e compositor Jorge Ben Jor foi alvo de racismo durante um show neste sábado (13), no Rio de Janeiro.; cantor interrompeu o show e discutiu com um homem que estava na plateia; após a confusão, acalmada por outros membros da banda que separaram os dois, o músico explicou o ocorrido; “Esse cara ficou me chamando de “crioulo sujo“. Não vou aceitar isso. Sou carioca e brasileiro. O que um sujeito desses está fazendo neste show?”, disse
O cantor e compositor Jorge Ben Jor foi alvo de racismo durante o show que realizou neste sábado (13), no Rio de Janeiro. Durante um solo dos instrumentos de sopro da música “Take it my brother Cahrles”, o cantor interrompeu o trombonista e se dirigiu para alguém da plateia que assoviava alto.
Momentos depois, o homem foi levado ao palco por seguranças e uma discussão entre ele e Jorge teve início. A situação foi acalmada por outros membros da banda que separaram os dois.
Após o entrevero, Jorge explicou o ocorrido. “Esse cara ficou me chamando de crioulo sujo. Não vou aceitar isso. Sou carioca e brasileiro. O que um sujeito desses está fazendo neste show?”, perguntou.
“Mas não vou estragar a noite. Vamos para um grande momento, vou chamar minha musa!”, disse convidando a cantora Marisa Monte para participar do show.