segunda-feira, 22 de março de 2010

D R O P S P O L Í TI C O

1 – Que ninguém se engane, pois está indo pelo ralo a pretensão do lindinho prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias, de tentar levar seu nome às prévias petistas do próximo dia 28, quando se decidirá quem deve ser o candidato do partido ao Senado nas eleições de outubro. Sua candidatura enfraqueceu depois que seu nome surgiu nesta semana como um dos possíveis beneficiados pela colaboração financeira de caixa 2 partidária que teria alavancado sua campanha na disputa para conquistar o comando daquele município fluminense. Por outro lado o movimento em defesa da eleição da Secretária de Ação Social Benedita da Silva, cresce a cada dia, como ocorreu nesta quinta-feira (18), quando representantes dos vários segmentos femininos do PT, se reuniram em um café da manhã realizado na sede do Partido, no centro do Rio de Janeiro, organizado pela secretária de Mulheres do PT-RJ, Cristina Dorigo. Durante o evento foi lida uma mensagem de apoio ao nome de Bené pela ministra Nilcéia Freire, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, enviou uma mensagem: “(…) Sua trajetória foi inspiradora para a ação política das chamadas minorias. (…) E ela não precisa mostrar mais nada a ninguém. Nós, mulheres do PT, é que temos que provar ao nosso Partido a importância política e estratégica de possibilitar à Benedita uma vaga no Senado. Nós, mulheres do PT, é que temos que convencer nosso Partido de que eleger Benedita é eleger todas nós. Minha sempre companheira Bené, estou ao seu lado, na sua luta, apoiando você incondicionalmente.”

2 – Está muito difícil para alguns parlamentares perderem a cara de pau ao se posicionar políticamente em relação ao seu futuro, afirmando que no próximo ano serão o novo presidente da instituição de que fazem parte e ou líder do governo ou partidário, a exemplo do que aconteceu com o atual líder do governo, Cândido Vacarezza, que por alguns cochilos que causaram problemas ao Palácio do Planalto já está sendo alcunhado de Vagareza, que sem saber o resultado das urnas das eleições de outubro, quer ser presidente da Câmara, cuja vaga no seu raciocínio deve ser do seu partido. Primeiramente, falta combinar com o cidadão-eleitor-contribuinte que é quem decide quem será eleito ou reeleito, se ele vai mesmo voltar a ocupar uma cadeira na instituição e em segundo, saber se o seu partido está com a bola cheia para fazer uma maioria parlamentar na Casa, para ter direito a ocupar a cadeira número 1 da Câmara dos Deputados. Como diria o neto do governador paulista José Serra, Vacarezza está se achando.

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CUIDADO COM O DR. SILVANA

Por Carlos Chagas

Informamos, tempos atrás, haver sido visto em Brasília o maior inimigo da Humanidade, o dr. Silvana, de quem os mais velhos se lembrarão. Cientista louco, seu objetivo era destruir a civilização no planeta, até que foi derrotado pelo Capitão Marvel, infelizmente hoje recolhido ao asilo de super-heróis tuberculosos.

Foi no governo Fernando Henrique que se soube da presença do solerte criminoso, flagrado no meio do túnel subterrâneo e secreto que ligava o palácio do Planalto ao ministério da Fazenda. Quando fugiu, levava uma lista que deixou cair no chão, com o nome de mais instituições e empresas a ser privatizadas, encabeçadas pelo Banco do Brasil, a Caixa Econômica, o Exército, a Marinha e a Aeronáutica. O episódio foi abafado, mas as forças armadas ficaram sabendo e, por sugestão delas, não se falou mais em privatizações.

Rumores surgiram sobre nova aparição do satânico individuo em São Paulo, quando da quarta campanha do Lula à presidência da República, em 2002. Corre que tinha a letra do dr. Silvana o primeiro rascunho da Carta aos Brasileiros, aquela que marcou a adesão do novo governo ao neoliberalismo.

Pois bem, o maléfico personagem parece estar de volta, de novo na capital federal. Foi visto semana passada embarcando no aerolula, integrante da comitiva presidencial que viajou para o Oriente Médio. Só que estava disfarçado, de terno e gravata, sem o avental branco dos cientistas, até com óculos de aro de tartaruga, pequena barbicha e barriga imensa, certamente produto de alguns travesseiros escondidos debaixo do paletó.

Por que se desconfiou de que era o dr. Silvana e não o assessor especial de política externa, Marco Aurélio Garcia? Primeiro porque partira dele a sugestão para o presidente Lula visitar aquela região explosiva, ainda mais com a pretensão de estabelecer a paz e a concórdia entre Israel, a Palestina, o Irã e adjacências. Coisa que nem Jeová, Alá e o Padre Eterno haviam conseguido, só o dr. Silvana para criar confusão ainda maior.

Em Jerusalém, quando o ministro de Relações Exteriores de Israel pediu um encontro reservado com o Lula, antes da visita ao parlamento israelense, foi o assessor especial que omitiu o pedido. Deixou de informar o presidente e, mais, respondeu em termos deselegantes ao chanceler anfitrião, cuja reação foi não comparecer à sessão do legislativo local em homenagem ao Lula, faltando, também, ao encontro com o primeiro-ministro e ao jantar de gala.

Não ficou nisso o desagregador personagem. Através de asseclas incrustados no governo de Israel, sugeriu ao primeiro-ministro que comparasse Maradona a Pelé, suprema ofensa ao patriotismo do nosso presidente. Mais ainda: teria convencido o presidente israelense de que o Lula era conhecedor e admirador incondicional da vida de Julio César, informação que levou Shimon Peres a, de viva-voz, comparar o primeiro-companheiro ao grande romano, sem ou com ironia.

Também do assessor internacional partiu o conselho para o presidente Lula cancelar a ida ao túmulo do fundador do sionismo, quando estimulou o chefe a comparecer, um dia depois, ao mausoléu do criador da luta armada dos palestinos contra os israelenses.

A relação de trapalhadas não teria fim, registrando-se apenas a última: quem fez a cabeça do Lula para declarar, ainda no Oriente Médio, que o acirramento do conflito entre Estrados Unidos e Israel era uma “chance mágica” para a promoção da paz? Quer dizer, a luz é produto da escuridão?

Em suma, a imagem que o Brasil ia construindo em política externa seguiu atrás da vaca. Foi para o brejo. Há quem rememore, agora, outras trapalhadas por certo geridas pelo dr. Silvana: ficamos do lado errado em Honduras? Precisávamos aderir tanto assim a Hugo Chaves? Era necessário comparar os dissidentes cubanos a bandidos? Por que cedemos às grosserias dos presidentes da Bolívia, do Equador e do Paraguai?

Em maio está prevista viagem do presidente Lula ao Irã. Quem programou não só a visita, mas deve estar meditando nas lambanças que dela deverão decorrer? Cuidado com o dr. Silvana.

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CONCURSO QUER ESTIMULAR A DISCUSSÃO SOBRE DISCRIMINAÇÃO RACIAL


O concurso I PRÊMIO CONSTRUINDO A IGUALDADE RACIAL foi lançado pela SecretariaMunicipal de Participação e Parceria e selecionará artigos científicos de estudantes que enfoquem a construção da igualdade. As inscrições vão até dia 23.


A Secretaria Municipal de Participação e Parceria (SMPP) lançou no dia 23 de fevereiro o “I Prêmio Construindo a Igualdade Racial”, que tem como proposta incentivar a discussão sobre o tema e combater a discriminação racial.


Gerido pela Coordenadoria dos Assuntos da População Negra (Cone), o concurso selecionará artigos científicos de estudantes de cursos de graduação e pós-graduação do Município de São Paulo que enfoquem a construção da igualdade e proponham reflexões na área da comunicação, saúde, trabalho, juventude, direitos humanos ou tenham por pano de fundo a prevenção e combate à discriminação, o preconceito e o racismo; a violência racial; ou as experiências e reflexões sobre ações afirmativas.


A coordenadora-geral da Cone, Maria Aparecida de Laia, espera receber centenas de artigos de estudantes de graduação e pós-graduação das universidades do Município de São Paulo. “Daremos chances para os trabalhos que estão na gaveta e também queremos estimular jovens pesquisadores a escrever suas reflexões na perspectiva da igualdade racial”, comenta.


A comissão julgadora selecionará 20 artigos. Os autores devem enviar os trabalhos em duas vias: uma digital, em CD, e outra impressa. Acompanhando o artigo, deve ser enviado um resumo com dez linhas e cinco palavras-chave - seguindo as normas divulgadas no edital, que pode ser conferido no site.


O objetivo do concurso é divulgar a produção sobre a questão racial presente nas universidades para um público mais amplo e estimular estudantes e pesquisadores das universidades que não têm acesso à edição de seus trabalhos científicos nessas temáticas, contribuindo para a ampliação e circulação do conhecimento acerca da questão racial.


O critério de avaliação das monografias será fundamentado na qualidade do texto, quanto ao conteúdo e forma de apresentação, em sua originalidade na abordagem do tema, na contribuição ao conhecimento e em sua adequação teórica e metodológica.


A SMPP estará recebendo as inscrições, que são gratuitas, até o dia 23 de março. Os interessados devem levar seus trabalhos à sede da secretaria, localizada na rua Líbero Badaró, 119 - 6º andar. A premiação dos artigos será no dia 13 de maio.


Os trabalhos vencedores serão publicados no Diário Oficial da Cidade e no site da Coordenadoria e editados em livro, pela Secretaria Municipal de Participação e Parceria.

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HILLARY CLINTON NO CAMPUS DA UNIPALMARES

A Secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton, uma das personalidades mais influentes da política internacional,visitou o Brasil na última semana e voou de brasília para São Paulo para cumprir sua única programação em nosso país, visitando a Universidade Zumbi dos Palmares.

Para realçar o lado multirracial da visita e do governo Obama, o encontro aconteceu na UNIPALMARES. No melhor estilo estadunidense – e lembrando o jeito do seu marido, Bill Clinton – Hillary reservou espaço na agenda para se encontrar com universitários da UNIPALMARES, num debate inédito promovido pelo Consulado Geral Americano e mediado pelos jornalistas William Waack e Maria Beltrão, da rede Globo.

Mas o significado do encontro, que contou com a presença de 800 pessoas (alunos da faculdade, ONGs, instituições de educação, empresários e representantes do governo) é deixar claro qual será o rumo das relações entre Brasil e EUA. Temas como a entrada de brasileiros nos Estados Unidos, política internacional (Irã e afins), educação pautaram a “conversa”, na qual Hillary afirmava estar “contente por visitar o Brasil representando o governo do presidente Barack Obama“.

Foi importante a participação de expoentes desta luta em nosso país, como o ator Milton Gonçalves, que gravou uma pergunta, respondida pela Secretária de Estado de forma que sintetiza sua mensagem aqui:

Tenho orgulho do progresso que os EUA realizaram nos últimos 50 anos. Modificamos e transformamos as leis para terminar com a discriminação. Não posso dizer que o racismo acabou, mas já realizamos muitos progressos. A eleição de Barack Obama foi muito significativa neste sentido”.



Maria Stela Segatto Corrêa, assessora cultural do Consulado dos EUA em São Paulo, o reitor da Unipalmares José Vicente e a Secretária Hillary Clinton.

Secretária Clinton participa de um "townterview" no campus da Unipalmares em São Paulo. (Foto: Embaixada dos EUA - Brasília)

O embaixador dos EUA no Brasil, Thomas Shannon, o cônsul-geral dos EUA em São Paulo, Thomas White e o diretor da Unipalmares, José Vicente participam "townterview" em São Paulo. (Foto: Embaixada dos EUA - Brasília)

Os jornalistas William Waack e Maria Beltrão participam do "townterview" com a secretária Hillary Clinton em São Paulo. (Foto: Embaixada dos EUA - Brasília)

Secretária Clinton participou de um "townterview" no campus da Unipalmares em São Paulo. (Foto: Consulado dos EUA - SP - Najla Kubrusly)



A secretária Hillary Clinton recebe revistas do reitor da Unipalmares José Vicente. (Foto: Embaixada dos EUA - Brasília)

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NO DIA DA MULHER, LECI BRANDÃO rebate o senador do DEM


Não existe estupro consentido”, afirmou a cantora, compositora e pré-candidata convidada pelo PCdoB, para disputar as eleições de outubro como candidata em São Paulo, Leci Brandão, durante a Sessão Solene de homenagem ao Dia Internacional da Mulher, realizada nesta terça-feira (9), no Congresso Nacional. A fala da cantora negra, homenageada com o prêmio Bertha Lutz, respondeu ao goiano senador racista Demóstenes Torres (DEM-GO), que declarou que a miscigenação brasileira não ocorreu pelo estupro das mulheres negras, “se deu de forma muito mais consensual”.
A declaração do senador foi feita durante as audiências públicas promovidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que vai julgar ação do DEM contra a política afirmativa de cotas para o ensino superior. “Nós temos uma história tão bonita de miscigenação... [Fala-se que] as negras foram estupradas no Brasil. [Fala-se que] a miscigenação deu-se no Brasil pelo estupro. [Fala-se que] foi algo forçado. Gilberto Freyre, que é hoje renegado, mostra que isso se deu de forma muito mais consensual."
A nossa culta representante no Conselho Nacional da Igualdade Racial – CONAPIR, se manifestou contrário a fala do senador, lembrando que as suas ancestrais africanas, que chegaram ao Brasil pelo regime da escravidão, nunca consentiram ou aceitaram a violência - inclusive a sexual - dos senhores de escravos, tendo declarado:>. “as minhas tataravós chegaram ao Brasil através do regime de escravidão, lavaram, passaram, cozinharam, trabalharam na lavoura, foram amarradas no tronco, amamentaram os filhos das sinhás, mas eu posso afirmar que em nenhum momento, nunca, jamais em tempo algum, a nossa ancestralidade consentiu um estupro”.

Ela encerrou seu pronunciamento cantando uma música em homenagem às professoras e professores do país.

Sobre a participação da mulher negra Leci Brandão, na política, em função da sua inexperiência na época, num dia de 1992, em POLÍTICA & COMUNIDADE NEGRA, escrevi:>

FICA A PÉ

Leci Brandão, que conheci em 1977, no calor da sua idade de Cristo, na Estação Primeira de Mangueira e cuja coragem acompanhei na sua briga para se inserir na Ala de Compositores da Escola de Samba para poder disputar com suas composições um lugar na galeria onde despontavam Rubens da Mangueira,Tolito, Darci e outros bambas, está agora querendo ingressar na política como candidata a Vice-Prefeita do Rio de Janeiro. Mas a falta de conhecimento dos meandros, das articulações e dos bastidores da política partidária vai levá-la a uma tremenda decepção, pois o candidato titular ao cargo vai se compor política e vantajosamente com um candidato de outro partido, renunciando a disputa e deixando nossa inteligente musa compositora a ficar literalmente a ver navios ou o desfile eleitoral de candidatos passar.

Na política a maldade é maior e a “malandragem” não tem o sentido figurado das suas composições musicais.

O tempo passou e o que se espera é se realmente neste ano de 2010 sua trajetória política acontecer, ela seja coroada de pleno êxito.

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RACISMO E REPÚBLICA (NA FRANÇA [TAMBÉM!])

12/3/2010, Patrick Roger, Le Monde, Paris

Gérard Longuet, presidente do grupo UMP (Union pour un Mouvement Populaire) no Senado parece não ter avaliado o alcance do que disse 4ª-feira no programa “Questions d'info” no canal LCP-France Info-AFP. Interrogado sobre a possível nomeação de Malek Boutih, filho de emigrados argelinos, nascido na França, membro do Partido Socialista e ex-presidente da organização SOS-Racisme, para a presidência do Alto Comissariado de luta contra as discriminações e pela igualdade [fr. Haute Autorité de Lutte contre les Discriminations et pour L'égalité (Halde), substituindo Louis Schweitzer, senador da Meuse, Longuet disse que “não seria o personagem certo”.

Melhor que seja alguém do corpo francês tradicional para responsabilizar-se pelo acolhimento de todos nossos compatriotas. (...) Schweitzer, é perfeito. Um velho protestante, da velha burguesia protestante, perfeito”, disse M. Longuet, antes de acrescentar: “Se se mete lá alguém mais simbólico, externo, há o risco de fazer fracassar toda a operação”.

Essa tomada de posição desencadeou um terremoto na esquerda. O nº 2 do Partido Socialista, Harlem Désir, figura emblemática do SOS-Racisme no momento em que foi criado, declarou-se “escandalizado”. “Essas ideias não são simples derrapada verbal; há aí uma completa teoria racial (...). Essa hierarquização delirante dos franceses segundo suas origens é extremamente grave”, denunciou o deputado no Parlamento europeu, exigindo que se retratasse e se desculpasse publicamente com Boutih.

O Partido Comunista Francês, que dedicou um comunicado ao comentário do presidente do grupo UMP no Senado, declarou-o “chocante e racista”. “Não é derrapada. É queda livre”. Para Olivier Besancenot, portavoz do Novo Partido Anticapitalista [fr. Nouveau Parti anticapitaliste (NPA), “o tal corpo francês tradicional não cheira bem, ele fede.” “Uma vez mais, o governo, a UMP fazem o que podem para inflar as vozes da extrema direita”, denuncia o ex-candidato nas eleições presidenciais, para quem “ninguém pode supor que isso aconteça por acaso”.

Para as associações que lutam contra os racismos e as discriminações, o debate aberto pelo governo sobre a identidade nacional francesa permitiu o “retour du refoulé” [aprox. “a volta do que havia sido recalcado” e é “expressão de um racismo completamente desavergonhado e sem complexos”. “Longuet poderia dizer mais abertamente que não engole que um bougnoule [mestiço, preto, filho de argelinos imigrados; é termo pejorativo, com forte carga racista] dirija uma instituição francesa” – declarou a associação Tjenbé Rèd.

Sob o ataque de várias reaçõs, Longuet tentou atenuar seu comentário. Em comunicado, declarou-se “desolado por ter chocado [seu] compatriota Harlem Désir e e desolado por ter sem dúvida chocado também Malek Boutih”, no qual, diz ele “reconhece sem esforço muitas qualidades pessoais”. “Fui mal interpretado”, lastima, procurado por Le Monde, defendendo-se da acusação de ter sido “agressivo com alguém, não importa quem”. Admite que “minhas palavras não foram bem organizadas”.

Mas mantém a opinião sobre a presidência da Halde. “Prefiro Schweitzer, porque fala em nome de uma certa tradição”, diz ele. “De certo modo é o primado dos Gaules que defendiam a luta contra as discriminações. Parece-me mais eficaz que entreguemos a função a quem não seja vítima das discriminações”.

O “patrão” dos senadores do UMP defende outra mensagem dirigida ao executivo, e que encaminhe nomeações ditas “mais abertas”. “O que quero dizer é que o fato de alguém ser socialista não assegura algum direito absoluto à presidência de um organismo do Estado francês”.

O nome de Boutih, que circulou com insistência para substituir Schweitzer, provocou de fato “uma crise de urticária” nos quadros da maioria, segundo expressão de alguém próximo de Jean-François Copé, presidente do grupo UMP da Assembléia Nacional. “Entendo que os deputados da UMP não estejam muito satisfeitos, nem nossos eleitores, depois das recentes nomeações de Didier Migaud para o Tribunal de Contas e de Michel Charasse para o Conselho Constitucional” – reconhece Longuet. E conclui, em termos abruptos, que “ninguém precisa de mais um socialista. Já basta!”.

M. Copé reconhece, ele também, que a eventual nomeação de Boutih para a Halde “não passará”. Alguns entendem que seria “provocação”. “Já tinha minhas muitas reservas à nomeação de Migaud. Acho que é preciso manter-se atento ao impacto que essas nomeações tenham em nossos eleitores”, disse o deputado de Seine-et-Marne. (...) Meu candidato é Jean-Paul Delevoye, atual mediador da República. Delevoye tem o perfil ideal. É alguém que a direita aprecia e a esquerda admite”, insiste Copé. (...)

De fato, pode-se dizer que Longuet e Copé, cada um à sua maneira, mandaram um sinal ao presidente Sarkozy, para que visse como anda o estado de espírito de suas tropas aliadas.

Caia Fittipaldi (tradutora)

O artigo original, em francês, pode ser lido em:

http://www.lemonde.fr/politique/article/2010/03/10/les-propos-de-gerard-longuet-sur-malek-boutih-declenchent-une-polemique_1317412_823448.html

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PROJETO PARABÓLICA

Acesse www.palmares.gov.br



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RIBEIRÃO PIRES elege Conselho de Promoção da Igualdade Racial


A Prefeitura de Ribeirão Pires elegeu no sábado (6), na Câmara dos Vereadores, o Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial. A eleição que foi aberta ao público contou com a presença dos munícipes, do Fórum Regional de Promoção da Igualdade Racial do Grande ABC, com representantes das cidades de Ribeirão, Mauá, Rio Grande da Serra e Santo André, entre outras autoridades.

Foram eleitos seis conselheiros da sociedade civil para uma gestão de dois anos, que representam segmentos como os da educação, juventude, indígena, cultura, diversidade e também a União de Núcleos de Educação Popular para Negros e Classe Trabalhadora (UNEAFRO).

Criado por meio de uma lei sancionada em 26 de novembro do ano passado, o Conselho tem como objetivos principais consultar, fiscalizar e avaliar as políticas públicas como a educação, a saúde, a cultura, a segurança pública e o trabalho, visando a promoção da igualdade racial.

"O Conselho é a ponte entre a sociedade civil e o poder executivo e legislativo, e vice-versa", disse a assessora jurídica da Coordenação de Políticas Públicas para a população negra e indígena, da secretaria de Justiça e Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo, Eni Augusta de Paula.

Para a militante do movimento negro e jovem, a recém eleita conselheira, Jacque Cipriany, este é um instrumento para formar uma sociedade com uma consciência racial, além de ser um instrumento de luta e resistência ao preconceito. O secretário adjunto de Promoção Social, Donizete de Freitas, afirma, ressaltando à importância da população para o Conselho, de que assim o poder público pode ouvir a sociedade civil, podendo se aproximar mais do povo

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TV BRASIL

CHEGA AO CONTINENTE AFRICANO EM JULHO



A TV BRASIL, emissora operada pela estatal Empresa Brasil de Comunicação (EBC), lançará ainda este ano um canal internacional voltado para parte dos cerca de 3 milhões de brasileiros que vivem no exterior. A emissora também está montando um novo canal de transmissão de sua programação para os países africanos de língua portuguesa, comandado por uma equipe chefiada pela jornalista Marilena Chiarelli e usará o New Skies, mesmo satélite atualmente utilizado pelo Integración por isso, a empresa avalia que não terá custo adicional nesse item, de pouco menos de R$ 500 mil anuais.

A transmissão começará até julho, pela África, onde a EBC está mais perto de fechar acordo para distribuição de programação. A empresa escolhida, a Multi-Choice, atinge 90% do continente e pode colocar a emissora nos PALOPS (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa), como Angola e Moçambique. "A TV a cabo está chegando à África, é uma boa oportunidade", diz Tereza Cruvinel presidente da Empresa Brasileira de Comunicações.

Jornalistas Tereza Cruvinel então recém empossada na presidência da Empresa Brasil de Comunicações, gestora da TV Pública e Antonio Lucio, Diretor e Editor dos jornais eletrônicos do BUREAU POLCOMUNE, na cidade de Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Na cidade participaram a convite do jornalista José Amaral Neto, de um programa esclarecedor sobre as finalidades da nova TV governamental, abordando questões relacionadas com a nova emissora, garantindo que a mesma não será uma emissora Chapa-Branca, com sentido tendencioso ou oficial, realizado na TV Universitária da Universidade Federal de Uberlândia.


Participando de um debate realizado em Uberlândia, em 2008, enfatizei minha crença no futuro da nova emissora governamental, que em sua apresentação primeira deixou claro sua preocupação com a diversidade e com a ancestralidade da maioria do povo brasileiro, ao levar ao AR um documentário sobre a República de Angola, produção independente de profissionais angolanos.

Naquela oportunidade sugeri à presidente da TV Brasil para que promovesse estudos visando a presença permanente da nova emissora nos países africanos de Língua Portuguesa, como Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau e Moçambique.

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ANGOLA PEDE TEMPO PARA RATIFICAR ACORDO ORTOGRÁFICO


A República de Angola solicitou junto à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa uma moratória de três anos para ratificar o Acordo Ortográfico entre os países do PALOP ( Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-
Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste) devido a necessidade de incluir no vocabulário nacional uma uniformização da escrita, citando como exemplo entre outras palavras “kwanza” em vez de “cuanza”, como se pretende no novo acordo.


A posição angolana foi defendida em Lisboa pelo deputado Luís Reis Cuanga, integrante da delegação do seu país que participa da II Assembleia Parlamentar da CPLP aberta segunda-feira.

Segundo o parlamentar, Angola, que ainda não ratificou o acordo à semelhança de Moçambique, solicitou três anos para que possa implementar na totalidade este instrumento, pois entende "que deve haver reciprocidade na sua aplicação, com a integração do vocabulário angolano no comum".

MAMA ÁFRICA

Líder parlamentar defende caráter negro-árabe da Mauritânia

O líder da APP defendeu também que o francês continuará a ser "uma língua de intercâmbios e comunicação entre as diferentes componentes do povo mauritano pluriétnico".

O presidente da Assembleia Nacional da Mauritânia (Parlamento), Messaoud Ould Boulkheir, reafirmou, segunda-feira, a dupla pertença cultural do seu país ao mundo árabe e à África negra.

Falando durante um comício organizado pelas mulheres do seu partido, a Aliança Popular Progressista (APP), no quadro das celebrações do Dia Internacional da Mulher, o 8 de Março, o responsável mauritano sublinhou a necessidade de Mauritânia "continuar fiel a esta dupla pertença e conservá-la como uma força e uma riqueza cultural".

O líder da APP defendeu que o francês continuará a ser "uma língua de intercâmbios e comunicação entre as diferentes componentes do povo mauritano pluriétnico".

Boulkheir reagia assim às declarações feitas quinta-feira última pelo primeiro-ministro, Moulaye Ould Mohamed Laghdaf, afirmando que a Mauritânia era "um país árabe".

Intervindo durante uma entrevista coletiva com a imprensa, o chefe do Governo mauritano exprimiu a determinação do seu Executivo de reabilitar a língua árabe.

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ED MOTTA, SANDRA DE SÁ E THAÍDE SE APRESENTAM NO SHOW “PELA PAZ SÃO PAULO É”, DIA 21


Evento acontece, domingo, no dia de luta contra a discriminação racial, com mais de 10 atrações


No dia 21 de Março, quando se comemora o “Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial” acontecerá na Praça da Sé, a partir das 15 horas, um mega-show com atrações que vão do samba ao rap, da música pop ao street dance. Ed Motta, Sandra de Sá, Thaíde, Vanessa Jackson, Banda Black Rio, DJ Vila e Trilha Sonora do Gueto entre outros, se apresentarão no projeto “Pela Paz – São Paulo é Show”, que terá como mestre de cerimônias o ator, cantor e bailarino, Sebastian. A realização é da ABBM – Academia Brasileira de Black Music, em parceria com a Prefeitura de São Paulo, através da SMPP/CONE, com apoio da Secretaria de Estado da Cultura. Durante o evento serão arrecadados alimentos não perecíveis e doações, que serão destinadas à Cruz Vermelha com o objetivo de beneficiar as vítimas das enchentes em São Paulo e do terremoto no Haiti.

Entre uma atração e outra, serão exibidos no telão imagens sobre a luta dos povos por um mundo melhor. O palco também será ocupado por personalidades das mais diversas áreas da sociedade, como esporte, televisão, teatro e política entre outras, que levarão mensagens contra qualquer tipo de discriminação, além de apelos para ajuda humanitária e pela promoção da Paz. “No momento em que o mundo clama por paz, que pessoas sofrem com as enchentes, em várias partes do Brasil, e que o Haiti padece com as catástrofes provocadas por fenômenos naturais, queremos reunir esforços para minimizar o sofrimento dessas pessoas”, disse o publicitário e presidente da ABBM, Fernando Mukulukusso.


Eles cantam pela Paz - Mais de dez atrações já estão confirmadas para o “Pela Paz São Paulo é Show”, entre elas:

BANDA BLACK RIO - Grupo carioca apresenta música funk misturada com samba e jazz. Além de composições próprias tem suas versões para músicas como "Na Baixa do Sapateiro" (Ary Barroso), "Casa Forte" (Edu Lobo). Comparada a outros conjuntos de soul-funk estrangeiros desenvolveu a soul music instrumental brasileira e fez sucesso nas pistas de dança da Inglaterra no fim dos anos 90.

ED MOTTA - O cantor e multiinstrumentista, Ed Motta, apresenta músicas show do último álbum “Piquenique”, lançado no ano de 2009. No repertório estão as inéditas “Pé Na Jaca”, “Nicole Versus Cheng” e “A Turma da Pilantragem”, além de antigos sucessos como “Colombina”, “Manuel” e “Fora da Lei”.

SANDRA DE SÁ – conhecida como a rainha do soul brasileiro e em plena celebração de seus 30 anos de carreira, a cantora se apresenta com um repertório que mistura clássicos sucessos como “Joga Fora” e “Olhos Coloridos” e músicas inéditas e regravações ( “África”, “Sina” e “Pé de Meia”) que estão no seu mais recente disco “Africanatividade – Cheiro de Brasil” , o 16º. de sua carreira.

THAÍDE - Um dos principais nomes do hip hop brasileiro, o ex-companheiro de DJ Hum, apresenta músicas que foram gravadas nos seus nove discos, entre eles o mais recente “Thaíde Apenas”. No repertório “Sangue Bom”, “Malandragem dá um tempo” e o mega-hit “Senhor Tempo Bom”.

VANESSA JACKSON – com um repertório romântico e dançante a cantora promete um show versátil cantando samba, soul e MPB, além das canções “Só o teu amor”, “Minha Paixão”, “Eu juro”, “Não quero nem saber” e ainda o samba-rock “Só Quero Amar”, que fazem parte do disco mais recente.

Dia 21 de Março – Em várias partes do mundo ocorrem comemorações nesta data. Foi no dia 21 de março de 1960, na cidade de Johanesburgo, capital da África do Sul, que 20 mil negros protestavam contra a lei do passe, que os obrigava a portar cartões de identificação, especificando os locais por onde eles podiam circular. Quando chegaram ao bairro de Shaperville, os manifestantes se depararam com tropas do exército. Mesmo sendo uma manifestação pacífica, o exército atirou sobre a multidão, matando 69 pessoas e ferindo outras 186. Esta ação ficou conhecida como o Massacre de Shaperville. Em memória à tragédia, a ONU – Organização das Nações Unidas – instituiu 21 de março como o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial.

A ABBM – Academia Brasileira de Black Music - é uma instituição cultural sediada em São Paulo e que trabalha em prol da black music no Brasil. A ABBM tem como objetivos dar suporte técnico e artístico ao gênero no país, fiscalizar as ações socioculturais referente a esse gênero; incentivar o mercado fonográfico - na produção e na comercialização de produto áudio visual , e prestar Serviços de Utilidade Pública. O fundador e presidente é Fernando Mukulukusso, 41 anos, angolano, publicitário, produtor artístico e um dos principais incentivadores da Black Music no Brasil. Através da ABBM, Fernando tem participado ativamente das questões de inclusão e desenvolvimento da cultura negra na sociedade brasileira, fazendo-se ouvir por meio de artigos de jornais, revistas, entrevistas, palestras e workshops, além da produção de eventos bastante significativos para a comunidade afro-brasileira. Este ano, no último espetáculo promovido em parceria com a Prefeitura de São Paulo, nos 456 anos da fundação da Cidade, reuniu milhares de pessoas no Vale do Anhangabaú em um show que contou com a apresentação de artistas PAULA LIMA, NEGRA LI e TONI GARRIDO, entre outros.

Serviço

Pela Paz – São Paulo é Show

DATA: 21 de março, domingo

LOCAL: Praça da Sé (Centro)

HORA: a partir das 15 horas

ATRAÇÕES CONFIRMADAS: Ed Motta, Sandra de Sá, Thaíde, Vanessa Jackson, Banda Black Rio, DJ Vila e Trilha Sonora do Gueto, entre outros

INGRESSOS: grátis (com arrecadação de 1 kg de alimento não perecível, exceto sal e açúcar)

INFORMAÇÕES: (11) 3113-9750 ou 3452-9329 -

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