"os povos não são besta a suportar tudo calado", FELIPE PATRONI
(maluco beleza e deputado da Província do Pará, discurso nas Cortes de Lisboa, 1821)
Eu acho admirável o fato histórico da "indiada" do Xingu ser uma pedra no sapato da aloprada tecnocracia tupiniquim & seus sócios estrangeiros. Uma BARRAGEM viva oposta à premeditação do estupro de Kararaô (codinome "Belo Monde").
Essa brava gente do Xingu tem glória e tradição de resistência: fala por todo humilhado povo do Grão Pará por um mandato ancestral pré-invenção da Amazônia!!!...
Se os "telespectadores" da invenção da Amazônia não querem saber Índios e o povo paraense não quer mais ser índio seduzido pelas promessas de "primeromondo" da Paulicéia desvairada, pior para o Brasil e a província minerária exportadora do grão Pará...
Agora, uma coisa é a AMAZONIDADE NATIVA contra a LESEIRA AMAZÔNICA, outra é a besteira ecologista trazida a Cavalo de Tróia: o uso sustentável da energia hídrica das regiões amazônicas é comparável ao petróleo do Pré-Sal... É a economia, estúpido! Todavia, a quem vai servir a economia do petróleo e a energia hidráulica?
Aí é que a porca torce o rabo!
E eu não acho que por ser neto de índia marajoara eu e meus parentes de Itaguari tenhamos que nos calar por sermos emancipadou ou voltar a nos confinar -- sob tutela da ambígua FUNAI -- na antiga maloca dos "Guaianazes", aldeia do Vilar e Mangabeira (Ponta de Pedras), costa da baía do Marajó.
Embora eu gostasse muito que, por razões de incompetência política local, não se tivesse dado com os burros n'água no INOVADOR projeto de execução descentralizada PED-GUAIANÁ na terra natal de Dalcídio Jurandir.
quem se lembra dos PED's cantados em prosa e verso em pristas eras de parolagem do PPG-7? Quantos poemas! Quantos marquetings pra inglês (e alemão) ver! quantos seminários e workshops! Quando acaba, mingau de bacaba; os cabocos ficaram na mesma... se não fosse a marretagem do açaí e camarão zinho de sempra a gente estava frita na academia do peixe frito e universidade da maré...
Pois ali naquela antiga "ponta de pedras" (sesmaria dos padres da Companhia de Jesus, 1686) Marajó poderia restaurar a ALDEIA EXTINTA e modernizar o Município deserdado no Diretório dos índios (1757) com a despótica Expulsão dos Jesuítas (1759)...
miguou interesse acadêmico e NINGUÉM ENTENDEU patavina de Belém a Brasília até as altas esferas do Banco Mundial...
"O ignorante pede a Deus que o mate e ao Diabo que o carregue" (ditado popular da Galícia, terra de meu avô camponês).
Se PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE fosse assim como rezam os ecoloucos e os eco-espertos de temporada, os batavos ainda viveriam debaixo de moínhos de vento com calefação de estrume fresco do estábulo à ilharga do dormitório... Nem por isto a modernidade dos Países-Baixos derrubou os velhos moinhos da paisagem cultural da Holanda.
Por que com os "índios" do Pará o "desenvolvimento sustentável" teria que ser diferente... Até a amnésia lesar completamente a alma da gente? Há algo de podre no reino da Dinamarca, que não se falou na cúpula de Copenhague...
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não vale fazer índio de "laranja" de interesses cara-pálida obscuros: o caminho do Inferno (verde) é pavimentado de boas intenções...
Não vale posar de ecologista caviar e champanhota, militar na "esquerda" escocesa...
na vale deixar as águas rolar entre chuvas e esquecimento (e pirataria de água na boca do Amazonas), se entregando à frescura do nacionalismo de gabinete em ar-refrigerado enquanto kingOngs pintam e bordam mato adentro na famosa casa da mãe Joana.
pra que serve a briosa força verde-oliva? Pra recrutar brasileiros de todas a classes e cores e prepará-los a defender a Amazônia brasileira nos confins junto aos povos das águas e da floresta... Serve para acordar a burguesia do dolce farniente cercado de favelas por todos os lados...
BELO MONTE PRECISA DE OUTRA LEITURA:
TAL QUAL TRANSAMAZÔNICA COM PRÓS E CONTRAS
ATÉ EMPODERAMENTO SOCIOAMBIENTAL VERDE-AMARELO APÓS O "MILAGRE"
Sei que sou apenas um caboco desimportante, mas tive chance de ser politicamente alfabetizado e me tornar um Servidor Público dos menos despreparados... Pronto a defender a 'res pública" e defender o Povo ao qual pertenço.
Sou, com orgulho, servidor "inativo" mais atento ao PÚBLICO do que muitos "ativos" bajuladores de chefões e patrões.
Um brasileiro de "terceira idade" que procura corresponder com a minguada aposentadoria o bem que os companheiros e companheiras de jornadas de trabalho mal pagas fazem a este nosso País do Pau Brasil, que já vai despontando (depois de 500 anos a passar bicheira, noves fora os Donos do Poder nossos senhores desde a velha Lusitânia) entre as melhores repúblicas do mundo contemporâneo.
A imagem da índia Tuíra raspando facão na cara do nobre engenheiro não sai de minha memória fotográfica... Cuidado doutor! Olha aí o espírito cabano! Conversa direito com o povo, a gente não quer mais missanga...
tem gente lá fora, no mundo, que sabe mais e melhor das Amazônias do que os "amazônidas" da Estação das Docas e do shoping Iguatemi... e isto é importante. Uma pequena semente com poucos fiéis da SOLIDARIEDADE global, a Internacional... Observadores que torcem a favor do Brasil país do Futuro, mas prestam atenção às contradições brasileiras sobre projeto de hidrelétrica do rio Xingu...
Chama atenção inovações tais como, em lugar da grande empresa privada papatudo, que engole empresa pública e comunidades locais, como aconteceu na privatização do minério de ferro de Carajás... o modelo proposto seria [se Deus quiser e o Povo ficar de olhos abertos] debaixo do controle do Estado-federal...
um crime de lesa inciativa privada [isto é, ruina das Capitanias hereditárias SOCIEDADE ANÔNIMA]...
isto explicaria, talves:
1) histeria das kingOngs e superstars Sting, Cameron et caterva....
2) a grande mídia capitalista subitamente convertida à ecologia de buseness...
3) o lado sombrio da coalização de governança com seu apoio $$$$.
MAS...
Belo Monte (aliás KARARAÔ) abre chance para aliados de esquerda insistir na inovação '"PÚBLICO-PRIVADA (empresa mixte) + ECOLÓGICO-ECONÔMICO...
devido o grande porte da obra "Belo Monte" [3ª maior hidrelétrica do mundo] a PRESSÃO INTERNACIONAL será enorme sobre os impactos ambientais, sociais e etnológicos...
a COMPENSAÇÃO FINANCEIRA terá que ser tão importante quanto as vantagens econômicas e ambientais esperadas.
a MATRIZ ENERGÊTICA BRASILEIRA É A MAIS LIMPA DO MUNDO graças à ÁGUA... e portanto a gestão da ÁGUA é que se deve debater em toda sua extensão, não apenas tratar de uma barragem de grande porte...
há experiência (boa e ruim) na Amazônia com hidrelétricas [Tucuruí, Balbina, etc.] os jornais apontam fabricantes de equipamentos (notadamente turbinas hidrelétricas) em subornos milionários de empresários e políticos brasileiros corruptos presentes em grandes projetos de energia...
a solidariedade internacional não deve ser MANIQUEÍSTA, mas se informando melhor sobre os prós e contras e COMPARANDO o sistema energético de cada país perguntar o que é melhor para todo mundo...
no case Pará a pobreza dos espíritos da elite malmente é contrariado por uns poucos quixotes que aceitam Belo Monte sob CONDIÇÕES....
(A) QUE AS COMUNIDADES INDÍGENAS DO XINGU SEJAM LOGO AS PRIMEIRAS A SER COMPENSADAS;
(B) A SEGUIR O ESTADO DO PARÁ COMPENSADO PARA CONSTRUÇÃO DE SUA NOVA CAPITAL NO XINGU;
(C) COM A NOVA CAPITAL PARAENSE NO XINGU, HAVERÁ OPORTUNIDADE DE IMAGINAR A CIDADE AMAZÔNICA DO TERCEIRO MILÊNIO, ONDE CIÊNCIA E DESENVOLVIMENTO HUMANO NO TRÓPICO ÚMIDO DEVEM SER A VEDETE...
(D) A CONDICIONAR TAMBÉM A HIDRELETRICA DE "BELO MONTE" UM MONTE DE BENEFÍCIOS PARA O POVÃO DA ÁREA METROPOLITANA DE BELÉM.... um projeto de Transportes Coletivos movido à energia elétrica do sistema integrado Tucuruí-Belo Monte com metrô de superfície de Belém até Castanhal associado a linhas auxiares de ônibus movidos a biocombustível.
O DIABO É O NEOCOLONIALISMO QUE DEIXA A GENTE PARAENSE A VER NAVIOS... (é disto que se trata)
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