sábado, 27 de fevereiro de 2010

ORAÇÃO AOS ORIXÁS

Oração aos Orixás

Peço a Bará, senhor dos caminhos, que proteja minha trilha de vida e me levante em cada tropeço.
Peço à Ogum, com sua espada, que me proteja e que afaste de mim todos os
meus inimigos.
Peço à Oiá/Yansã, na força de suas tempestades e seus relâmpagos, que
afaste de mim todo mal.
Peço à Xangô, senhor da Justiça, que faça justiça no ronco do trovão e
na força do fogo.
Peço à Odé, guerreiro das matas, que ande ao meu lado sempre.
Peço à Otim, senhora das transformações, que transforme meus caminhos para que eu seja uma pessoa melhor.
Peço à Ossanhe, senhor das plantas e da medicina, a força e a cura.
Peço a Obá, que sempre corte todo o mal que de mim se aproximar.
Peço à Xapanã, senhor da vida e da morte, senhor da cura e transformação,
que me dê consciência.
Peço à Oxum, a serenidade e a paz, a pureza de seu amor, que me dê calma, tranquilidade e harmonia.
Peço à Yemanjá, senhora das águas e dos peixes, dos pensamentos, que guie minha áurea sempre para o bem.
Peço à Oxalá, a pureza e a tranquilidade de sua luz e de sua brancura.
Orixá fun-fun, senhor de todos nós.

Peço a todos os Orixás.
Peço a todos como a um só, a sua iluminação, para que possam guiar a
minha vida sobre a Terra e que me façam sempre uma pessoa melhor na fé,
na caridade, no amor e na união.

Àsé!!

ORAÇÃO A SÃO JORGE

Jorge sentou praça na cavalaria
E eu estou feliz porque eu também sou da sua companhia
Eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge
Para que meus inimigos tenham mãos e não me toquem
Para que meus inimigos tenham pés e não me alcancem
Para que meus inimigos tenham olhos e não me vejam
E nem mesmo um pensamento eles possam ter para me fazerem mal

Armas de fogo,meu corpo não alcançará
Espadas, facas e lanças se quebrem, sem o meu corpo tocar
Cordas, correntes se arrebentem, sem o meu corpo amarrar
Pois eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge

Jorge é de Capadócia, viva Jorge
Jorge é de Capadócia, salve Jorge

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

fotos da Pré Conferência de Cultura afro



Pré-conferência escolhe delegados para conferência nacional e traça estratégias para cultura afro-brasileira

Pré-conferência escolhe delegados para conferência nacional e traça estratégias para cultura afro-brasileira

A pré-Conferência Nacional de Cultura Afro-Brasileira terminou nesta quinta-feira, 25, em Brasília, com a definição de cinco estratégias do segmento para a 2ª Conferência Nacional de Cultura (CNC). Foram escolhidos também os 10 delegados e 10 suplentes que representarão o setor na plenária geral do encontro nacional, além de eleger a lista tríplice que vai representar o segmento no âmbito do Conselho Nacional de Política Cultural para o exercício 2010-2011. A conferência nacional acontecerá entre os dias 11 e 14 de março, também na capital federal.


Créditos: Estúdio Foto´ Art
As estratégias foram elaboradas após debate de cinco eixos temáticos, os mesmos que serão debatidos na conferência nacional: produção simbólica e diversidade da cultura afro-brasileira; cultura, cidade e cidadania afro-brasileira; cultura afro-brasileira e economia criativa, e gestão e institucionalidade da cultura afro-brasileira.


Créditos: Estúdio Foto´ Art
Durante dois dias, delegados, convidados e observadores discutiram o espaço da cultura negra dentro da sociedade brasileira e racismo institucional, apropriação de conhecimento, intolerância e muitos outros temas ligados à condição do negro no Brasil hoje. "Parece que é pouco, mas antes nem esse debate era travado, este espaço é uma grande conquista", comemora Dora Bertúlio, procuradora chefe da Fundação Cultural Palmares, vinculada ao Ministério da Cultura, que organiza o evento.

Ao final, os participantes entregaram três moções, uma encaminhada ao ministro da Cultura, Juca Ferreira, e duas encaminhadas ao presidente da Palmares, Zulu Araújo. A moção encaminhada ao ministro sugere que sejam considerados os membros da lista tríplice elaborada pela pré-Conferência para conselheiro do Conselho Nacional de Política Cultural. Zulu Araújo já confirmou o compromisso do ministro em garantir a inclusão desses nomes. Dos três, dois serão escolhidos pelo ministro como conselheiros. A lista foi composta por Lamartine Silva, Antonio José Amaral Ferreira e Luciana Conceição da Silveira.


Créditos: Estúdio Foto´ Art

Das moções encaminhadas ao presidente da Palmares uma pede apoio técnico e institucional para a criação do Fórum Nacional de Culturas Afro-Brasileiras, para a qual Zulu colocou a Fundação que dirige à disposição. A outra traz o repúdio da delegação do Acre -- e pede o apoio da Palmares -- que transformou a frente da casa e templo religioso do pai Daniel de Oscassio em depósito de lixo em represália a denúncias de intolerância religiosa.

Zulu encerrou as discussões falando da importância deste momento para a comunidade negra e disse que os critérios escolhidos para a condução da pré-Conferência foram elaborados em conjunto com todos os dirigentes da Palmares, de forma democrática. "O processo foi transparente do início ao fim. E isso tudo é uma grande vitória, não só para o movimento, por vocês estarem aqui, mas pelas decisões que foram tomadas. Estamos prontos para discutir a conferência nacional de igual para igual".

Ele alerta que a discussão que será travada no encontro nacional será política e que os delegados terão que fazer política também na área de cultura. "Teremos que fazer nossas reivindicações pelo convencimento e espero que os representantes escolhidos defendam as estratégias aprovadas de maneira coletiva, respeitando este fórum".


Créditos: Estúdio Foto´ Art

O encontro foi encerrado ao som do Chorinho à Bessa, que fez o público dançar e relaxar no último momento do encontro.

* Delegados que representarão a cultura negra na CNC

* Confira as propostas elaboradas e as aprovadas

* Confira as moções aprovadas


Veja as matérias relacionadas:

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Em discurso, presidente da Palmares fala das conquistas da cultura negra

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Pré-conferência debate hoje propostas de políticas públicas para cultura afro-brasileira

*
Professor cobra do Estado efetivação de políticas de diversidade cultural

*
Pré-Conferência afro-brasileira terá votação eletrônica

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Aviso de Pauta
Ministro participa de evento sobre políticas para cultura afro-brasileira

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Evento debate políticas públicas para cultura afro-brasileira

*
Estados escolhem delegados para pré-conferência em Brasília

PRÉ CONFERÂNCIA DE CULTURA AFRO BRASILEIRA

O Pará está pleiteando uma vaga na listra tríplice que o Ministro da Cultura vai indicar uma pessoa da Cultura Afro Brasileira para o Colegiado do Conselho Nacional de Políticas Culturais ( CNPC) através do Bábalorixá Antonio Ferreira - Bába Kytalamy que esteve presente na Pré Conferência de Cultura Afro Brasileira em conjunto com Mãe Vanda e Professora Janete. Estamos concorrendo com o Maranhão e o Rio Grande do Sul.
Participamos também, do GT de construção do Plano Nacional de Proteção à Liberdade Religiosa e Promoção de Políticas Públicas para as Comunidades Tradicionais de Terreiro, em conjunto com representantes de outros estados. Estamos no aguardo da SEPPIR, em elaborar uma agenda com o Ministro aqui na Região.
VIVA O PARÁ
Que oxóssy dê muito ashé a tod@s
Bába Kytalamy

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

TEM ALGO DE NOVO NO REINO DOS MANDINGAS E MAROTOS.

Existe uma onda se delineando no cenário político baiano: o aparecimento de candidaturas negras com forte densidade política e com grandes chances eleitorais. De logo, vou logo explicando que o que entendo por chance eleitoral não se resume necessariamente á vitória eleitoral, mas, sobretudo, a uma boa presença na vida política do Estado nos próximos anos.

Fui formado sob um discurso político de que apresentar muitas opções representativas de segmentos vulneráveis - leia-se, negros, indígenas, mulheres, homossexuais, pessoas com deficiência etc. - aos espaços de poder político, era sinal de burrice estratégica. Não se podia imaginar que tivéssemos capacidade de eleger mais do que um candidato por segmento. Esta era uma atitude sempre tratada como secundária ou tática na luta política pela mudança ou pela preservação da ordem política. Racismo, sexismo, homofobia, extermínio de jovens negros, desenvolvimento do Estado versus igualdade política e econômica sempre foram temas táticos para muitas candidaturas negras.

Não se podia imaginar, segundo o receituário clássico em que muitos de nós vimos sendo formados(as) , que dentro do movimento negro, ou melhor, dos movimentos negros, tivéssemos não um candidato, mas, muitos candidatos e candidatas com toda a pluralidade de pensamentos e representações que pode contemplar a maioria da população, em outras palavras, apostávamos que não era possível “dividir a base”, que era "equívoco estratégico", tudo na velha gramática da política tradicional.

A questão é que estas pessoas tem se revelado como excelentes militantes da causa negra e excelentes profissionais nas suas respectivas áreas de intervenção profissional e social. Então, sua condição social de homens e mulheres negras, não se revela apenas como um atributo de sua existência planetária, mas, aparece como um lugar de fala onde estes novos protomutantes de uma política que se renova para todos os pólos estão apenas confirmando uma velha tese: em política não existe espaço vazio.

Nilo Rosa, Leo Kret, Luiz Alberto, Valmir Assunção, pré-candidatos a Deputado Federal. Ivan Carvalho, João Jorge, Edvaldo Brito, Pré-candidatos ás vagas do Senado Federal e Sérgio São Bernardo, Bira Coroa, Gilmar Santiago e Olivia Santana, pré-candidatos a Deputado Estadual, possuem uma característica em comum: todos irão testar suas capacidades eleitorais e falar a um público cada vez mais complexo e multifacetado em linguagens e exigências.

O desafio colocado é termos uma prática política que se assemelhe a um discurso inovador e uma ação política pautada na transparência, altivez, conteúdo político, visão histórica e vontade de mudar a velha Bahia.

Estas candidaturas são polêmicas e possuem especificidades distintas, mas podem ser singularizadas num contexto de quebra de grilhões dos grupos tradicionais que falam e ditam o DNA do próximo líder negro que irá nos representar no parlamento. Muitos, no passado, foram trucidados no primeiro ringue. Agora o sintoma é de quantidade como reflexo de qualidade. Enquanto uma casta baiana prefere fazer fuxico em mesa de bar, pensamos que o debate público sobre o futuro da Bahia vem bem. O jeito é arregaçar as mangas, entender o cenário e abrir o bom debate sobre o futuro da Bahia, certos(as) de que estamos por nossa própria conta... É bom que sejamos muitos e muitas...

Dia Internacional da Língua Materna tem como objetivo principal a Promoção da Diversidade Cultural

O último dia 21 de fevereiro foi comemorado em todo o mundo como o Dia Internacional da Língua Materna. A data foi instituída em 1999, pela 30ª Sessão da Conferência Geral da UNESCO, com o objetivo de promover a diversidade e desenvolver uma consciência maior das tradições linguísticas e culturais baseadas na compreensão e no diálogo.

Dentro das comemorações previstas para o 11ª Jornada da Língua Materna, será realizado, na sede da UNESCO, em Paris, nos dias 22 e 23, o Simpósio Internacional sobre Tradução e Mediação Cultural.

A língua materna, aquela das primeiras palavras e da expressão do pensamento individual, é a base da história e da cultura de cada indivíduo. As línguas, com suas implicações complexas em termos de identidade, de comunicação, de integração social, de educação e de desenvolvimento, têm uma importância estratégica para os povos e para o planeta.

Devido aos processos de globalização, elas se encontram cada vez mais ameaçadas. Quando as línguas se extinguem, a diversidade cultural é reduzida, pois, com elas, perdem-se também perspectivas, tradições, memórias coletivas e modos únicos de pensamento e de expressão. Enfim, recursos preciosos para garantir um futuro melhor.

As línguas maternas e a coexistência pacífica
Para a diretora geral da UNESCO, Irina Bokova, nesse contexto, é preciso que os governos de todos os países estimulem o multilinguismo. “É fundamental o encorajamento de políticas linguísticas regionais e nacionais coerentes, que contribuam para uma utilização apropriada e harmoniosa das línguas no seio de uma comunidade e de um determinado país”, alerta Bokova. Segundo a diretora da UNESCO, tais políticas favorecem a adoção de medidas que permitam a cada comunidade de locutores utilizar sua língua materna no espaço público e no privado, dando aos locutores a possibilidade de aprender e de utilizar outras línguas locais, nacionais e internacionais.

“Essa 11a edição da Jornada se coloca no âmbito do Ano Internacional para a Aproximação das Culturas. As línguas são, por excelência, vetores de compreensão do outro e de tolerância. O respeito por todas as línguas é um fator chave para assegurar a coexistência pacífica, sem exclusão, das sociedades e, em seu seio, de todos os seus membros”, observa Bokova.

http://www.cultura.gov.br/site/wp-content/uploads/2010/02/latim2.jpgEla lembra ainda que, paralelamente, a aprendizagem das línguas estrangeiras e, por meio delas, a faculdade individual de utilizar várias línguas, constitui um fator de abertura para a diversidade, e de compreensão de outras culturas. Assim, ela deve ser promovida como um elemento constitutivo e estrutural da educação moderna.

“O multilinguismo, a aprendizagem das línguas estrangeiras e a tradução constituem três eixos estratégicos das políticas linguísticas de amanhã. Por ocasião desta 11ª edição da Jornada da língua materna, eu lanço um apelo à comunidade internacional para que a língua materna receba, em cada um desses três eixos, o lugar fundamental que lhe cabe, num espírito de respeito e de tolerância que abre caminho para a paz”, desafia a diretora geral da UNESCO.

No Brasil, a língua materna dos Indígenas
Embora o português seja a língua oficial no Brasil, há cerca de 180 outras línguas maternas faladas regularmente por povos indígenas brasileiros. O línguista e professor da Universidade de Brasília, Aryon Dall’Igna Rodrigues, que estabeleceu uma classificação das línguas indígenas faladas no Brasil, alerta, no entanto, que 87% das línguas indígenas estão ameaçadas de “morte” e encaixam-se na categoria de línguas com dez mil falantes ou menos. De acordo com os estudos realizados por ele, cerca de 1.300 línguas indígenas diferentes eram faladas no Brasil há 500 anos.

Segundo o professor da UnB, uma das alternativas para a sobrevivência das línguas maternas indígenas é incentivar o aprendizado das novas gerações. “Esse tem sido um esforço dos linguistas e professores por todo o Brasil. Hoje, existem mais de duas mil escolas que oferecem alfabetização bilíngue para as crianças índias”.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Deixa Falar: folia em prol da cultura popular


Os Pássaros Juninos são uma expressão cultural genuinamente popular, que consome um ano inteiro de trabalho para levar às ruas adereços coloridos e histórias melodramáticas carregadas de imaginação. Essa opereta paraense envolve várias linguagens artísticas, como música, teatro, dança e literatura. Com tantas similaridades com o carnaval, nada mais perfeito para um tema de escola de samba.

Foi o que achou o Grêmio Recreativo Cultural e Carnavalesco Deixa Falar, do bairro da Cidade Velha, que escolheu os Pássaros Juninos como enredo para este ano. O ponto de partida foi a campanha para a reconstrução e o tombamento do Teatro São Cristóvão. Assim nasceu o samba “Ópera de São João, Pássaros de Cordão”.

“Foi um tema difícil”, conta Bosco Guimarães, um dos co-autores do samba-enredo. “Como é uma história rica em detalhes, que começa há mais de 200 anos, foi um desafio resumir tudo isso em apenas algumas linhas. Além disso, é um assunto imerso em polêmica, porque tanto o Teatro [São Cristóvão] quanto os Pássaros Juninos sofrem com o descaso das autoridades”, diz ele.

Fruto da época da Belle Époque, o Pássaro Junino nasceu como uma reinterpretação popular das grandes óperas apresentadas pelas companhias europeias no Theatro da Paz. Sua história também está ligada ao Teatro São Cristóvão, que hoje encontra-se abandonado. Erguido nos anos 1930 e fechado há mais de uma década, o antigo casarão, localizado em frente ao Parque da Residência, ficou conhecido como “Teatro de Pássaros”, por ter servido durante muito tempo como palco para a apresentação dos Pássaros Juninos.

“O enredo vem saudando esses dois ícones do patrimônio cultural paraense”, diz Antônio Ferreira, diretor de Comunicação da Deixa Falar e mestre de cultura do Pássaro Tem-Tem. Ele explica que existe um movimento para que o Pássaro Junino seja considerado patrimônio imaterial não só do Estado, mas do Brasil.

A agremiação vai abrir o desfile mostrando as origens dos Cordões de Pássaro, a partir do ponto de vista dos empregados do Theatro da Paz que assistiam às apresentações. Em seguida, virão as primeiras reencenações desses espetáculos pela cultura popular, quando foram incorporados pelas quadras juninas. O desfile será encerrado mostrando a luta dos Cordões de Pássaro para preservar esse patrimônio

imaterial.

ENGAJAMENTO

Graças ao enredo, a agremiação soma forças ao Movimento em Prol do Teatro São Cristóvão, que chama a atenção da sociedade civil e do poder público para a importância dos Pássaros Juninos.

“O descaso das autoridades está deixando as tradições culturais se acabarem aos poucos, seja o Pássaro Junino, seja o carnaval de rua”, diz Antônio, mostrando assim que as similaridades entre os Pássaros e o carnaval são maiores do que se imagina.

Recentemente, o Governo do Estado sancionou uma lei que torna o Pássaro Junino um patrimônio cultural de natureza imaterial do Estado, considerando que esta é uma das mais tradicionais e criativas manifestações da cultura popular paraense. Num recente levantamento realizado pelo Instituto de Artes do Pará (IAP), foram identificados 18 grupos em atividade na Região Metropolitana de Belém, além de grupos presentes em Itaituba, Santarém e na Ilha do Marajó. Já o Teatro São Cristóvão espera pelo processo de tombamento pelo Instituto de Patrimônio Histórico Nacional (Iphan).

EM NÚMEROS

A Deixa Falar vai para a Aldeia Amazônica com 1.800

brincantes divididos em nove alas, seguidos por dois carros alegóricos, além de três casais de mestre-sala e porta-bandeira e a bateria composta por 140 ritmistas.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Ayahuasca

Consumo da bebida usada em rituais religiosos foi regulamentado pelo Conad

O uso da Ayahuasca foi regulamentado pelo Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas (Conad), do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. A resolução autorizando o consumo da bebida em rituais religiosos e vedando sua utilização com fins comerciais, turísticos e terapêuticos foi publicada no Diário Oficial da União dessa terça-feira, 26 de janeiro (Seção 1, páginas 57 a 60).

Obtido por meio da mistura de duas plantas nativas da floresta amazônica - o cipó Banisteriopsis caapi (jagube, mariri) e da folha Psychotria viridis (chacrona, rainha) -, o chá também é conhecido como Santo Daime e Vegetal. O uso da Ayahuasca é uma tradição secular de grupos indígenas da Amazônia brasileira, mais tarde disseminado em rituais religiosos de comunidades localizadas principalmente na Região Norte do país.

A discussão sobre os efeitos psicoativos causados nos usuários da bebida foi responsável por uma longa avaliação, de mais de 20 anos, nos órgãos públicos responsáveis pela liberação do consumo para práticas rituais. O Grupo Multidisciplinar de Trabalho que regulamentou o uso religioso da Ayahuasca foi instituído em novembro de 2004, mas bem antes disto, o tema já tinha sido alvo de outros estudos oficiais. O relatório do GT reconheceu a sua utilização como prática legítima de manifestação cultural das populações tradicionais da Amazônia e de parte da população urbana do país, cabendo ao Estado garantir e proteger o pleno exercício deste direito.

Dentre o conjunto de regras aprovadas para o uso da bebida constam a proibição da exploração comercial e a divulgação do seu consumo como atração turística. Foram autorizados gastos apenas com as despesas de manutenção feitas por entidades religiosas, na extração dos vegetais da floresta ou no seu cultivo. Também foi proibida a utilização da substância como medicamento, enquanto não forem desenvolvidas pesquisas científicas que comprovem a sua eficiência terapêutica.

Patrimônio Imaterial

Em maio de 2008, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, autarquia vinculada ao Ministério da Cultura, recebeu um pedido de reconhecimento do uso ritualístico da Ayahuasca como bem cultural de natureza imaterial. A solicitação foi entregue ao então ministro da Cultura, Gilberto Gil, por sete grupos religiosos que utilizam a bebida, durante visita oficial ao Acre para o lançamento do Programa Mais Cultura.

O pedido já foi avaliado pela Câmara Técnica do Patrimônio Imaterial do Iphan/MinC, onde foi detectada a necessidade de ampliar os estudos sobre os demais usos do chá nas expressões culturais da população tradicional da Amazônia, principalmente em comunidades indígenas. A conclusão desta etapa é fundamental para subsidiar a decisão do instituto sobre o pedido de reconhecimento do chá como patrimônio cultural brasileiro.

VOCÊ CONCORDA COM O AUMENTO DA PASSAGEM DE ÔNIBUS EM BELÉM?

MANIFESTAÇÃO CONTRA O AUMENTO DA PASSAGEM DE ÔNIBUS EM BELÉM
EM FRENTE A PREFEITURA MUNICIPAL DE BELÉM DIA 9 DE FEVEREIRO ÀS 10H:00

Mais uma vez os empresários
com o apoio do prefeito Duciomar,
aumentaram a passagem de ônibus
de R$1,70 para R$1,85 tendo como
justificativa a renovação da
frota e a melhoria do transporte
público. Porém, não é a primeira
vez que este aumento ocorre com
essa justificativa. No final de 2008
a passagem que custava R$ 1,50 aumentou
13,3%, passando a custar R$ 1,70."

VEJA O RESULTADO:

• A população de Belém continua andando em ônibus sujos e caindo aos pedaços;
• Moradores de muitos bairros de Belém continuam a esperar ônibus por muitas
horas devido a pequena quantidade de linhas de ônibus que atendam suas necessidades;
• Desrespeito aos idosos e aos deficientes físicos que por não pagarem passagem
muitas vezes são ignorados pelos motoristas que recebem estas orientações
de seus patrões;
• Superlotação: a população continua se “espremendo nas latas de sardinha”.

DE LÁ PRÁ CÁ VOCÊ VIU ALGUMA
MELHORA NO TRANSPORTE
PÚBLICO?
Redução e congelamento do preço da passagem de ônibus!
Melhoria na qualidade e quantidade dos ônibus!
Passe livre para estudantes e desempregados!
Se você é contra esse desrespeito a população, venha participar do Ato
“Contra o aumento da passagem”.

ONDE? EM FRENTE A PREFEITURA MUNICIPAL DE BELÉM DIA 9 DE FEVEREIRO (TERÇA-FEIRA) ÀS 9H:00 DA MANHÃ.

Samba da Deixa Falar 2010 - Ópera de São João, Pássaros de Cordão.

Na revoada da passarada
voa, voa Deixa Falar
aqui, nesta aldeia encantada
Fala mais alto a Cultura do Pará. (refrão)

Desfilando em poesia
outra vez Deixa Falar
balança a bandeira da arte
flor genuína do Pará

No glamour do Teatro da Paz
neoclássicos divinais
mostra a platéia burguesa
gastando as riquezas dos nossos seringais

Traz das coxias o passarinho real
Papaegueno.... o nosso personagem principal

Entre o erudito e o popular
Cidade Velha da um grito de vitoria
Eh a gloria Deixa Falar, recriar....
a Flauta Magica de Mozart. (refrão)

opera, Boi-Bumbá
reluz a cena num só destino
fazendo o povão interpretar
encanto dos pássaros juninos

Vamos preparar o arraiá
pra brincadeira
quadrilha de São João
eu vou soltar balão.... pular fogueira

Depois admirar o pássaro bailar
mesmo sem lugar pra pousar eh bom sonhar
e acordar no São Cristóvão Cultural
ninho de grandes estrelas
que brilham no meu carnaval.
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* Belém
* PA
musica carnaval samba-enredo belem deiza-falar escola-de-samba

informações

Autoria
Bosco Guimaraes, Neto, Tiaguinho do Cavaco e Jackson Santarem
Ficha técnica
PRES: Esmael Tavares dos Santos E-mail: esmaeltavares@yahoo.com.br VICE-PRES: Osvaldo Mauricio CARNAVALESCO: Cláudio Rêgo DIVULGAÇÃO: Antonio Ferreira MESTRE DE BATERIA: Mauricio d’Nassau HARM: Naldo PUXADOR: Wanderley Explosão MESTRE-SALA E PORTA BANDEIRA: Kleber Antonio e Joana Cristina
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sábado, 6 de fevereiro de 2010

PRÉ CONFERENCIA SETORIAL DE CULTURA AFRO

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

FRADE MACHO, FRANCOFRADE MACHO, FRANCO E FORTE E FORTE

O Ministério Público Federal de São Paulo havia ajuizado ação, em data de 04/08/2009, pedindo a retirada dos símbolos religiosos das repartições publicas e o Frade Demetrius dos Santos Silva, entrevistado em São Paulo/SP, manifestou-se da
seguinte forma:

"Sou Padre católico e concordo plenamente com o Ministério Público de São Paulo, por querer retirar os símbolos religiosos das repartições públicas...
Nosso Estado é laico e não deve favorecer esta ou aquela religião. A Cruz deve ser retirada!
Aliás, nunca gostei de ver a Cruz em Tribunais, onde os pobres têm menos direitos que os ricos e onde sentenças são barganhadas, vendidas e compradas;
Não quero mais ver a Cruz nas Câmaras legislativas, onde a corrupção é a moeda mais forte;
Não quero ver, também, a Cruz em delegacias, cadeias e quartéis, onde os pequenos são constrangidos e torturados;
Não quero ver, muito menos, a Cruz em prontos-socorros e hospitais, onde pessoas pobres morrem sem atendimento;
É preciso retirar a Cruz das repartições públicas, porque Cristo não abençoa a sórdida política brasileira, causa das desgraças; das misérias e sofrimentos dos pequenos; dos pobres e dos menos favorecidos".

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

PT pra Valer expulsa superintendente do Incra de Marabá

A Coordenação Estadual do “PT pra Valer”, tendência do Partido dos Trabalhadores, decidiu, pela unanimidade de seus 15 integrantes, expulsar o militante Raimundo de Oliveira Filho, das fileiras do grupo político. Atualmente, ele ocupa o cargo de superintendente regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de Marabá. Em resolução lavrada no último dia 25 de janeiro, em Belém, a coordenação justifica que Raimundo “traiu a confiança” do grupo.

A coordenação conclui que, “por reiteradas vezes, Raimundo Oliveira descumpriu acordos e decisões das instâncias do PT pra Valer”, pois, nos últimos dois anos, ele “conduziu as ações do Incra de Marabá muitas vezes em desacordo com as orientações e proposições da tendência”, além de dar publicidade às divergências internas, ferindo a ética, os estatutos e a tradição partidária.

Jandir Merla, atual adjunto do Incra de Marabá, assumirá a superintendência interinamente até a publicação da portaria de nomeação de Rosilvete Lima da Silva, mais conhecida como “Rose”, que é a nova indicada ao cargo pela tendência. Ela já trabalha no órgão e tem a posse prevista para o dia 1º de março.

Veja a seguir a íntegra da Resolução da Coordenação Estadual do PT pra Valer, a seguir:

Resolução da Coordenação Estadual do PT pra Valer


A coordenação estadual da tendência PT pra Valer, reunida em sua sede, no dia 25 de janeiro de 2010 para discutir o comportamento do militante RAIMUNDO DE OLIVEIRA FILHO, aprovou, por unanimidade, a seguinte resolução:

CONSIDERANDO QUE,

a) Por reiteradas vezes Raimundo Oliveira descumpriu acordos e decisões das instâncias do PT pra Valer;

b) Nos últimos dois anos Raimundo Oliveira conduziu as ações do Incra de Marabá muitas vezes em desacordo com as orientações e proposições da tendência;

c) Há mais de um ano Raimundo Oliveira vem expondo publicamente, inclusive na imprensa, as divergências internas, ferindo a ética, os estatutos e a tradição partidária, desgastando as lideranças do grupo;

d) RAIMUNDO OLIVEIRA, enfim, traiu a confiança que lhe foi depositada pelo deputado federal Zé Geraldo, pela deputada estadual Bernadete e pelo conjunto da direção estadual do PT pra Valer;


POR TUDO ISSO, A COORDENAÇÃO DO PT PRA VALER DECIDE:

1. Expulsar Raimundo Oliveira dos quadros de militantes da tendência PT pra Valer;

2. Indicar o nome da companheira Rose (Rosilvete Lima da Silva) para assumir imediatamente a direção da Superintendência do Incra de Marabá;

3. Reafirmar a tática eleitoral, definida há dois anos pela Assembléia Estadual da Tendência, de lançar Zé Geraldo para deputado federal e 03 candidatos a deputado estadual, a saber: Airton Faleiro, Bernadete ten Caten e Valdir Ganzer.


Belém, 25 de janeiro de 2010

A Coordenação Estadual do PT pra Valer

Agremiações carnavalescas assinam subvenção.

epresentantes das Ligas de Escolas de Samba e Blocos Carnavalescos de Belém e seus Distritos estiveram na manhã desta terça-feira, 2, no Espaço Municipal Cinema Olympia, para a assinatura do convênio de apoio financeiro da Prefeitura Municipal de Belém para o Carnaval da Amazônia 2010 – Todos os Nossos Ritmos, Uma Só Alegria. A subvenção custará aos cofres públicos mais de 1 milhão de reais, dinheiro destinado às agremiações para a execução dos projetos artísticos carnavalescos. Os desfiles de escolas e blocos de Belém inscritos no concurso 2010 começam no próximo dia 12 de fevereiro, na Aldeia Amazônica Davi Miguel, a partir das 19h.

A subvenção deve ser paga até a próxima sexta-feira (5), em cota única. Segundo Raimundo Pinheiro, presidente da Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel), o orçamento deste ano foi o mesmo de 2009, por isso não houve aumento no repasse dos valores. “O recurso destinado às agremiações carnavalescas, na realidade, vem complementar os valores que foram obtidos pelas escolas e blocos por meio dos trabalhos desenvolvidos durante todo o ano”, comentou o presidente da Fumbel.

Para os representantes das ligas de escolas e blocos, o apoio financeiro da PMB é fundamental e muitas irão utilizá-lo para pagar dívidas feitas com a compra de material para o carnaval. Os valores destinados às agremiações ficam assim: Escolas de Samba de Belém do 1º Grupo - R$ 46.200,00; Escolas de Samba do 2º Grupo - R$ 23.100,00; Escolas de Samba do 3º Grupo – R$ 13.860,00; Blocos Carnavalescos do 1º Grupo de Belém - R$ 9.450,00; Blocos do 2º Grupo de Belém - R$ 5.775,00; Escolas de Samba de Icoaraci e Outeiro - R$ 17.640,00; Blocos de Icoaraci e Outeiro - R$ 7.245,00. Em Mosqueiro, quatro escolas de samba irão receber R$ 5.250,00, onze blocos recebem R$ 1.890,00, e doze blocos R$ 1.260,00. Os oitos blocos de Cotijuba irão receber a quantia de R$ 1.050,00.

Recebem a subvenção blocos carnavalescos e escolas de samba que estejam inscritas no Concurso e dele participe a pelo menos dois anos. Os concursos oficiais acontecem na capital e nos Distritos de Icoaraci e Outeiro. Nas ilhas de Cotijuba e Mosqueiro não há concurso, somente o desfile.

O Concurso de Escolas de Samba e Blocos Carnavalesco de Belém começa na sexta-feira, 12, a partir das 19h. Confira a programação:



12/02 – SEXTA-FEIRA: ESCOLAS DO 2º GRUPO

ASSOCIAÇÃO CARNAVALESCA A GRANDE FAMÍLIA

ASSOCIAÇÃO CARNAVALESCA XODÓ DA NEGA

ASSOCIAÇÃO CARNAVALESCA ACADEMIA DE SAMBA JURUNENSE

ESCOLA DE SAMBA DA MATINHA

AGREMIAÇÃO CARNAVALESCA B.C. CORAÇÃO JURUNENSE

GRÉMIO RECREATIVO ESCOLA DE SAMBA DA PRATINHA

ASSOCIAÇÃO CARNAVALESCA CACARECO

G.S.R. ESCOLA DE SAMBA HABITAT DO BOTO

G.S.R. ESCOLA DE SAMBA MOCIDADE UNIDA DO BENGUI

A.R.B. CARNAVALESCA ROSA DE OURO



13/02 – SÁBADO: ESCOLAS DE SAMBA DO 1º GRUPO

ASSOCIAÇÃO CARNAVALESCA BOLE-BOLE

G.R.S. JURUNENSE RANCHO NÃO POSSO ME AMOFINÁ

IMPÉRIO DE SAMBA QUEM SÃO ELES

GRÉMIO RECREATIVO DEIXA FALAR

ASSOCIAÇÃO CARNAVALESCA PIRATAS DA BATUCADA

ASSOCIAÇÃO CARNAVALESCA ALEGRIA-ALEGRIA

EMBAIXADA DE SAMBA DO IMPÉRIO PEDREIRENSE



14/02 – DOMINGO: ESCOLAS DE SAMBA DO 3º GRUPO

ESCOLA DE SAMBA O GRITO DA LIBERDADE

ASSOCIAÇÃO CARNAVALESCA NOVA MANGUEIRA

REAL SOCIEDADE CULTURAL PORTELA

SOCIEDADE CULTURAL DO PARÁ ESCOLA DE SAMBA EMBAIXADORES AZULINOS – SOCULT

ASSOCIAÇÃO CARNAVALESCA MOCIDADE BOTAFOGUENSE

G.R.B.C. PARANGOLÉ DO SAMBA

GRÊMIO RECREATIVO ESCOLA DE SAMBA UNIÃO MONTENEGRENSE

G.R.C CARNAVALESCA UNIDOS DA OSVALDO

ESCOLA DE SAMBA MOCIDADE OLARIENSE

ASSOCIAÇÃO CARNAVALESCA CAPRICHOSOS DA CIDADE NOVA

ROSA DA TERRA FIRME

AQUARELA BRASILEIRA

FERA DA SACRAMENTA



15/02 – SEGUNDA-FEIRA: BLOCOS CARNAVALESCOS

1º GRUPO

ASSOCIAÇÃO BLOCO CARNAVALESCO CHUPICOPICO

ASSOCIAÇÃO RECREATIVA CULTURAL E CARNAVALESCA OS GAVIÕES DO SAMBA

ASSOCIAÇÃO CULTURAL E CARNAVALESCA MEXE-MEXE

ASSOCIAÇÃO CULTURAL E CARNAVALESCA ACADEMICOS DA TERRA FIRME

ASSOCIAÇÃO CARNAVALESCA IMPÉRIO JURUNENSE

ASSOCIAÇÃO CULTURAL RECREATIVA E CARNAVALESCA MOCIDADE ALEGRENSE DA PEDREIRA

BLOCO CARNAVALESCO SAPO MUIRAQUITÃ

AGREMIAÇÃO CARNAVALESCA MOCIDADE INDEPENTE



2º GRUPO

ASSOCIAÇÃO CARNAVALESCA MOCIDADE UNIDA DO UMARIZAL

AGREMIAÇÃO CARNAVALESCA E CULTURAL UNIDOS DA PEDREIRA

G.R.BLOCO CARNAVALESCO ESTAÇÃO TERCEIRA

GRÊMIO SOCIAL E CARNAVALESCO QUEM É QUEM NA FOLIA

FLOR DE LIZ

MOCIDADE UNIDA DA PIRAJÁ

ENCANTO DO PARÁ

CHEIRO CHEIROSO

ESCOLA INTERNACIONAL DE CINEMA E TV DE CUBA ABRE AS INSCRIÇÕES PARA A SELEÇÃO DE ESTUDANTES BRASILEIROS

A Coordenação dos Exames de seleção para a EICTV no Brasil comunica a todos que estarão abertas até o dia 10 de março as inscrições para o Processo Seletivo 2010 / 2013. As provas serão aplicadas nos dias 12 e 13 de março, em cinco cidades: Belo Horizonte / MG, Recife / PE, Florianópolis / SC, Campo Grande / MS e Belém / PA.

Serão oferecidas sete especializações - Direção, Produção, Roteiro, Fotografia, Som, Documentário e Edição. Cada candidato deverá optar por uma destas especializações.

Do Brasil, serão selecionados de quatro a seis candidatos que irão fazer parte de um grupo de 40 estudantes de todo o mundo, principalmente da América Latina. O curso tem duração de 3 anos. O início está previsto para setembro de 2010 e término em julho de 2013.

Condições e documentos exigidos:

Os documentos e materiais serão entregues no dia 12/03, antes dos exames escritos.

1) Nacionalidade brasileira.
2) Ter Idade entre 22 e 29 anos (nascidos entre 1980 e 1988).
3) Preencher e enviar por e-mail a ficha de inscrição para a comissão do local onde fará a prova (O candidato deve levar uma cópia impressa, no dia da prova).
4) Apresentar Certificados legais de estudos que demonstrem que concluiu dois anos de estudos superiores sistemáticos, técnicos ou universitários em qualquer carreira. (Apresentar os Títulos ou Diplomas em fotocópias legais).
5) Responder a duas provas escritas, sendo uma de conhecimentos gerais sobre aspectos culturais e outra da área específica, eleita pelo candidato. Os aprovados passarão também por uma entrevista oral.
6) Apresentar seu currículo impresso.
7) Apresentar Carta de motivação, com não menos que 3 laudas, que justifique seu interesse em estudar cinema. No caso de este texto estar escrito em português, o candidato deve apresentar uma cópia em espanhol.
8) Apresentar um Auto-retrato do candidato, em qualquer suporte, técnica ou formato.
9) Apresentar um Arquivo pessoal (de materiais em cine, vídeo, foto fixa, música, artes gráficas, literatura, teatro, imprensa, etc.) em cuja elaboração haja participado ou desempenhado um papel significativo e criativo, e que seu nome figure nos créditos da mesma.
11) Pagar a taxa de inscrição de 50 reais (o pagamento deve ser efetuado em dinheiro, no dia da prova).
12) Entregar seis fotos, tamanho 10x10cm. Uma das fotos deverá ser afixada no local apropriado da ficha de inscrição.
13) Certificado médico de aptidão física e mental.

Processo de seleção

Cada candidato responderá à 2 provas escritas: uma prova de conhecimentos gerais e uma prova correspondente à especialização que escolheu. Os candidatos aprovados nas provas escritas serão entrevistados no dia seguinte pela comissão julgadora, que realiza uma pré-seleção indicando os melhores candidatos em cada especialização. Caso haja necessidade, algumas entrevistas serão realizadas no domingo, dia 14 de março. Os candidatos que tenham vindo de outras cidades terão prioridade, na ordem das entrevistas. O Conselho Docente da EICTV, sediado em Cuba, faz a seleção final. Os nomes dos candidatos selecionados devem ser anunciados na segunda quinzena de junho.

As provas escritas acontecem a partir das 8 h da manhã, do dia 12 de março.

Matrícula

A matrícula para os três anos tem um custo de cinco mil euros por ano. Forma de pagamento: à vista (em setembro) ou em duas parcelas (setembro e janeiro). Alunos brasileiros pagarão parte do valor, sendo que o restante será subsidiado pelo Ministério da Cultura, por meio da Secretaria do Audiovisual.

Os estudantes que ingressam no curso regular têm direito a hospedagem em quartos individuais, alimentação, transporte entre Havana e San Antonio de los Baños, assistência médica primária e de emergência, material escolar e produção integral dos trabalhos em cinema e vídeo.

Informações e inscrições:

As fichas de inscrição serão disponibilizadas pela internet através dos sites da Associação Curta Minas / ABD-MG (www.curtaminas.com.br), da Página 21 / PE (www.pagina21.com.br), do Instituto Selvino Caramori / SC (www.instselvinocaramori.org.br), e dos blogs da Associação de Cinema e Vídeo-MS / ABD-MS (acvms.blogspot.com) e da Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-Metragistas / ABD-PA (eictvpara.blogspot.com).

Após o preenchimento, favor enviar por e-mail a ficha de inscrição para a cidade onde você pretende realizar os exames.

Belo Horizonte / MG
eictvbh@yahoo.com.br
Curta Minas (31) 3201-9665

Recife / PE
eictv@pagina21.com.br
Página 21 (81) 3421 7180

Florianópolis / SC
eictv@instselvinocaramori.org.br
Instituto Selvino Caramori (49) 3567-0011

Campo Grande / MS
candal.abdms@gmail.com
ACV-MS (67) 3306-8069 / (67) 9608-7066 (Cândido)

Belém / PA
eictvpara@gmail.com
MIS / PA (91) 4009-8817 / (91) 9143-5111 (Afonso Gallindo)

Escuela Internacional de Cine y Televisión de San Antonio de los Baños

Diretor Geral: Tanya Valette (República Dominicana)
Diretor Docente: Jerónimo Labrada (Cuba)
Coordenadora Acadêmica: Maria Julia Grillo (Cuba)
www.eictv.org

Coordenação Seleção EICTV 2010 – Brasil

Geral:
Guigo Pádua
eictvbh@yahoo.com.br / (31) 9635-1026

Belém:
Afonso Galindo (ABD e C/PA)

Belo Horizonte:
Guigo Pádua
(Associação Curta Minas - ABD/MG)

Campo Grande:
Cândido Alberto Fonseca (ABD/MS)

Florianópolis:
Caroline Marins (Instituto Selvino Caramori)

Recife:
Amaro Filho (Página 21)


Realização:
Página 21 - Pernambuco
Instituto Selvino Caramori – Santa Catarina
Cinemateca Catarinense / ABD-SC
Associação de Cinema e Vídeo / ACV-MS
ABD e C / ABD-PA

Apoio:
Associação Curta Minas / ABD-MG
Universidade Católica de Pernambuco
APECI / ABD-PE
Universidade Federal de Santa Catarina
Universidade Federal do Mato Grosso do Sul
Fundação de Cultura do Estado (MS)
Fundação Municipal de Cultura de Campo Grande
Fundação Curro Velho / PA
ICA - Instituto de Ciências das Artes/UFPa
Museu da Imagem e do Som / MIS-PA
Instituto Pensar
Secretaria do Audiovisual / Ministério da Cultura

V Congresso da Associação Latino-Americana de População acontece em Havana, de 16 a 19 de novembro de 2010

02/02/2010 - Congresso reúne, na capital cubana, diversos segmentos interessados em estudos populacionais e demográficos

A quarta edição do Congresso da Associação Latino-Americana de População (ALAP), cujo tema é “Condições e Transformações Culturais, Fatores Econômicos e Tendências Demográficas na América Latina”, acontece em Havana, de 16 a 19 de novembro de 2010. Pesquisadoras/es interessadas/os em apresentar trabalhos têm até 15 de março para enviar resumo.

IV Congreso de la Asociación Latino Americana de Población

Condiciones y Transformaciones Culturales, Factores Económicos y Tendencias Demográficas en Latinoamérica


La Asociación Latinoamericana de Población convoca a sus miembros asociados, así como a investigadores, servidores y funcionarios públicos, estudiantes, miembros de organizaciones civiles e internacionales y, en general, a todos los interesados en el estudio de la población, a participar en su IV Congreso, cuyo lema será “Condiciones y Transformaciones Culturales, Factores Económicos y Tendencias Demográficas en Latinoamérica”, que se realizará en el Hotel Nacional de ciudad de La Habana, Cuba, del 16 al 19 de noviembre de 2010.

Las informaciones completas están disponibles en el menu de la izquierda.

Fechas Importantes del Evento

15 de marzo de 2010 – fecha final para envío de resumen corto

17 de mayo de 2010 – fecha final para envío del trabajo completo

10 de agosto de 2010 – fecha de notificación de los trabajos seleccionados

30 de setiembre de 2010 – fecha final de envío de la versión final y
notificación sobre participación en el evento

15-16 de noviembre de 2010 - eventos paralelos

16- 19 - realización del Congreso

Hino à Negritude

Autoria – Prof. Eduardo de Oliveira

Sob o céu cor de anil das Américas
Hoje se ergue um soberbo perfil.
E u’a imagem de luz
Que, em verdade, traduz
A história do Negro no Brasil.
Este povo, em passadas intrépidas,
Entre os povos valentes se impôs.
Com a fúria dos leões
Rebentando grilhões
Aos tiranos se contrapôs.

Ergue a tocha no alto da glória
Quem herói, nos combates, se fez
Pois, que as páginas da história,
São galardões aos negros de altivez.

Levantado no topo dos séculos,
Mil batalhas viris sustentou,
Este povo imortal
Que não encontra rival,
Na trilha que o amor lhe destinou.
Belo e forte, na tez cor de ébano
Só lutando se sente feliz.
Brasileiro de escol
Luta de sol a sol
Para o bem de nosso País.

Dos Palmares, os feitos históricos
São exemplos da eterna lição
Que, no solo tupi,
Nos legara Zumbi,
Sonhando com a liberação.
Sendo filhos, também da mãe África,
Aruanda dos Deuses da Paz.
No Brasil, este AXÉ
Que nos mantém de pé
Vem da força dos Orixás.

Que saibamos guardar estes símbolos
De um passado de heróico labor.
Todos numa só voz,
Bradam nossos avós:
Viver é lutar com destemor.
Para frente marchamos impávidos
Que a vitória nos há de sorrir.
Eia, pois, cidadãos
Somos todos irmãos
Conquistando o melhor porvir

Com a sanção da Lei 14.472 em 10 de julho de 2007 pelo prefeito Gilberto Kassab, o Hino à Negritude deverá ser cantado em “todas as solenidades que envolvam a raça negra”. O hino é um cântico á africanidade brasileira, oficializado em diversas cidades e estados brasileiros em razão da sua importância na luta contra o racismo.

O Professor Eduardo de Oliveira é presidente do Congresso Nacional Afro Brasileiro CNAB, entidade presente na maioria dos estados da federação.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

SAUDAÇÕES AOS ORIXÁS E ENTIDADES

Oxalá
- Epa epa Babá! (yorubá)
Epa epa(exclamação de surpresa, grande admiração pela honrosa presença); Babá (pai)

Omulu/Obaluaie
- Atoto! (yorubá)
Atoto (Silêncio) – Silêncio! Ele está entre nós!

Oxóssi
- Okê arô! (yorubá)
Okê (monte); arô (título honroso dado aos caçadores) – Salve o grande Caçador!

Oxum
- Ora iê iê ô ! (yorubá)
Salve a Senhora da bondade!

Ogum
- Patakori Ogun! (yorubá) ou ainda, Ogunhê! (brado que representa o força de Ogun) pàtàki (principal); ori (cabeça) – Muita honra em ter o mais importante dignitário do Ser Supremo em minha cabeça!

Yemanjá
- Odô-fe-iaba! (yorubá) ou ainda, Odô iá!
Odô (rio); fe (amada); iyàagba (senhora) – Amada Senhora do Rio (das águas) !

Xangô
- Kawô Kabiecile! (yorubá)
Ká (permita-nos); wô (olhar para); Ka biyê si (Sua Alteza Real); le (complemento de cumprimento a um chefe) – Permita-nos olhar para Vossa Alteza Real!

Iansã
- Eparrê Oiá! (yorubá)
Eparrê (saudação a um dos raios do Orixá da decisão); Oyá (nome por que é conhecida Iansã) – Saudação aos majestosos ventos de Oyá!

Ibêji
- Oni Beijada! (yorubá) ou ainda, Beji, Beijada!
Ele é dois!

Nanã
- Saluba Nanã! (yorubá)
Salve a Senhora Mãe de todas as Mães

Ossaim
- Euê-ô! Euê-ô! Euê-ô! (yorubá)
Ewe (folhas); O (sufixo para cumprimentos (salve) – “Salve as folhas!” ,ou melhor “Salve o Senhor das folhas!”

Preto Velho
- Adorei as Almas!

Caboclo
- Okê, Caboclo!
“Salve o Grande Caboclo”

Boiadeiro
- Xetro marrumbaxetro! Xetruá!
Significação desconhecida. Figuração onomatopéica.

Exú
- Laroyê exú! (yorubá) ou ainda, Exú é mojubá!
“Saudação amiga à Exú” ; móju (viver à noite) bá (armar emboscada) - “Exú gosta de viver a noite, sempre capaz de armar emboscadas”.

Crianças
- Oni, beijada!
“Ele é dois!” , saudação igual a dos orixás Ibeji.

Ciganos
- Arriba!

Malandros
- Salve a Malandragem ! ou ainda, Acosta! Malandro!

Orixalá vivia com Odé debaixo do pé de algodão. Odé ia para a caça e levava Odé. Eles eram grandes companheiros. Mas Odé reclamava sempre de Orixalá, que era muito lento e andava devagar. Estava muito velho o orixá do pano branco. E Orixalá reclamava de Odé Oxossi, que era muito rápido e sempre andava bem depressa. Era muito jovem o caçador. então os dois resolveram se separar. Mas Odé estava muito triste, porque fora criado por Orixalá. E Orixalá estava muito triste, porque fora ele quem criara Odé. Odé disse então a Orixalá que todo o mel que ele colhesse seria sempre dado a Orixalá e que ele mesmo nunca mais provaria uma gota, reservando tudo o que coletasse ao velho orixá. E que Orixalá sempre dele se lembrasse, quando comesse seu arroz com mel do caçador. Nunca mais Odé comeu do mel. Nunca mais Orixalá de Odé se esqueceu.

Certa vez, Oloú, rei de Oloú, precisava atravessar o rio onde vivia Oxum. O rio naquele dia se encontrava enfurecido e os exércitos do rei não podiam passar pelas traiçoeiras correntezas. Oloú fez um pacto com Oxum para que baixasse o nível das águas. Em troca lhe oferecia um bela prenda. Oxum entendeu que Oloú estava prometendo Prenda Bela. Prenda Bela era o nome da mulher de Oloú, filha dileta do rei de Ibadã. Oxum baixou o nível das águas e Oloú passou com seu exército. Oloú jogou no rio a bela prenda: uma grande oferenda com as melhores comidas e bebidas, os mais finos tecidos, jóias luxuosas e raros perfumes, correntes de ouro puro, banhos preciosos. Tudo foi devolvido para as areias das margens de Oxum. Oxum só queria Prenda Bela, a princesa. Tempos depois, Oloú retornou vitorioso de sua expedição e, ao chegar ao rio, este novamente estava turbulento, O rei ofereceu de novo o mesmo que ofertara antes: uma bela prenda com as melhores comidas e bebidas os mais finos tecidos, jóias luxuosas e raros perfumes, correntes de ouro puro, banhos preciosos. Oxum recusou o oferecido. tudo foi devolvido à praia, intocado. Ela queria Prenda Bela, a esposa de Oloú, que estava grávida. Contrariado, mas sem ter outra saída, Oloú lançou ao rio sua indefesa e grávida consorte. ao ser lançada às águas revoltas, Prenda Bela deu à luz uma criança. Oxum devolveu a criança; era somente Prenda Bela que ela queria. Oloú seguiu seu caminho, retornando muito triste a seu reino. O rei Ibadã logo foi informado do fim trágico da filha. Declarou guerra a Oloú, venceu-o e o expulsou para sempre do país

Ogum caçava na floresta quando avistou um búfalo. Ficou na espreita, pronto para abater a fera. Qual foi sua surpresa ao ver que, de repente, de sob a pele do búfalo saiu uma mulher linda. Era Oiá. E não se deu conta de estar sendo observada. Ela escondeu a pele de búfalo e caminhou para o mercado da cidade. Tendo visto tudo, Ogum aproveitou e roubou a pele. Ogum escondeu a pele de Oiá num quarto de sua casa. Depois foi ao mercado ao encontro da bela mulher. Estonteado por sua beleza, Ogum cortejou Oiá. Pediu-a em casamento. Ela não respondeu e seguiu para floresta. Mas lá chegando não encontrou a pele. Voltou ao mercado e encontrou Ogum. Ele esperava por ela, mas fingiu nada saber. Negou haver roubado o que quer que fosse de Iansã. De novo, apaixonado, pediu Oiá em casamento. Oiá, astuta, concordou em se casar e foi viver com Ogum em sua casa, mas fez as suas exigências: ninguém na casa poderia referir-se a ela fazendo qualquer alusão a seu lado animal. Nem se poderia usar a casca do dendê para fazer o fogo, nem rolar o pilão pelo chão da casa. Ogum ouviu seus apelos e expôs aos familiares as condições para todos conviverem em paz com sua nova esposa. A vida no lar entrou na rotina. Oiá teve nove filhos e por isso era chamada Iansã, a mãe dos nove. Mas nunca deixou de procurar a pele de búfalo. As outras mulheres de Ogum cada vez mais sentiam-se enciumadas. Quando Ogum saía para caçar e cultivar o campo, elas planejavam uma forma de descobrir o segredo da origem de Iansã. Assim, uma delas embriagou Ogum e este revelou o mistério. E na ausência de Ogum, as mulheres passam a cantarolar coisas. Coisas que sugeriam o esconderijo da pele de Oiá e coisas que aludiam ao seu lado animal. Um dia, estando sozinha em casa, Iansã procurou em cada quarto, até que encontrou sua pele. Ela vestiu a pele e esperou que as mulheres retornassem. E então saiu bufando, dando chifradas em todas, abrindo-lhes a barriga. Somente seus nove filhos foram poupados. E eles, desesperados, clamavam por sua benevolência. O búfalo acalmou-se, os consolou e depois partiu. Antes, porém, deixou com os filhos o seu par de chifres. Num momento de perigo ou de necessidade, seus filhos deveriam esfregar um dos chifres no outro. E Iansã, estivesse onde estivesse, viria rápida como um raio em seu socorro

Oxóssi ou Odé foi rei de Ketu. Sua origem lendária conta que durante os festejos da colheita de Inhame , no palácio real de Olofin, em Ifé, este havia esquecido das oferendas às feiticeiras (Yammis Oxorongá). Por vingança, elas mandaram ao palácio um imenso pássaro que planou sobre a multidão e pousou no telhado do palácio. Desesperado, Olofin convocou quatro Oxos(caçadores), mas só o último deles, Oxotakanxoxo("O atirador de uma única flecha") conseguiu matar o animal e passou a chamar-se Oxóssi, o caçador amado pelo povo

Na Terra criada por Obatalá, em Ifé, os orixás e os seres humanos trabalhavam e viviam em igualdade. Todos caçavam e plantavam usando frágeis instrumentos feitos de madeira, pedra ou metal mole. Por isso o trabalho exigia grande esforço. Com o aumento da população de Ifé, a comida andava escassa. Era necessário plantar uma área maior. Os orixás então se reuniram para decidir como fariam para remover as árvores do terreno e aumentar a área da lavoura. Ossaim, o orixá da medicina, dispôs-se a ir primeiro e limpar o terreno. Mas seu facão era de metal mole e ele não foi bem sucedido. Do mesmo modo que Ossaim, todos os outros orixás tentaram um por um e fracassaram na tarefa de limpar o terreno para o plantio. Ogum, que conhecia o segredo do ferro, não tinha dito nada até então. Quando todos os outros orixás tinham fracassado, Ogum pegou seu facão, de ferro, foi até a mata e limpou o terreno. Os orixá, admirados, perguntaram a Ogum de que material era feito tão resistente facão. Ogum respondeu que era de ferro, um segredo recebido de Orunmilá. Os orixás invejavam Ogum pelos benefícios que o ferro trazia, não só à agricultura, mas como à caça e até mesmo à guerra. Por muito tempo os orixás importunaram Ogum para saber do segredo do ferro, mas ele mantinha o segredo só para si. Os orixás decidiram então oferecer-lhe o reinado em troca de que ele lhes ensinasse tudo sobre aquele metal tão resistente. Ogum aceitou a proposta. Os humanos também vieram a Ogum pedir-lhe o conhecimento do ferro. E Ogum lhes deu o conhecimento da forja, até o dia em que todo caçador e todo guerreiro tiveram suas lanças de ferro. Mas, apesar de Ogum ter aceitado o comando dos orixás, antes de mais nada ele era um caçador. Certa ocasião, saiu para caçar e passou muitos dias fora numa difícil temporada. Quando voltou da mata, estava sujo e maltrapilho. Os orixás não gostaram de ver seu líder naquele estado. Eles o desprezaram e decidiram destituí-lo do reinado. Ogum se decepcionou com os orixás,pois, quando precisaram dele para o segredo da forja, eles o fizeram rei e agora dizem que não era digno de governá-los. Então Ogum banhou-se, vestiu-se com folhas de palmeira desfiadas, pegou suas armas e partiu. Num lugar distante chamado Irê, construiu uma casa embaixo da árvore de acocô e lá permaneceu. Os humanos que receberam de Ogum o segredo do ferro não o esqueceram. Todo mês de dezembro, celebram a festa de Iudê-Ogum. Caçadores, guerreiros, ferreiros e muitos outros fazem sacrifícios em memória de Ogum. Ogum é o senhor do ferro para sempre.

turbulento e criava tanta confusão que um dia o rei, já não suportando sua malfazeja índole, resolveu castigá-lo com severidade. Para impedir que fosse aprisionado, os irmãos o aconselharam a deixar o país. Mas enquanto Exu estava no exílio, seus irmãos continuavam a receber festas e louvações. Exu não era mais lembrado, ninguém tinha notícias de seu paradeiro. Então, usando mil disfarces, Exu visitava seu país, rondando, nos dias de festa, as portas dos velhos santuários. Mas ninguém o reconhecia assim disfarçado e nenhum alimento lhe era ofertado. Vingou-se ele, semeando sobre o reino toda sorte de desassossego, desgraça e confusão. Assim o rei decidiu proibir todas as atividades religiosas, até que se descobrissem as causas desses males. Então os babalorixás reuniram-se em comitiva e foram consultar um babalaô que residia nas portas da cidade. O babalaô jogou os búzios e Exu foi quem falou no jogo. Disse nos odus que tinha sido esquecido por todos. Que exigia receber sacrifícios antes dos demais e que fossem para ele os primeiros cânticos cerimoniais. O babalaô jogou os búzios e disse que oferecessem um bode e sete galos a Exu. Os babalorixás caçoaram do babalaô, não deram a menor importância às as suas recomendações e ficaram por ali sentados, cantando e rindo dele. Quando quiseram levanta-se para ir embora, estavam todos grudados nas cadeiras. Sim, era mais uma das ofensas de Exu! O babalaô então pôs a mão no ombro de cada um e todos puderam levanta-se livremente. Disse a eles que fizessem como fazia ele próprio: que o primeiro sacrifício fosse para acalmar Exu. Assim convencidos, foi o que fizeram os pais e mães de santo, naquele dia e sempre desde então.

Universidade expulsa alunos que cometeram ato de racismo

Os três estudantes de medicina, Emílio Pechulo Ederson, 20, Felipe Giron Trevizani, 21, e Abrahão Afiune Júnior, 19, que cometeram ato de racismo contra Geraldo Garcia, em Ribeirão Preto, em dezembro do ano passado, foram expulsos do Centro Universitário Barão de Mauá. A Universidade já havia afastado os estudantes.

De dentro do carro, os três agrediram, usando um tapete, as costas de Geraldo, quando ele ia de bicicleta para o trabalho, por volta das 6h. Por causa da força da pancada, ele se desequilibrou, caiu no chão e machucou a coxa. O motorista Adílson Castro de Moraes, que testemunhou o ocorrido, afirmou que viu “o carro passando com um passageiro sentado em cima da porta. Isso chamou a atenção. Vimos um objeto na mão dele, pensamos que fosse um guarda-chuva. Eles chegaram perto do senhor, falaram ‘seu negro’ e bateram com o objeto. O homem caiu e eles foram embora.”.

Os agressores haviam sido presos, mas o juiz Ricardo Braga Monte Serrat, quem os liberou, considerou que o crime foi de injúria qualificada (por causa da conotação racista), e não racismo, que é crime inafiançável. Após ficarem detidos por 12 horas, pagaram, cada um, fiança de R$ 5.580.

Consolidação das leis da Cultura está pronta para votação

O projeto de lei (PLS 188/09) que consolida a legislação da área cultural, de autoria do senador Augusto Botelho (PT-RR), está pronto para ser votado na Comissão de Educação, Cultura e Esporte. A proposta tem voto favorável do relator, senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que apresentou seis emendas à matéria.
O projeto tem 261 artigos e reúne toda a legislação sobre cultura existente até o momento de sua proposição, feita em 12 de maio do ano passado. Entre as 23 leis incluídas destacam-se o Decreto-Lei 25, de 1937, que organiza a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional; a Lei 3.924, de 1961, que dispõe sobre os monumentos arqueológicos e pré-históricos; a Lei 11.904, de 2009, que institui o Estatuto de Museus; a Lei 10.753, de 2003; que institui a Política Nacional do Livro; os artigos 1º a 61 da Medida Provisória 2.228-1, de 2001, que estabelece princípios gerais da Política Nacional do Cinema e cria o Conselho Superior do Cinema e a Agência Nacional do Cinema (Ancine), entre outras coisas; e a Lei 8.313, de 1991, que institui o Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac).
O relator destaca a "valiosa contribuição" do autor para as políticas culturais do país, ao propor uma consolidação das leis do setor. Cristovam Buarque cita, entre as justificações de Augusto Botelho, o argumento segundo o qual a consolidação das leis "contribuirá para o aperfeiçoamento da gestão das políticas públicas de cultura no Brasil".
O relator argumenta que o emaranhado jurídico brasileiro atrapalha o cumprimento integral das leis. "Dificilmente o cidadão comum localiza, de pronto, aquilo que procura em uma lei. Quase sempre um diploma remete a outro, que, por sua vez faz referência a um terceiro, e assim por diante", argumenta Cristovam Buarque. Ele ressalva que a legislação cultural, felizmente, não tem um número de normas muito grande nem se estende por muitas áreas. "Mas, ainda assim, os sucessivos ajustes dos últimos anos acabaram por criar o efeito que descrevemos acima, ou seja, o das múltiplas fontes para se entender um único dispositivo", acrescentou.
Cristovam Buarque reconhece "o zelo com que o autor tratou do assunto", mas apresentou emendas para sanar algumas lacunas que encontrou. As emendas destinam-se a acrescentar trechos de algumas leis esquecidos na proposta.

2010 e a Agenda 21

A segunda edição da Reunião Pública Mundial da Cultura (RPMC) começou nessa terça-feira, 26 de janeiro, em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, com a presença de mais de cem artistas, gestores e especialistas do Brasil, Angola, Argentina, Cuba, Peru, EUA e Inglaterra, reunidos para discutir a consolidação da Agenda 21 da Cultura.

Aprovada em 2004, em Barcelona, na Espanha, trata-se do primeiro documento a lançar as bases de um compromisso mundial das cidades e governos locais para com o desenvolvimento cultural. “Desde a gestão do ex-ministro Gilberto Gil, a Agenda 21 da Cultura inspirou muito o trabalho do MinC e, depois de seis anos, continua como uma referência extremamente inovadora”, disse o ministro da Cultura interino, Alfredo Manevy.

“As políticas do Ministério são referência importante desse compromisso, inclusive, neste ano, conseguimos alcançar uma das metas da Agenda, que é a recomendação do Sistema ONU de se ter o mínimo de 1% do orçamento federal para a cultura nacional. Chegamos ao maior orçamento da história do MinC, desde a sua criação”, informou o ministro, referindo-se ao salto de 64% que teve o orçamento da pasta entre 2009 e 2010, e que neste ano terá pouco mais de R$ 2,2 bilhões para investimentos diretos da pasta, sem contar com o financiamento via renúncia fiscal.

Manevy também respondeu às críticas recentemente veiculadas por alguns meios de comunicação sobre a Conferência Nacional de Cultura, sob a pecha de possível ameaça à democracia no país. “Chegamos a uma fase da democracia em que não dá mais para esconder temas debaixo da mesa. A sociedade é a protagonista dessas várias conferências que realizamos e querem debater, discutir o futuro de seu país. Debatem de tudo, inclusive temas tabus, proibidos. E eu pergunto: qual o problema se a conferência quer debater o sistema da comunicação? Nenhum. A interface entre cultura e meios de comunicação é natural, é óbvia, e a sociedade quer debater”, defendeu o ministro. “Essas acusações fazem parecer que o Brasil está em um período de guerra fria, uma coisa que está totalmente fora da realidade. Acho que é necessário apurar realmente, observar esse processo democrático que passou por três mil municípios, envolvendo todos os partidos, da oposição e da base. Eu mesmo estive em São Paulo para abrir a Conferência com um dos líderes da oposição, que é o Gilberto Kassab. Isso é parte de nosso aprendizado democrático”, completou.

Mais tarde, em Porto Alegre, o presidente Lula defendeu o livre debate, por meio de conferências, para a consolidação da democracia no país. O presidente lembrou também dos resultados da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), realizada em dezembro. “Tem gente que acha que a democracia é um pacto de silêncio, quando a democracia é a capacidade que a gente tem de produzir muitas manifestações por milhões de bocas, para que a gente vá a cada dia construindo as conquistas de uma sociedade”, afirmou o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante seu discurso na abertura do Fórum Social Mundial.

Participaram da abertura da Reunião Pública Mundial da Cultura, o prefeito Ary Vanazzi; o secretário municipal da Cultura, Vitor Ortiz; o representante do Ministério da Cultura e Chefe da Delegação Cubana presente no Fórum, Ismael Gonzales; e a diretora da Rede Ibero-Americana Interlocal de Cultura e diretora de Cultura de Montevidéu (Uruguai), Maria Victória Alcaraz.

Cultura Digital e Hip-Hop

À tarde, o ministro interino seguiu para a cidade de Canoas, onde participou das atividades do FSM. Esteve presente nas discussões do Pontão de Cultura Digital Ganesha, onde eram debatidos os desafios do Direito Autoral no Brasil. “Estamos trabalhando pelo equilíbrio entre os três elos envolvidos: quem faz e cria; quem financia e quem acessa, que é a população, que tem o seu direito de acesso à cultura e ao conhecimento ignorado em todas as leis até então implementadas sobre Direito Autoral”, disse Manevy, que espera que o processo de Consulta Pública da proposta de reforma da Lei do Direito Autoral alcance mais participação do que a Consulta Pública realizada para a mudança da Lei Rouanet, que recebeu cerca de duas mil contribuições.

Em seguida, participou das discussões do encontro internacional de redes de Hip-Hop. “O Hip-Hop tem uma dimensão cultural fundamental no país, por ser um debate de valores, sobre todos os temas da vida, seja Cultura de Paz; Questões de Gênero, Questões Sociais”. O ministro anunciou, na ocasião, a realização do primeiro edital para o setor no Brasil: Prêmio Cultura Hip Hop, que terá lançamento nessa sexta-feira, dia 29, em Canoas, como parte da programação do Fórum Social 10 Anos: Grande Porto Alegre.

A premiação será de R$ 1,7 milhão e contemplará iniciativas individuais e de grupos nas categorias Reconhecimento, Socioeducativa (Escola de Rua), Geração de Renda, Difusão/Conhecimento (5° Elemento) e Difusão - Menções Honrosas

Nova Lei da Cultura

Assinado pelo presidente Lula, Projeto de Lei será apreciado pela Câmara dos Deputados
na volta do recesso parlamentar

O Projeto de Lei que substitui a Lei Rouanet (Lei nº 8.313/1991) entra na pauta do Congresso Nacional no retorno do recesso parlamentar, em fevereiro. Nessa quarta-feira, 27 de janeiro, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, encaminhou à Câmara dos Deputados o texto que torna a lei da cultura mais abrangente e dinâmica.

Seus objetivos centrais são ampliar os recursos da área e, ao mesmo tempo, diversificar os mecanismos de financiamento de forma a desenvolver uma verdadeira Economia da Cultura no Brasil.

Em linhas gerais, as principais novidades são a renovação do Fundo Nacional de Cultura (FNC), reforçado e dividido em nove fundos setoriais; a diversificação dos mecanismos de financiamento; o estabelecimento de critérios objetivos e transparentes para a avaliação das iniciativas que buscam recursos; o aprofundamento da parceria entre Estado e sociedade civil para a melhor destinação dos recursos públicos; e o estímulo à cooperação federativa, com repasses a fundos estaduais e municipais.

Financiamento

A nova lei transforma o Fundo Nacional de Cultura (FNC) no mecanismo central de financiamento ao setor, criando formas mais modernas de fomento a projetos. Garante-se, assim, que os recursos cheguem diretamente aos proponentes, sem intermediários e com maior participação da sociedade, por meio da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC), que dará origem a comissões setoriais.

Em 2010, como parte de um processo de transição, o Ministério da Cultura se prepara para a implementação da nova lei. O FNC, por exemplo, recebeu dotação orçamentária recorde, acima de R$ 800 milhões, e fará repasses a fundos estaduais e municipais, impulsionando a cooperação federativa.

Dentro do FNC serão criados oito fundos setoriais: das Artes Visuais; das Artes Cênicas; da Música; do Acesso e Diversidade; do Patrimônio e Memória; do Livro, Leitura, Literatura e Humanidades, criado por lei específica; de Ações Transversais e Equalização; e de Incentivo à Inovação do Audiovisual. Eles se somam ao já existente Fundo Setorial do Audiovisual (FSA).

Transparência

O Projeto de Lei cria um sistema público e transparente de critérios tanto para o acesso aos recursos do FNC quanto do incentivo fiscal. Estado e patrocinadores serão estimulados a aprimorar seus mecanismos de relação com os produtores e artistas com a divulgação de critérios claros para avaliar a dimensão simbólica, econômica e social para o uso do recurso público.

Com base nas diretrizes anuais da CNIC, cuja função é avaliar tecnicamente os pedidos de aprovação de incentivo fiscal, serão criadas comissões setoriais, com composição paritária, formadas por especialistas representantes dos diversos segmentos culturais e com ampla participação da sociedade civil, garantindo a preservação de um patrimônio recentemente conquistado pela sociedade brasileira: a liberdade de expressão. Esse processo também vai agilizar e aperfeiçoar o sistema de análise dos projetos.

Novas modalidades de acesso

Além do fortalecimento do Fundo, o Ministério da Cultura inseriu na proposta da nova lei formas de aprimorar o sistema de avaliação de projetos e diminuir a burocracia. Além do convênio, serão concedidas bolsas e prêmios. A prestação de contas será mais simples, com foco nos resultados do projeto e não apenas em seus aspectos contábeis.

No Projeto de Lei, pessoas físicas e jurídicas, com ou sem fins lucrativos, passam a ter direito de apresentar projetos. A natureza cultural deve estar agora na iniciativa, não no proponente. Ficará estabelecido o prazo de 30 dias para que o Ministério da Cultura conclua a avaliação do projeto cultural.

Investimento

Com o objetivo de atender toda a diversidade cultural brasileira, a proposta da nova lei diversifica, também, os mecanismos de investimento e apoio. Entre elas está o ‘endowment’. Trata-se de um incentivo para que fundações culturais - museus, orquestras e outros equipamentos - constituam um fundo permanente de aplicações de longo prazo, com o objetivo de obter sustentabilidade, estabilidade financeira e diminuir a dependência da renúncia fiscal em sua modalidade atual.

Outro mecanismo é o Fundo de Investimento em Cultura e Arte (Ficart), no qual os investidores se tornam sócios de um projeto cultural. O Ficart ganha agora o incentivo que o tornará atrativo e viável, o que a lei atual não permite.

Confira aqui material informativo sobre a proposta. Nele, estão os motivos da mudança, o diagnóstico do qual ela partiu (baseado em 18 anos de vigor da legislação e em dados sobre a exclusão cultural) e o processo de elaboração participativa

MinC anuncia lançamento do primeiro edital do 'Prêmio Cultura Hip Hop'

Prêmio Cultura Hip Hop
Lançamento da iniciativa será anunciado nesta sexta-feira, 29 de janeiro, em Canoas, no Rio Grande do Sul
O Ministério da Cultura, por meio das Secretarias da Identidade e da Diversidade Cultural (SID/MinC) e de Cidadania Cultural (SCC/MinC), divulga nesta sexta-feira, 29 de janeiro, o lançamento de mais uma novidade: o primeiro edital do Prêmio Cultura Hip Hop. O anúncio ocorrerá às 21h, no Auditório Centro Universitário La Salle, em Canoas, no Rio Grande do Sul, como parte da programação do Fórum Social 10 Anos: Grande Porto Alegre.
A premiação inédita contará com recursos de R$ 1,7 milhão e contemplará iniciativas individuais e de grupos nas categorias Reconhecimento, Socioeducativa (Escola de Rua), Geração de Renda, Difusão/Conhecimento (5° Elemento) e Difusão - Menções Honrosas. Esta primeira edição prestará homenagem póstuma ao músico maranhense Márcio Vicente Góes (1971-2004), o rapper Preto Ghóez, um dos líderes do Movimento Hip-Hop Organizado do Brasil.
A publicação do edital está prevista para abril, mas a partir do mês de março os critérios e procedimentos necessários para a participação deverão estar disponíveis para consulta nas páginas eletrônicas do MinC e das instituições parceiras. As inscrições ficarão abertas por três meses e os interessados poderão encaminhar suas propostas via Internet ou pelos Correios.

"O vosso desenvolvimento é o nosso massacre": Delegação indígena denuncia a Transposição na Europa

Na Itália, o primeiro país do giro pela Europa, a delegação Nordestina denunciou os impactos nefastos da transposição do rio São Francisco e as violações dos direitos humanos na preparação e execução do projeto.

A delegação indígena leva um grito de alarme para os governos e a sociedade civil dos países europeus: o rio São Francisco já sofreu tantas agressões, como a construção de sete barragens hidrelétricas e desmatamento, que não tem condições para suportar outro projeto de exploração intensiva das suas águas. Os danos ambientais serão irreparáveis e levarão à morte do rio que, em vez de outro projeto de engenharia, precisa na verdade de uma revitalização.

Desenvolvimento: não a todo custo
Em Roma, Itália, a delegação participou de várias atividades públicas. No dia 25 de janeiro, houve uma conferência publica na Sala da Paz da Província. No dia seguinte, a delegação participou de um encontro público no Centro Italiano pela Paz (Cipax). Pretinha Truká, Uilton Tuxá e Saulo Feitosa também foram recebidos pelo deputado nacional italiano Domenico Scilipoti, que faz parte da "Comissão Meio ambiente, Território e Obras Públicas", e que luta contra a privatização da água na Itália.

“A transposição acaba com os nossos povos e nosso estilo de vida”. Essa foi a mensagem que os membros da delegação passaram às diferentes platéias. Pretinha, liderança do povo Truká, foi enfática sobre o projeto que o governo apresenta como um grande passo de desenvolvimento: "O vosso desenvolvimento é o nosso massacre!", afirmou

Uilton dos Santos, cacique do povo Tuxá e coordenador geral da Articulação dos Povos Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (APOINME), deixou claro que a oposição ao projeto da Transposição não é uma mera oposição dos povos indígenas ao desenvolvimento em si, mas à forma de alcançá-lo. "Desenvolvimento sim, mas não a todo custo. A economia passa por cima da vida e por cima dos direitos humanos dos povos indígenas e das comunidades tradicionais”, ressaltou.

Acesso à água para todos
Uilton salientou ainda que a transposição transformará o rio São Francisco no maior mercado hidrográfico do mundo, o que se contrapõe totalmente à concepção indígena: “Para os índios, a água é um bem comum da humanidade, não é mercadoria”.

Ele também afirmou que, segundo dados do próprio governo, a água da transposição somente beneficiará o agronegócio e empresas metalúrgicas, dentre outras indústrias, sem beneficiar os povos carentes da região. Estes não terão acesso à água dos canais, contrariamente ao anúncio do governo, de que o grande lema da transposiçãoseria ‘levar água para o povo sedento’ do semi-árido. “Ao mesmo tempo, o próprio governo elaborou um plano alternativo de gestão hídrica para o Nordeste, o famoso Atlas”, continuou Uilton “que, com a metade dos custos, pode beneficiar um número muito maior de pessoas e resolver o problema da distribuição de água no Nordeste, com impacto ambiental menor e democratização do acesso à água para os pobres da região”.

Etnocídio
O terceiro membro da delegação, Saulo Feitosa, secretário adjunto do CIMI, colocou a transposição no contexto mais abrangente das ameaças que o PAC representa para os povos indígenas. "Tem 450 obras dos programas do governo Lula que afetam Terras Indígenas. Segundo nossos dados e pesquisas, por exemplo, tem pelo menos 21 projetos que afetam povos indígenas não contatados, que estão em risco de extinção. Temos experiências anteriores, esses encontros são fatais para estes povos. Nesse sentido, a gente fala de etnocídio”.

ONU
Depois dos encontros na Itália, a delegação segue para Genebra, na Suíça, a fim de encontrar-se com representantes da Organização das Nações Unidas. Os contatos confirmados são com a Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU, o relator especial sobre os Direitos Indígenas, a relatora especial sobre o direito à Água e a Ogganização Internacional do Trabalho (OIT), que emitiu observações para o Governo brasileiro sobre o descumprimento da Convenção 169 no caso do projeto da transposição do rio São Francisco.
Em seguida, a delegação viajará para Bruxelas (Bélgica) e Berlim (Alemanha).

Mais informações:

CIMI 55/61/2106 1666 Paul

CIMI Europa 39/3336348279 Martina

CPP / NE 55/75/8835 3113 Alzeni Tomáz

Via Campesina 55/82/9950 0227 Hélio

Povo Truká 55/87/ 9606 6065 Cacique Neguinho

Povo Tumbalalá 55/87/ 9131 0008 Cacique Cícero



NECTAS/UNEB 55/87/ 88 56 0622 Juracy Marques

Maíra Heinen
(61) 2106 - 1670 / 9979-6912
www.cimi.org.br
http://twitter.com/CimiNacional