segunda-feira, 31 de maio de 2010

II ENCONTRO AFRO LATINO

nspiração velha amiga
Me conheces de menino
Evoco a sua presença
Neste narrar pequenino
Direi o que vi e ouvi
E também o que senti
Neste encontro Afro Latino

Aconteceu na Bahia
Em sua segunda edição
Grupos de trabalho, mesas
Consensos e discussão
Ministros, representantes
Várias mesas importantes
Muita afro-opinião

Juca Ferreira e Zulu
Vieram lá de Brasília
Pra legitimar os pleitos
E não para botar pilha
De forma institucional
Também internacional
Foi tudo uma maravilha

Colombia , Equador e Cuba
Venezuela, Uruguai
Barbados e Nicarágua
Jamaica, woman no cry
Panamá e depois México
O espanhol foi léxico
E no próximo quem vai?

Veio a Unesco mediar
A AECID e SEGIB
Compondo vários GTs
Auxiliando quem decide
Alguns ficaram até roucos
Pena que vieram poucos
Países lá do Caribe

A diáspora africana
Alcançou o mundo inteiro
Os corpos acorrentados
Nos podres navios negreiros
Religião, som e alma
Nessa hora muita calma
Da agonia passageiros

Ao fim deste encontro
Que já tem papel histórico
Juca, o ministro, disse,
Que “saímos do retórico”
Não precisa dar descontos
Foram 19 pontos
Adeus plano teórico!

Solidariedade plena
Por meio institucional
O Brasil já dá o exemplo
Em solo internacional
Pra espalhar isso nos ares
A Fundação Palmares
Assumiu o know how

A Agenda Afro Descendente
Vai ter sua secretaria
Todas Américas juntas
Trabalhando em harmonia
Políticas públicas são
O cerne desta questão
Decidiu-se na Bahia

Há o Observatório
Afro Latino na veia
Com as redes sociais
Formando uma grande teia
Publicação de artigos
Notícias de seus amigos
É melhor que voce leia

Desenvolvimento artístico
Intercâmbio cultural
De matriz bem africana
Angola, Guiné, Senegal
Candomblé ou santeria
Seja de noite ou de dia
Proteção universal

Também o audiovisual
E sua circulação
Pulverizando as fronteiras
Entre a arte e o cidadão
Filmar sofrimento e glória
É o caldo da memória
Pra que fique uma lição

Publicações editadas
Trazendo um relato novo
Digital ou papel
Chegando nas mãos do povo
Refaz-se o processo histórico
Do processo diaspórico
Que foi pro negro um estorvo

Computador hoje em dia
Faz-se também necessário
Viver sem conexão
É um estado temerário
As línguas afro-latinas
Por que que ninguém ensina ?
Mude-se este abecedário!

As ações afirmativas
Tomando de exemplo as cotas
Respeitar as mães-de-santo
BabaIorixás, makotas
Espantar o desemprego
Criando pra isso emprego
Vão surgindo novas rotas

Afrodescendentes hoje
Querem inserção social
Futuros juízes negros
Fazendo o terceiro grau
Bastaram só oito anos
Foram-se os perversos planos
Do Brasil colonial

Xica Xavier bradou
Convém aqui registrar
“No livro da Rede Globo
O meu nome não está”
Antonio Pompeu também sabe
Que na mídia o negro cabe
Também na sala de estar

Por isso que cabe a todos
Países dos continentes
Fiscalizar todas mídias
Não discrimine as gentes
Por causa apenas da pele
E caso então ela apele
Que a Justiça mostre os dentes!

Apoiar sempre as mulheres
Que são afro-descendentes
Elevando a auto-estima
Destas mães, grandes correntes
Elo das comunidades
Nas roças ou nas cidades
Registro nesse repente

O nível das atrações
Foi pra lá de muito bom
O Grupo Bahia Trío
E o grande Papá Roncón
Que continente diverso
Que recorte de universo
Palmas pro Dúo Así Son..

No show de Elza Soares
Riachão foi o tal
Mariene de Castro foi
Levantou mais o astral
Dona Elza, sim, é bamba
Hoje é rainha do samba
E também cantou o Brown

A história sempre escrita
Pelas mãos do vencedor
Com critérios mafiosos
De preconceito de cor
Se toda revolta vale
Que a Justiça não se cale
E ninguém se cale ao amor

II ECONTRO AFRO LATINO

Integração Afro-Latina

Ministros da Cultura e autoridades da América Latina e do Caribe participam de encontro em Salvador
“Na matriz africana reside a verdadeira força da cultura brasileira.” Essa afirmação foi feita pelo ministro da Cultura, Juca Ferreira, durante a abertura dos trabalhos do II Encontro Afro-Latino - Encontro Ibero-Americano de Ministros da Cultura para uma Agenda Afrodescendente nas Américas, ocorrida na manhã desta quarta-feira, 26 de maio, no Museu da Misericórdia, em Salvador.

O evento conta com as presenças de quatro ministros da Cultura de países latino-americanos e de seis autoridades representantes de nações da América Latina e do Caribe, totalizando dez países participantes. Na agenda do encontro, que tem como tema central A Força da Diáspora Africana, está a discussão de três eixos:

* Memória histórica, valor e visibilidade das comunidades afrodescendentes e da Diáspora Africana
* Comunicação e apropriação social da história e dos valores culturais dos afrodescendentes - articulação de políticas públicas no âmbito cultural, educacional e tecnológico
* A Força da Diáspora Africana nas Américas - participação social e perspectivas de cooperação internacional.

Durante os trabalhos, ainda serão discutidos os desdobramentos da Declaração de Cartagena, fruto da primeira edição do Encontro, realizada em 2008, em Cartagena das Índias, na Colômbia; os avanços do Observatório Afro-Latino, sob a responsabilidade da Fundação Cultural Palmares do MinC; e a elaboração da Carta de Salvador, que conterá as prioridades definidas pelos participantes do encontro.

O ministro Juca Ferreira enfatizou que o Brasil deverá exercer um papel de destaque nesse processo. “A Cultura é hoje no mundo o grande instrumento de construção da igualdade. Temos hoje um país mestiço, complexo culturalmente, isso cria uma responsabilidade grande para o Brasil como porta voz deste encontro. Para o Século XXI a Cultura é uma das políticas mais importantes para o sucesso do desenvolvimento.”

Também ressaltou o trabalho que vem sendo desenvolvido no país no sentido de uma mudança de visão da sociedade com relação a muitos temas e segmentos culturais. “Nós do Ministério da Cultura temos nos esforçado por convencer as pessoas da necessidade e da possibilidade da mudança - não apenas no tocante à questão dos afrodescentes, mas em todas as áreas da cultura: das políticas de cidadania, inclusão e diversidade até as iniciativas transversais.”

Por sua vez, Zulu Araújo, presidente da Fundação Cultural Palmares - instituição vinculada ao MinC, que está promovendo o evento - fez menção ao Encontro de Pensadores atividade da programação paralela que acontece no âmbito do II Encontro Afro-Latino e reúne cerca de 300 especialistas da região. “Precisamos saber o que a sociedade quer de políticas públicas para a área de cultura para os afrodescentes”, destacou.

Encontro Afro-Latino e Caribenho - Uma das reivindicações dos representantes dos países do Caribe foi a alteração do nome do evento para Encontro Afro-Latino e Caribenho de Ministros da Cultura para uma Agenda Afrodescendente. O ministro Juca Ferreira se mostrou favorável à solicitação da delegação caribenha e propôs que a mudança ocorresse logo